Cap. 3 - Sorvete

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Vê-lo partir me fez respirar aliviada novamente, era como se estivesse segurando o ar. Mas agora estou livre e com certeza a noite será muito melhor. Continuo fazendo meu trabalho, auxiliando Carrie, e me despedindo dos clientes conforme a noite avançava, do mesmo jeito que entraram, saíram. Alguns acompanhados, e outros sozinhos.

Fim do expediente. Vou até o vestiário trocar de roupa, sento no banco e tiro os sapatos massageando os pés. Entre os dedos várias bolhas. Não estou acostumada usar salto por tanto tempo, mas logo estarei calejada.

Por um momento me perco em pensamentos, e todos me levam diretamente a Dylan. Porque mentiu o nome? O que estava tentando esconder? Sei que já se passaram muitos anos, e que ele pode somente preservando sua identidade. Mas algo me diz que não está certo.

Guardo uniforme, sapatos, dentro da mochila. Aceno um TCHAU para Carrie que conversa com um belo homem. Hum, alguém terá um fim de noite bem divertido.

Na porta, me despeço de Jack, o segurança.

Respiro fundo o ar da madrugada, sentindo a brisa tocar minha pele. Caminho até a estação de trem, e não demora a chegar o vagão. Pego o livro da mochila e retomo a leitura de onde parei. Logo salto no meu ponto, e como esperado poucas pessoas nas ruas.

Com cuidado e atenta ao redor, ando a passos rápidos até meu prédio. Conforme me aproximo, vejo um homem sentado nos degraus.

Estou pronta para usar o spray de pimenta que sempre carrego, conforme me aproximo reconheço a pessoa. Adam.

— Oii. — Abraço pela cintura, aconchegando-me dentro dos seus braços.

— Estava com saudades. Já que alguém não me procura, não é?

— Me desculpe. E fique sabendo que estava pronta para cegá-lo com meu spray. — Me afasto sorrindo.

— Você é uma mulher violenta senhorita Alyssa Watson. Já disseram isso?

— Nah. Por isso te adoro.

Aponto sorrindo para os copos da starbuck que está em suas mãos, e como perfeito cavalheiro me entrega um cappuccino com bastante chantilly e marshmallow.

Convido-o para entrar, mas sabemos que a última vez que esteve no meu apartamento, nós transamos, e depois o mandei embora.

Então, continuamos sentados na escadaria, conversando.

Sinto que devia contar sobre o encontro com Dylan, mas tenho medo de magoá-lo. Camily minha companheira de apartamento, e que por fim se tornou uma grande amiga, diz que prendo Adam com nossa amizade, que devia libertá-lo de uma vez por todas.

Confesso que ele me faz bem, sua companhia, o carinho. Oh meu deus, sou uma puta egoísta. Estou atrapalhando as oportunidades de ele ser feliz.

— Eu vi o Dylan. — As palavras escapam dos meus lábios.

— Dylan? Seu ex-noivo?

— É... Sabe, ele apareceu por lá com uma mulher ruiva.

— Vocês se falaram? Ele viu você? Reconheceu... É... Só preocupação.
Não quero que te magoem de novo.
— Beijo seu rosto suavemente inalando a fragrância do perfume.

— Mal nos falamos, não significou nada, não senti nada. Foi estranho, é passado. Mas me diga como foi o trabalho? — Mudo de assunto.

Empolgado, Adam me conta sobre o resgate que sua equipe realizou no plantão. Seus olhos brilham, e nos lábios aquele sorriso que adoro.

É bombeiro por amor, para salvar vidas, e isso é visível até mesmo para um cego. Mamãe iria adorá-lo, o genro perfeito.

Os primeiros raios solares despontam através dos monumentos da cidade.

DYLAN - Meu agente ( SÉRIE MEU - VOL2)  DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora