O despertar da magia

Capítulo 1

05/04/2020 Dois dias antes da explosão

Colégio.
O inferno na terra para muitos, sorte a minha que por pouco tempo agora.
É meu último ano, depois daqui faculdade, depois daqui finalmente a liberdade.
Tá. Admito nem todos os dias são ruins, tendo boas notas e bons amigos a escola se torna muito mais fácil de aturar.
Saindo agora do meu velho sedã azul, vou caminhando pelo estacionamento, os olhos atentos a procura de minha melhor amiga Lauren.
Ela é alta.
O que para meus 1,65 não é algo ruim mais para ela com seus humildes 1,80 é um pesadelo.
Como sempre não foi difícil acha-lá, ela estava parada ao lado da entrada principal do prédio, diante dela havia uma garota gesticulando muito com as mãos.
A garota era nossa "arqui-inimiga" Lilian, e as duas discutiam bem calorosamente.
Lilian já fora nossa amiga, mais com o grande aumento de seus seios e o claro encolhimento de seu cérebro a tornando popular, nossa companhia já não era tão bem vista, tendo em conta que popular não era nem de longe nossa classificação na escola.
Comecei a acelerar o passo, já estava quase correndo quando consegui ouvir partes do que as duas tanto diziam.
Era um milagre as duas não estarem se estapeando,  e de certa forma isso era graças a mim que sempre interferia antes que fosse tarde de mais.
Como estava prestes a fazer agora.
Quando alcancei ??? pude conhecer o motivo da discussão, o motivo era o mesmo de sempre, a pura implicância com a altura de Lauren.

_Só acho ridículo, você insistir em usar salto plataforma quando mesmo sem ele já alcança o teto da escola.

_Mais você nem tem um bom argumento sua cobra, o teto tem mais de 4 metros, e eu tenho bem menos que 2.

_Ah claro. 20 centímetros são  bem menos que dois.

Todos começaram a rir. Alcancei Lauren e a agarrei pelo braço puxando minha amiga para longe dali.

_Isso mesmo Melanie, salve sua girafa já que ela não tem argumentos para se defender sozinha.

Lauren se voltou para ela o dedo do meio de sua mão bem exposto a ela. Pessoas encaravam enquanto caminhávamos até o nosso esconderijo.
A sala de artes. Era uma sala pequena, abarrotada de tripés e telas com as mais diversas pinturas,  desde frutas e flores, até corpos sarados seminus dos atletas.
Empurrei Lauren para dentro e fechei a porta, já pronta para a explosão de fúria que estava prestes a vir de minha amiga.

_AHHHHH. Eu odeio aquela piranha, juro Mel eu gostaria de espremer, achatar ela como uma espinha.

_Eu não acho que seria muito agradável de se ver. E  é bem provável que você seria presa.

_Minha querida Mel eu iria feliz para cadeia, sorrindo antes de dormir todos os dias...

Puxei uma cadeira perto da janela e aguardei pelo som estridente do sinal que indicava o início de uma nova aula, Lauren continuou a planejar o assassinato de Lilian, mais eu já não prestava mais atenção a ela.
Meus olhos estavam fixos em certo alguém encostado em certo conversível vermelho do outro lado do estacionamento.

William.

Sei que clichê, mais ele é meu vizinho desde sempre, e por mais que fosse o capitão do time de Lacross, e o cara mais desejado e popular da escola, sempre foi muito legal comigo e minha mãe.
Na verdade minha mãe o adora, os dois tem um ritual de jardinagem todo domingo de manhã. Mesmo depois de crescido mesmo com as festas jogos e escola ele ai da aparece na nossa porta as 7 da manhã todo domingo para cuidar do Jardim com minha mãe. O que não facilita nada a atração que sinto por ele.
Ele fica pasme camisa, aquele corpo moreno musculoso, cabelos pretos cacheados úmidos de suor caindo sobre aqueles olhos verdes incríveis. Os jeans sujos de terra e as mãos cobertas por aquele par de luvas rosas horríveis que minha mãe o fazia usar, era uma ótima visão para se ter aos domingos de manhã.
Senti uma mão chacoalhar meu ombro. Olhei para a direção do carro de novo, ela já não estava mais lá, perdida em minhas ilusões, mal reparei que o sinal já havia tocado e eu estava ali de boca aberta babando na janela. Lauren se aproximou da janela e seguiu meu olhar até onde Willian estava a pouco, ao notar o carro viu a óbvia sugestão de para quem eu estava olhando.