Os Anos em que Mais te Amei

O dia em que Jungkook chorou

Narrado por Jeon Jungkook

Quando Park Jimin deixou sua cabeça cair para o lado naquela madrugada, naquela cama de hospital.. Eu pude ver um sorriso inundar seus lábios, enquanto as lágrimas inundaram meus olhos.

A música que eu estava cantando estava prestes a se acabar, assim como a vida do Park ao meu lado.

O barulho do aparelho ligado a seu coração fez um "bip" horrível e alto demais. Também era longo demais. Não era como apenas um pequeno bip, esse bip parecia infinito. Parecia uma eternidade para mim.

Eu torcia para aquilo ser mentira, para ser apenas parte de um mero pesadelo. Eu queria muito ver os batimentos cardíacos de Jimin voltarem à tona naquela simples tela escura do monitor, mas isso não aconteceu

— Por favor, ajuda. Emergência! Por favor ajudem — eu gritei como um louco dentro do quarto, ainda segurando suas mãos e com meus lábios próximos aos seus.

Nosso beijo de despedida fora rápido de mais, Jimin partiu cedo demais.

Embora tenha chamado ajuda, embora Taehyung tenha entrado naquele quarto praticamente voando, a minha ficha ainda não havia caído.

— Jeongguk, ele se foi? — ele olhou-me com lágrimas escorrendo por toda a sua face. Um loiro logo entrou também, segurando seus ombros tentando reconfortá-lo.

O Kim estava com as mãos em frente a sua boca, ainda desacreditado. Porra, seu melhor amigo havia ido embora desse mundo. E coincidentemente, ele era o meu amor também.

Médicos entraram na sala, afastando-nos dali. Eu vi quando eles tentaram reanimá-lo. Vi com meus próprios olhos o corpo de Jimin recebendo uma corrente de choque em si. Vi como a sua pele tremia pela eletricidade, mas os seus batimentos não voltavam.

Ele estava morto. Céus, Jimin estava mesmo morto e eu o vi morrer sem poder fazer nada.

As notícias eram péssimas. Eles tentaram, tentaram de verdade trazer meu ex marido a vida novamente. Estavam tão frustrados por perdê-lo que ficaram ali com ele por 45 minutos.

Eu não aguentava, eu senti quando Jimin se foi. Eu sentia a tudo. Era torturante demais vê-los fazendo aquilo. Eu sei, sei que estavam fazendo o certo em tentarem acordá-lo.. Mas era péssimo demais para mim. Para mim, parecia que estavam apenas fazendo-o sofrer mais. Parecia que estavam o torturando com choque. Eu não queria que ele sofresse mais, não queria que sentisse tanta dor assim, embora já estivesse morto e nem ao menos pudesse sentir.

— Por favor... Já chega! — eu me dei por vencido, deixando-me soluçar. Eu sabia que ele tinha ido para um lugar melhor. E se tivesse que voltar, se tivesse que acordar, já o teria feito — Deixem-no descansar em paz agora.

Jimin queria descansar, eu sentia isso. Eu poderia estar louco ou imaginando coisas, mas o sorriso sereno em seu rosto se perdeu quando eles começaram a tentar reanimá-lo.

Eu era um prisioneiro do amor. Estava pagando por meus pecados. Eu era apenas alguém que queria chorar a morte de seu amado em paz agora.

— Eu sinto muito — foi o que eles disseram.

Eu não queria sair do lado de Jimin um segundo sequer, mas tive que fazer isso. Eu não sabia se chorava se gritava ou berrava pelos corredores do hospital ali.

Quando sai finalmente para fora, Taehyung se agarrou a mim, chorando horrores em meus ombros. Nós nunca havíamos nos dando bem em toda a nossa vida e Tae também parecia alguém bem reservado. Creio que ele nunca choraria em meus braços se estivesse em sã consciência.