jusqu'à lundi

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jusqu'à lundi

Tony estava com uma mão no volante, e com a outra em seu celular, assim que tentava mudar a playlist sem bater seu carro. "Você está com humor para o quê agora?"

"Cheeseburguer."

"Eu estava perguntando sobre música, mas tudo bem," ele deu uma risada leve, olhando para sua filha pelo espelho retrovisor. Os dois ainda estavam mais ou menos meia hora longe de chegar até a casa de Pepper. Tony não ligava muito para a viagem estando com Morgan ao seu lado, o problema era só que uma viagem de quatro horas era razoavelmente difícil.

"Podemos ligar para o tio Rhodes?" Morgan perguntou, "Eu sinto falta dele."

Tony riu para ela, "por que você sente saudades de todo mundo, menos de mim?" Ele lançou o celular para ela, no banco traseiro, ainda mantendo o cabo auxiliar conectado ao rádio.

A menina de cinco anos riu para seu pai, rolando o dedo pela tela de seu celular pelos contatos, como se já tivesse feito aquilo milhões de vezes. Tony diminuiu a velocidade, já que havia saído da rodovia e havia chegado às ruas principais. Ele já havia feito aquele caminho por cinco anos agora, no sol, na chuva, na neve. Ele reconhece todas as casas e árvores.

"Alô?" A voz de Rhodes preencheu os alto-falantes.

Tony esticou sua mão, pegando seu telefone novamente, "Hey, Rhodey, maguna sentiu sua falta."

"Aw, bebê," ele deu um pequeno risinho, fazendo com que Morgan risse também, "Eu estou no meio de uma reunião agora, mas eu tenho um pouco de tempo enquanto eu estou arrumando os slides."

Rhodes foi o melhor amigo de Tony enquanto ele crescia, e foi o primeiro a se mudar para Nova York. Ele tinha apenas dezesseis anos quando a carreira de empresário começou a avançar. Tony sempre se sente um pouco constrangido perto de Rhodes. Ele tinha um emprego muito bom, era bem sucedido e vivia sereno sem muitas preocupações. Tony era praticamente o oposto.

"Eu só errei uma palavra no meu teste de soletração hoje" Morgan informou ao homem de vinte e oito anos.

"Olha só para você!" Rhodey comemorou, "você vai ultrapassar a educação do seu velho, logo!"

Morgan começou a contar para Rhodes sobre sua semana na escola, sobre seu professor malvado que disse a ela que meninas pequenas não podiam ser 'punk rock'. Tony gostava da maneira com a qual o rosto dela se iluminava quando ela falava de escola, e ele espera que isso nunca vá embora.

Enquanto crescia, Tony nunca valorizou sua educação, não era sua culpa. Na época em que ele estava na escola, não era sobre aprender alguma coisa, e sim passar de série. A escola destruiu a pessoa que ele deveria ser, de alguma forma. Tony poderia ter feito coisas incríveis, pois era um gênio em exatas! Mas tudo aquilo o impediu de conseguir o que queria, muito rapidamente. Ele colava nas provas porque a escola havia acabado com a emoção que era aprender.

Ele teve que recriar a pessoa que era, e ele ficou perdido por muito tempo. Então, com certeza, ele tinha uma vida decente. Dois pais afluentes que o amavam, mas sempre tinha uma guerra ocorrendo em sua cabeça, a qual ele teve que superar assim que trouxe Morgan ao mundo.

Rhodes contou à dupla sobre a nova garota que havia conhecido, Tony apenas repreendendo-o algumas vezes por insinuar algumas coisas na frente de sua filha.

Ele estacionou na frente do complexo de Pepper alguns minutos depois, cada casa tinha mais ou menos dois terrenos, com cercas de ferro de mais ou menos dois metros em frente de cada. Ele ainda não descobriu como ela conseguiu aquilo tudo, enquanto ele malmente conseguia manter seu apartamento. Tony supõe que é apenas a diferença entre graduar na universidade e graduar no ensino médio. Entre uma editora de uma revista sobre casamentos e um empacotador de supermercado. A diferença entre ela e ele.

[...]

Bucky bateu sua cabeça na mesa da cozinha, "Eu só preciso que você saia por uma hora, no máximo," ele implorou a seu colega de quarto, uma vez mais.

O loiro olhou em sua direção, no geral, seus olhos claros não estavam focando em nada, "isso não é justo, por que eu tenho que sair só porque você quer pegar uma garota?"

"Porque é estranho quando você está, tipo, no quarto ao lado!" Bucky jogou suas mãos para o alto, esquecendo mais uma vez que Steve ainda não conseguia vê-lo.

"E aonde eu vou?!" Ele gritou. Era raro que Steve levantasse sua voz, ele tentava ficar calmo em todas as situações. É estressante quando ele tem que brigar com Bucky, porque um dia aquilo pode se tornar físico, e Steve se sente inútil, mesmo sendo forte. Ele não pode se defender sozinho, ele ainda bate em si mesmo acidentalmente, pelo menos uma vez por semana.

"Vá ficar lá fora, ou vá numa cafeteria, chame alguns amigos," o garoto cabeludo ofereceu opções, sabendo que Steve congelaria até morrer, não gosta de café, e não tem amigos.

Steve engoliu um nó em sua garganta, ele não sabia se estava chorando ou não, mas ele sabia que estava a ponto de chorar. "Tudo bem," ele se levantou, contando os passos desde a mesa da cozinha até chegar à porta. Depois de viver naquela específica unidade de apartamento por dois anos, ele sabe onde cada curva, cada aresta com ponta e cada marca está.

O piso de madeira estava frio em seus pés assim que ele abriu a porta da frente do apartamento e pisou no tapete do corredor, e ele secretamente desejou que Bucky saísse e se desculpasse, mas ele sabia que isso nunca aconteceria.

Tony caminhou para fora do elevador, saindo em seu andar. Ele conseguia ver seu vizinho sentado no chão, suas pernas cruzadas como uma criança em um jardim de infância. Steve era um cara atraente pra caralho, na opinião de Tony. Ele tinha uma mandíbula definida, com ombros bem largos, e era bem gostoso.

"Você está bem?" o garoto mais velho perguntou, assim que alcançou seu apartamento.

"Sim," Steve disse suavemente, "Me desculpe, mas quem é você?"

Tony deu um tapa em seu rosto, "me desculpe, eu sou o Anthony, minha filha praticamente te atacou algumas noite atrás." Ele destrancou sua porta, colocando suas chaves e celular na mesa de centro, mas ainda assim ficou na entrada da porta, olhando para o pobre estudante cego. "Você está trancado para fora?"

"Não, Bucky tá fodendo uma garota," ele suspirou, passando seus dedos por seu cabelo loiro.

Tony coçou sua barba, "você quer entrar?"

Ele sorriu, "Está tudo bem. Sua filha está em casa? Eu gostei dela."

Tony deixou seus sapatos na porta, tendo certeza de não se trancar para fora novamente. Ele se sentou próximo a Steve, "ela está com a mãe dela, você não vai ter que se preocupar com o choro dela, hoje à noite," ele deu um pequeno riso.

Steve conseguiu sentir a presença de Tony próximo a ele, ele estava irradiando calor, e cheirava como uma colônia forte. "Eu realmente não ligo, eu nunca fui uma pessoa que dormia no horário certo, eu estou na faculdade, no final das contas."

Tony estava fascinado pelos olhos de Steve, e ele entendia porque Morgan não parava de falar deles. Eles eram de um tom de azul que ele não conseguia nomear, tão claros que eram praticamente brancos. Ele nunca ficava focado em uma única coisa, apenas olhando para frente o tempo todo. "Se você alguma vez precisar ficar longe do seu amigo lá, é só bater na porta, eu quase sempre estou em casa."

Steve sorriu, esticando sua mão para tocar o denim dos jeans de Tony, "obrigado. Vou deixar isso em mente."

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Talvez vocês estejam achando meio parado, mas eu juro que vale a pena continuar lendo, essa história é incrível :(

Só precisa ser bem desenvolvida, mas continuem acompanhando, juro por stony que vai valer a pena.

E não se esqueçam de votar!!

Beijo <3

the boy with the white eyes ♡ stonyOnde histórias criam vida. Descubra agora