Já é de tarde, e eu acho que nunca vi tanta água cair do céu como hoje.
Estava sentada no divã encostada em uma das enormes janelas presentes em meu quarto. Admirava uma foto do Chat Noir, ele estava de olhos fechados e fazendo uma careta muito engraçada, eu sem sombra de dúvidas amo esse homem.Alguém bate na porta, mas nem espera eu responder para entrar. Olho para o lado e vejo Phill perto da porta, ele está segurando algo como dois chocolates.
— Posso sentar aí com você? — Indago o mesmo. Aceno com a cabeça, e ele se dirige até o divã, senta e coloca um chocolate na frente. O olho e sorrio. — Seu sorriso é muito bonito Marinette, não tão bonito quanto eu é claro, mas bonito.
— Obrigada, besta. — Ele solta uma gargalhada contagiante. — O que fazes aqui? Veio procurar a sua vergonha na cara? Eu juro que a vi andando pelo jardim. — Falo em tom sarcástico.
Ele finge uma risada com uma cara de sério e passa a me encarar.
— Ela realmente estava no Jardim? Oh céus, ainda bem! — Ele desateia na risada e logo para. — Eu vim como minha digníssima noiva está. Vim ver se terei que cometer um assassinato.
— O assassinato não será preciso. — Olho timidamente para as minha mãos em cima de meu colo. — Eu estou bem, na medida do possível.
Ele me abraça e suspira fortemente, me soltando em seguida. Mesmo com a cabeça abaixada, eu sentia seu olhar curioso para mim, perguntando o que meu rosto tanto quer falar. Até que por fim, com curiosidade a flor da pele, ele pergunta:
— Seu pai ele.. ele sempre bate em você? — O tom apreensivo em sua voz me deixou claro que ele tem medo de tocar numa ferida minha. — Digo.. bateu sem motivos? Como hoje?
— Papai nunca teve motivos para me bater, sempre fui exemplar, sempre a garotinha perfeita, a princesa de Phorest. Mas ele me espancava, ele... — penso brevemente no que iria dizer, mas resolvo cortar essa parte da história, quem sabe ela suma com minha dor. — Ele cometeu várias atrocidades contra mim e contra minha mãe. Ele é um homem amargurado, com muitas dores. — Suspiro e então olho para ele, com os olhos marejados. — Ele já fora um bom pai, mas teve um dia que ele olhou de outra maneira pra mim, com um brilho nos olhos, um brilho que aprendi a ter medo.
Ele segura fortemente minha mãos e com a mão direita, seca uma lágrima solitária que escorria por meu rosto.
— Ele... ele abusava..— Ele claramente estava tenso, com medo de perguntar, mas fecha os olhos e por fim diz. — Ele abusava de você Marinette?
Essa pergunta me pegou de surpresa, não sei o que responder. Eu poderia muito bem mentir pra ele, mas iremos nos casar, e acredito que a base de uma união é não ter segredos, por fim digo a verdade.
— Todos os dias. Eu tinha apenas quatro anos, não entendia o que acontecera, mas ele falava que era nosso segredinho. Eu concordava, mas por medo de piorar.
Ele segurava firmemente minhas mãos, enquanto eu chorava.
— Ele nunca mais vai tocar em você Marinette, nunca mais vai respirar perto de você. Não comigo perto. — Ele me abraçou e sussurrou em meu ouvido. — Posso ser gay, mas eu te amo Marinette, como uma irmã que jamais tive, e nada nem ninguém vai ousar te machucar. Nem por cima de meu cadáver, por que se eu morrer, esse infeliz vai junto.
Encosto minha cabeça em seu peito e o abraço, como se a qualquer momento ele fosse sair dali.
— Eu tenho medo Phill, medo de ele vir aqui hoje, medo de tudo se repetir, medo de a Marinette de quatro anos ver tudo acontecer de novo. — Respiro profundamente e me afasto.
Começo a olhar em seus olhos, é difícil descrever o que eu vejo neles, um misto de sentimentos, dor, fúria, carinho.. tudo ao mesmo tempo.
Ele passa o polegar em minha bochecha, levanta e transfere um beijo em minha testa.
— Quer que eu passe a noite aqui minha rainha? Sabe, pra fazer caretas e espantar as pessoas, sou muito bom nisso sabe? — Ele faz uma careta muito engraçada, começo a rir até minha barriga doer. — Sua risada é bonita, só não tanto quanto a minha, olha! — E então ele faz aquelas risadas malignas de filmes o que me faz rir mais ainda.
— Convencido demais meu noivo!! Mas claro, durma aqui comigo, quando for de noite claro, porque agora são quatro da tarde...
— Eu sou um vampiro sabia? Mordo damas no meio da noite.
Levanto do divã e vou até o banheiro enquanto o Phill fica parado no meio quarto.
— Então eu tomarei cuidado, vou pegar alguns alhos da cozinha hoje a noite. — Falo enquanto molho meu rosto para tirar a marca de choro.
— É a melhor decisão que você toma.
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Oi gente!! Por favor me desculpem ficar um tempo sem atualizar.. mas é que é chato escrever se não tem interação sabe? A gente não consegue adivinhar se vocês estão gostando, então por favor COMENTEM e VOTEM, isso é MUITO IMPORTANTE!!!
capítulo sem revisão
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Este Muro Que Nos Separa
RomanceUma princesa que sonha em se casar por amor, principalmente se o amor for por Chat Noir, mas tem seus sonhos arruinados quando seu pai decide casa-la com o príncipe de Kora, mas ela fará de tudo para que esse casamento não ocorra. A esqueci de m...