Cap. 4 - Carlito Moraes

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Através da janela do meu apartamento observo a entrada da boate de Madame Soraya. Não fui convidado para essa noite, então, não me resta outra opção a não ser vigiar de longe. Vejo quando Alyssa despedisse do segurança, indo em direção à estação.

Sorrio com a lembrança do sorvete no rosto. Como pode fazer isso comigo? Os anos fez muito bem para ela, amadureceu, está mais gostosa, quer dizer, virou mulher de verdade.

Aprendeu se defender, se contasse para alguém não iriam acreditar. Porra. Retiro o que disse. Com o celular nas mãos, encaixa seu fone de ouvido. Estará distraída, e surda para qualquer tipo de aproximação, se tornou um alvo fácil.

Por um momento considero a hipótese de ir até ela, mas com certeza não gostaria de me ver, ainda mais depois do comentário das pernas de Melissa.

O individuo esgueira através das sombras dos edifícios andando rápido até abordar Alyssa.

- Merda. - Abandono o apartamento, e desço pulando os degraus da escada, enquanto corro.

Vê-lo lambendo a pele dela faz meu sangue ferver, tenho uma vontade louca de matá-lo lentamente arrancando essa língua.

Seus olhos castanhos estão fechados, a expressão de medo no rosto, no fim ainda é a mesma menina de Phoenix.

Desviando das investidas do homem, imobilizo suas mãos jogando a faca longe. Respiro fundo para não enfiá-la na garganta desse desgraçado. Então, fecho os braços em seu pescoço aplicando uma chave de braço conhecido como mata leão.

Por muito pouco não o sufoco até a morte, mas não quero sujar minha reputação. Com o corpo caído aos meus pés, puxo o celular do bolso ligando para Brian, detetive da policia local e amigo. Relato o acontecido e peço que mandem uma viatura para prender o bandido.

Alyssa me encara, surpresa.

- Quem é você? - Questiona inda em choque.

Sinceramente essa é uma pergunta que não posso responder. Não devo explicações, só fiz o meu trabalho, salvar as pessoas.

- Você está bem? Ele te machucou?

- Não, não fez nada. Como sabia que precisava de ajuda? Está me seguindo? - Arregala os olhos para mim.

- Claro que não, estava por acaso aqui perto. Melissa combinou comigo e não apareceu somente isso.

- Sei. - Arqueia a sobrancelha.

- Você se da importância demais, senhorita Alyssa Watson. Agora tenho que ir, uma ruiva deliciosa me espera. Ah, e a policia está chegando.

De costas posso sentir seu olhar fuzilando-me, não contenho e abro um sorriso vitorioso. Mas para minha surpresa, o homem da outra noite está saindo da boate com outra jovem ao seu lado e os seguranças.

Escondo-me rente a beirada do prédio, e em seguida um carro de luxo estaciona na calçada e o motorista desce para abrir a porta traseira.

Todos entram rapidamente, inclusive os seguranças. Memorizo a placa do automóvel, usando a técnica de memória fotográfica, analiso as características físicas do motorista para consultar no banco de dados de procurados do FBI. Cada detalhe é importante.

"Cabelos negros, encaracolados, pele clara, cavanhaque, porte mediano e com uma cicatriz na mão direita." Com essas informações, não será difícil encontrá-lo.

O som e a luz do girofole de polícia ilumina a rua deserta, saio do esconderijo e passo ao lado da viatura, acenando. Certifico-me que não terei mais nenhuma surpresa, e retorno ao apartamento indo direto até o quarto.

DYLAN - Meu agente ( SÉRIE MEU - VOL2)  DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora