Capítulo Quatorze: É Tarde Demais

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Henry passou todo o curto caminho da boate até seu apartamento em silêncio e olhando pela janela do carro, não se incomodou em tentar explicar qualquer coisa a Jenny ali. Conversariam quando chegasse em casa. Ao chegarem ao apartamento, ele abriu a porta e ela entrou na frente. Ele ainda trancava a porta quando sentiu algo passando bem próximo à sua orelha. Olhou para o chão e viu o belo bracelete de brilhantes que tinha dado à Jenny no chão. Abaixou-se e pegou-o com calma, aquilo era um péssimo sinal. Não que achasse que a conversa seria fácil, mas pelo jeito seria pior do que imaginara. Virou-se lentamente, apenas para se deparar com uma mulher que estava visivelmente ferida e furiosa. Respirou fundo e falou com o máximo de tranquilidade.

- Por que jogou isso em mim?

- Você sabe muito bem o porquê. – Jenny bufava, estava com ódio e seu corpo tremia. Queria gritar e chorar, mas não faria nenhum dos dois. – Há quanto tempo você tem um caso com aquela mulher, Henry?

- Que mulher? Eu não tenho caso com ninguém. Você está maluca. – Retrucou ele.

- Não se faça de desentendido e nem me tire como idiota. Há quanto tempo?

- Jenny, eu não tenho caso com ninguém. Eu nem sei de quem você está falando. – Ele se aproximou dois passos dela, que deu dois passos para trás.

- Eu vou reformular a frase. – Ela falou sarcasticamente. – Há quanto tempo você me trai com a Natalie, Henry?

- Você só pode estar ficando louca! De onde você tirou isso? Eu mal conheço aquela mulher. Jenny, não faz isso. Você não é esse tipo de mulher maluca. – Ele falou cinicamente. Não queria mentir, mas não queria falar a verdade, tampouco.

- Henry, você passou o tempo todo de mal humor. Você olhava pra ela com o Ethan como se quisesse matar alguém. Eu te conheço o suficiente para saber que você estava com ciúmes. Então para de me tirar de idiota e me diz. O que está acontecendo entre você e essa tal Natalie?

- E eu já disse que mal conheço aquela mulher. Eu estava com dor de cabeça, por isso estava de cara fechada. E o Ethan estava ali, largando a Emily que foi como companhia dele. Por isso eu estava com a cara fechada. Não está acontecendo nada entre mim e ela. E se você insistir nisso, eu vou ter certeza que você está maluca. – Mais uma vez mentiu e nem ele entendia o porquê. Afinal de contas, seria muito mais simples falar a verdade.

- Nunca mais, você está me ouvindo bem? – Ela andou na direção dele com o dedo indicador em riste. – Absolutamente, nunca mais na sua vida ouse me chamar de maluca.

- E o que você quer que eu diga. Você surta do nada, está imaginando coisas. Quer que eu ache que você não enlouqueceu?

- Henry Davies... entenda o seguinte. Eu terminar com você a esse ponto, é inevitável. Mentir pra mim só vai piorar. Agora, se continuar me chamando de louca, além de tudo eu vou perder o respeito que tenho por você. – Os olhos de Jenny estavam frios como duas pedras de gelo, seus lábios volumosos estavam pálidos e finos de tanto que ela os contraía. Estavam agora frente a frente, o dedo dela quase no rosto dele. – Então, eu vou perguntar mais uma vez. E se você ousar me chamar de maluca ou mentir pra mim, eu vou enfiar a mão na sua cara, para você entender que eu não sou idiota. – Ela chegou mais perto, porém ele não se mexeu. – Você conhece a Natalie, não tem como negar. Você a olhava com desejo e ao Ethan com ódio. Não tem como negar. E eu posso ser loira, mas estou muito longe da piadinha clichê de ser burra. Me diz de uma vez. Desde quando você tem um caso com a Natalie?

- Eu não tenho caso nenhum com a Natalie. – Ela falou resignado.

Foi instantâneo. Ao ouvir aquelas palavras Jenny não se controlou e sua mão voou direto na face esquerda de Henry, que mesmo com o aviso prévio, não esperava que realmente acontecesse e não conseguiu evitar o impacto. O tapa fez com que Henry virasse o rosto, o som foi alto e estalado. A palma da mão de Jenny ficou vermelha. Tão vermelha quanto a marca no rosto dele.

KismetWhere stories live. Discover now