embrasse moi

673 76 50
                                    

embrasse moi

Tony estava caminhando de volta para seu quarto, depois de ter colocado Morgan para dormir, quando alguém bateu à sua porta. Ele inclinou sua cabeça para o lado, não sabendo quem precisaria dele às dez e vinte da noite, numa quarta-feira.

Ele olhou para suas roupas - um moletom azul escuro, e uma camisa da Universidade da Califórnia. Essa pessoa misteriosa era importante o suficiente para que ele colocasse roupas de verdade?

Ele achou que então, já que teria que se trocar, deixaria a pessoa esperando um pouco. Tony entrou em seu quarto, colocando a sua calça jeans que ele havia usado no dia anterior em suas pernas, e abotoando-as assim que ele caminhava pelo corredor.

Através do olho mágico ele conseguia enxergar o cabelo loiro em um topete alto. Ele abriu a porta, sorrindo para o garoto que parecia que não conseguia dormir em dias, "oi você." Steve caiu nos braços de Tony, abraçando-o apertado, "eu tive um dia ruim."

Tony segurou Steve ainda mais forte, rindo levemente "quer ficar aconchegado?" Ele cheirava a spray de cabelo e comida chinesa.

O mais novo assentiu o quanto podia, com seu rosto ainda enterrado ao suéter do moreno. Ele ficou em pé direito enquanto Tony pegou sua mão, arrastando-lhe para dentro de sua casa aquecida, e fechando a porta atrás deles.

Tony levou os dois até o sofá, e eles se sentaram em lados opostos do lugar com dois assentos. Por causa do fato de que as pernas de Steve eram do tamanho de Montana, seus joelhos estavam encostados um ao outro. Tony descansava suas mãos ao lado de sua cabeça, "pode colocar tudo para fora, garoto."

O rosto de Steve caiu levemente assim que ele foi referenciado como "garoto". Ele tinha uma enorme queda no rapaz que cheirava à pizza em qualquer hora do dia. Ele não tinha certeza se Tony estava segurando sua mão porque Steve era cego, ou se ele gostava do sentimento de ter suas mãos interligadas.

"Minhas aulas são tão difíceis, Tony, eu comecei a chorar desesperadamente três vezes hoje, só porque nada fazia sentido. Elas me fazem sentir como se eu fosse um idiota." Ele manteve sua voz baixa, porque sabia que Morgan estava em casa, e provavelmente dormindo.

"Você não é um idiota, eu sei que não é." Tony queria saber o que dizer, ele havia sido um estudante também, ele sabia o que era ficar relendo uma mesma matéria por quatro horas e ainda assim não entender nada. Ele poderia facilmente escrever uma tese inteira sobre seu ódio pela educação, ela causava mais uma dor eterna do que conhecimento eterno.

"Eu só me sinto sempre como um. Eu tenho tanto estresse para conseguir esse programa de PhD, eu não posso estragar tudo agora."

Tony pôde ver a postura de Steve caindo cada vez mais enquanto ele continuava falando sobre o constante medo de falhar em que ele vive. Ele esticou suas mãos na direção do garoto cego, puxando-o para mais perto. Tony se encostou para trás, no sofá, colocando o menino de quase dois metros em cima dele, e assim eles ficaram em uma posição propriamente de quem ficava aconchegado.

Ele envolveu suas mãos, cobertas por seu suéter, em torno dos ombros largos de Rogers, abraçando-lhe ainda mais do que qualquer outra vez que já havia feito. "Eu sei que é difícil," ele interrompeu o garoto que estava divagando por mais de cinco minutos, "eu sei que é, acredite em mim. Mas, eu também sei que você tem que passar por isso. Faça isso pelo seu futuro, eu fodi com o meu futuro, e eu não vou deixar você fazer isso com o seu."

Steve deixou escapar um soluço pesado, sem ser mais capaz de segurar. Ele conseguia sentir as cascatas de lágrimas caindo de seus olhos sem cor e caírem no suéter de Tony. Ele conseguia sentir a umidade em torno de suas bochechas e nariz enquanto ele não conseguia parar de chorar.

Tony não disse mais nenhuma palavra, apenas pressionou suas pontas dos dedos sobre as costas de Steve, fazendo círculos apenas como ele fazia quando Morgan não parava de chorar. Steve tentou se concentrar nos movimentos lentos que estavam sendo pressionados em suas costas, mas ele não era conseguia.

Ele precisava deixar tudo aquilo sair, ninguém havia segurado-o ou se importado com ele verdadeiramente faziam muitos anos. Ele chorou por estar vivo, ele chorou por estar com medo, chorou por ele mesmo. Ele chorou por ter ficado bravo e querer mais. Por estar bravo e triste.

Ele posicionou seu queixo sobre o peito de Tony, fechando seus olhos. Ele chorou por desistir, por sobreviver, e por morrer. Steve sente que ele vem morrendo desde o momento em que nasceu. Isso não é vida para ele, é morte. "Eu sinto muito," ele disse em meio a soluços, "eu só preciso de alguém com quem falar."

"Eu disse que eu vou estar sempre aqui," Tony sussurrou novamente, "mesmo que você esteja derramando ranho no meu suéter favorito."

Steve riu, e aquilo fez os dois sorrirem. A risada de Steve poderia preencher um cômodo, fazer dias escuros ficarem iluminados. Tony pegou a manga de sua camisa, limpando o botão do nariz de Steve e então secando seus olhos.

"Eu sei que você vai sair dessa vivo, babe. Você vai ganhar meio milhão por ano, e eu provavelmente ainda vou estar trabalho no Much182," ele brincou, esperando ver o loiro sorrir de novo.

Ele não esperou sentir as mãos de Steve em sua boca, traçando o formato, seguido por um Steve se levantando um pouco sobre Tony, e seus lábios se encontrando. Ele não esperava que as mãos frias de Steve fossem colocadas em suas bochechas, segurando-o perto e cada vez mais perto. Ele não esperava que ele mesmo fosse beijá-lo de volta, colocando mais sentimento e abraço do que ele já havia feito com qualquer um.

E então ele separou suas bocas por alguns segundos, "tudo bem em fazer isso?" Steve perguntou suavemente, uma pequena linha de saliva separando as bocas dos dois.

Tony respondeu com suas mãos descendo um pouco para apertar a bunda de Steve, e então conectando seus lábios novamente. Steve não sabia o quão eram suaves os lábios de Tony, o oposto de seus lábios rachados.

Em momentos como aquele era que Steve pensava o quanto ele precisava muito que sua última cirurgia desse certo. Ele queria poder ver a maneira como Tony se movia contra ele na (que ele espera que seja) sala de estar escura.

Uma vez que Steve começa a mover seus quadris contra os de Tony, roçando suas virilhas juntas, é quando o primeiro gemido de Tony escapa. "Vamos com calma, lover boy," ele sussurra depois, dando um selinho na boca do loiro.

Rogers deita sua cabeça um pouco mais para baixo, ouvindo as batidas do coração de Tony assim que seu peito sobe e desce. "Obrigado por existir, eu acho que eu realmente preciso de você na minha vida."

Tony sorriu, descansando suas mãos no final das costas de Steve. Era realmente bom se sentir desejado.

the boy with the white eyes ♡ stonyOnde histórias criam vida. Descubra agora