Cap 51

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Paulo Pov

O garotinho que Thales adotou eu tinha um tanto de aversão, não sei se foi pq vi o garoto com aquele cara que Thales tava ou pelo motivo que eu não era pai dele oficialmente. Meu namorado nunca tocou nisso e também nunca falei nada. Nunca dei tanto dengo, carinho pro menino, sempre deixava ele um pouco de lado porém também nunca tratei mau.
Em uma das noites Romeu doente, com gripe, tava chorando, olhei pra Thales e cutuquei ele.

- Amor? Amoor? Teu fi... Romeu!

Ia falar "Teu filho" mas se Thales acordasse escutando isso, talvez íamos discutir. Por sorte não aconteceu. Revirei os olhos e sai resmungando.

- Nem meu filho é de fato, agora tenho que cuidar.

Peguei o remédio que tava na caixinha de medicamentos, fui na cozinha fiz o mingal dele, provavelmente ele também estaria com fome. Fui pro quarto dele, dei o xarope e o mingal.

- Agora dorme ta meu anjo? Preciso voltar a dormir. Seu pai também ta cansado! Beleza meu amorzinho?

Ele assentiu, me deu o copo, cobrir o menino direito, logo me sentei na cadeira pra esperar a criança dormir.

- Deita comigo papai?

Balancei a cabeça negativamente.
Peguei um urso e lhe dei.

- Abraça isso, melhor.

Peguei meu celular e fiquei olhando, o garotinho ficava me olhando um tanto sério.

- Ta com dor Romeu?

- Nãã...

Os olhinhos dele tavam cheinhos de lágrimas.

- Você tá bem?

- Quero papai Thales!

Assenti.
Quando cheguei no corredor, repensei no que tava fazendo, se aquilo era certo ou não. Fui pro quarto e chamei por Thales, que tava num sono gostoso, podia perceber so pela forma que ele tava dormindo. Cheirei seu pescoço e dei um beijinho.

- Amor?

Passei a mão por sua costa alisando.

- Amor? Romeu!

Thales levantou desesperadinho dizendo

"- O que aconteceu com ele?"

Rir

- Calma! Ele so ta enjoadinho pela gripe e tá chamando por você, vai lá amor.

Passei a mão no rosto dele e lhe dei um selinho.

- Vai lá com a criança!

Ele assentiu e disse

"- Você deu remédio? O mingal?"

- Sim amor! Relaxa.
Assim que Thales saiu, deitei na cama e fiquei olhando pro forro do quarto. Queria ter um filho, seria uma realização, mas desse jeito parece que faltava, certo que era quase que casado, já morava junto e ele tinha dado permissão que o menino me chamasse de "papai", mas "martelava" na minha cabeça que o guri não era meu filho de fato, não é sobre o biológico e sim sobre registo... Ok, registro é só uma folha onde consta o nome do filho, dos pais, avós e essa coisa toda, não deveria ligar pra isso tudo mas me inquieta.
Thales voltou de algum tempo, ainda estava acordado pensando, ele encostou a cabeça no meu peito, passou o braço em minha volta, acariciei seu cabelo.

- Talvez pudéssemos ter outro filho, o que acha?

Falei com um tanto de receio da sua resposta.

- "Ih, pirou? Já temos o Romeu, quem sabe mais a frente..."

Balancei a cabeça negativamente.

Pov Thales:

A chegada de Romeu em minha vida se tornou algo incrível, eu sempre quis ser pai e ele chegou em ótima hora. Além disso, minha mãe começou a lidar bem melhor com a família que eu estou construindo, tanto que volta e meia almoçamos juntos, conversamos, nos abraçamos. Meu consultório havia sido reformado e aumentado, e quando eu não estava nele trabalhando, eu estava em casa, ajudando e brincando com o Romeu, treinando na academia de casa, cozinhando, lendo, descansando ou na companhia do meu namorado.

Sendo sincero, tendo a vida que eu sempre quis - claro, com novas metas para conquistar, mas ainda sim, realizado em praticamente todos os requisitos.

Após ter ficado ninando o Romeu no quarto, o fazendo dormir eu voltei pro quarto. Me alinhei no abraço do meu namorado, e marido, mesmo que no papel ainda não fosse, mas pra mim já era. Assim que neguei sua pergunta, eu fechei meus olhos e o silêncio se instalou.

- Mas por que isso agora amor? Não tá feliz só com o nosso filho?!

Questiono e o encaro sério.

- "Não é isso, eu hein, eu só queria saber sua opinião, mas é melhor mais pra frente mesmo"

Ele retruca, o que não me convence nem um pouco, mas como eu estava cansado demais acabei deixando de lado, amanhã eu falaria disso melhor. Fechei meus olhos novamente e logo o sono veio.

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