et les souvenirs

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galera, antes de vcs lerem quero avisar que esse capítulo é triste, pois fala como o tony se sente mal com a situação de vida dele :(
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et les souvenirs 

Anthony nunca teve realmente sua vida planejada. Ele apenas fazia os movimentos de acordar e de voltar a dormir.

Toda manhã, por longos vinte e seis anos, ele acordaria com seu celular despertando em seu criado mudo. Ele iria apertar a função "soneca" por alguns minutos, até que alguém (sua mãe ou Pepper, ou até Morgan) deixassem claro que o sol já havia saído de seu esconderijo.

O chão de seu quarto estaria uma bagunça, enquanto ele apenas procuraria por seus jeans e por uma camisa. Geralmente seria o mesmo jeans preto, com a camisa que ele tinha desde que era mais novo. Sua vida era o resumo de rotina. Nos dias de hoje, ele entraria em pânico sobre o que iria dar para Morgan comer, ou se ela estava pronta para outro dia estressante no jardim de infância (note o sarcasmo).

Ele estava solitário naqueles dias, e aquilo não era bom. Tony estava sentado no telhado do complexo de seu apartamento, com os pés balançando próximo à beirada. Seus olhos castanhos estavam olhando para as luzes da cidade de Nova York. Aquela era realmente a cidade que nunca dormia, até mesmo às 3h da manhã de uma manhã de domingo.

Tony voltou a criticar sua vida. Depois de estar vestido, ele teria certeza de que Morgan já estava de pé, e voltaria para o banheiro. Ele ficaria em frente ao espelho sujo por vários minutos. Ele começa a entender porque as pessoas não o amam - ele é uma bagunça. Ele se esquece de pentear o cabelo, se esquece de comer, se esquece de se cuidar. Ele faz piadas doentias e se esquece de lembrar as pessoas de que ele as ama e que se importa com elas.

Depois daquilo, ele iria se curvar para baixo, jogando água em seu rosto, e depois escovar os dentes. Seus dedos pequenos passariam por seu cabelo, quando ele silenciosamente debatia quando deveria corta-lo. Morgan provavelmente iria até o banheiro naquela hora, "Papai, eu estou com fome," ela iria choramingar, puxando na bainha de sua camisa.

Tony olhou para baixo. Sua mente estava realmente cheia com muitos pensamentos, ele só estava triste. Não havia razão, não havia uma rima para aquilo. Ele não conseguiria pensar em algum verso ou frase para descrever. Ele só estava triste, e às vezes, ele não precisava ter uma razão para isso.

Ele faria um pouco de waffles congelados para os dois, um pouco mais tarde, pegando um pote com mini cereais de chocolate, derrubando um monte na tigela roxa preferida de Morgan, conhecendo a maneira como ela enchia seu café da manhã de chocolate.

Eles se sentam à mesa que ele comprou por setenta dólares, cheia de desenhos de pênis e letras de música escritos nela por seus amigos, depois que eles haviam bebido demais. Ele teria certeza de que Morgan escovaria os dentes, antes de sair.

Tony chegou mais perto da borda, com suas calças de pijama subindo até suas coxas, e ele ainda pensava em pular. Ele pensou em ficar em queda livre até cair no chão. Ele não tinha muito pelo que viver, mas tinha Morgan para cuidar, e era suficiente para ele.

Ele levaria-a até a escola, logo em seguida, e ele já havia ficado envergonhado por alguns motivos. Um deles, muitos pais perguntavam se ele era irmão de Morgan, e dois, ela se vestia com tutus e camisas de banda, geralmente cheirando à fast food, assim que ela murmurava alguma música do Led Zeppelin.

Mas, ei, ele havia feito aquela criança, e estava orgulhoso.

Depois de confirmar que a pequena morena tinha sua lancheira, mochila, e uma toalha para a hora da soneca, Tony voltava para casa para ficar pronto para seu trabalho. Todo dia era daquele jeito, e adivinha? Ele está cansado, está exausto, ele está esgotado. Tony fica em pé por horas, colocando caixas em sacolas, e caixas em prateleiras.

Ele deixa Nat falar sem parar sobre o cara com quem ela está saindo naquela semana, e ele não se importa, ela tem o direito de namorar quem ela quiser, quando ela quiser, pelo tempo que ela quiser. Ele gosta muito de Nat, ele vai até os pequenos shows dela nos dias de semana em que não está com Morgan. Tony certamente não quer que sua filha fique exposta para homens bêbados tão cedo.

O rapaz de vinte e seis anos acha que já é hora de entrar quando as luzes do clube que fica há algumas quadras longe se apagaram, mas ele se encontra curtindo a brisa de novembro. Ele sabe que logo a neve vai começar a cair, as jaquetas vão sair do armário, e ele não conseguirá ficar no teto por muitas horas. Todos precisam de um lugar onde possam se sentar e limpar sua mente, é melhor do que viver uma guerra em sua cabeça.

Tony passaria o resto de seu dia com Morgan, jogando Mario Cart quando ela estivesse acordada, Call of Duty quando ela estivesse dormindo. Ele deixaria a garota lanchar biscoitinhos, quando ela deveria comer os biscoitos de cereal e água e sal que sua mãe mandava para a semana. Ele não tem mais dias animados, e isso lhe deixa frustrado.

Ele não deveria ficar animado cada vez que Steve é chutado para fora do apartamento dele. Ele não deveria ficar animado cada vez que Curtindo a Vida Adoidado começa a passar na televisão. Mas ele fica.

Ele passa suas noites em sua cama fria, sozinho, desejando que houvesse alguém para abraçá-lo apertado, mas não há. Ele tem vinte e seis anos, e a maioria dos seus amigos ainda nem pensaram em ter filhos e ele já tem uma criança de cinco anos!

Tony recua no telhado, ficando em pé. Algumas pessoas desejam a morte, mas Tony se vê orando por ela.

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eu sei que isso é só ficção, mas se alguém se identificar com o tony e precisar conversar, eu estou aqui okay?

e pra compensar essa tristeza, os próximos capítulos são bem mais felizinhos... rs

beijo :)

the boy with the white eyes ♡ stonyOnde histórias criam vida. Descubra agora