Capítulo Sete: Mais do Que Parece Ser

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Quando acordou naquela manhã, Jenny estava com o corpo quase todo sob o de Henry. Ele a abraçava tão forte que teve dificuldades para se desvencilhar. Achou aquela atitude doce, porém um pouco estranha. Apesar de ele ser um namorado carinhoso e atencioso, nunca foi muito grudento. Nos últimos meses estava menos ainda, distraído, irritado. Até o sexo, que sempre foi ótimo, tinha caído de qualidade. As coisas não iam nada bem e tinha certeza que ele terminaria com ela. E por mais que ela fosse uma mulher jovem e independente, era sem dúvidas completamente apaixonada por aquele homem. Desde a primeira vez que o viu. Estava na festa de casamento de Heather e Charles, havia sido dama e ele padrinho. Como eram os únicos completamente solteiros entre os padrinhos e madrinhas, acabaram sendo colocados como par. Conversaram pouco antes da cerimônia, apenas se encararam no altar. Ela nem acreditava que ele a olhava. A verdade é que algumas das amigas já a haviam alertado sobre o tal "amigo do Charles" que era lindo, mulherengo, mas dificílimo de conseguir. O que para ela parecia um paradoxo. Como um homem poderia ser difícil e mulherengo ao mesmo tempo? E quando o conheceu entendeu o que as amigas quiseram dizer. Ele era do tipo que flertava descaradamente com todas as mulheres solteiras, ou não, da festa. Gostava de seduzir e se mostrar o "macho alfa" do local. Porém não aceitou as investidas de ninguém, todas as mulheres que tentavam avançar além do flerte não tinham sucesso.

Por precaução, e aviso de Heather, ela preferiu não se aventurar. Como foram colocados lado a lado, em várias ocasiões só tiveram um ao outro com quem conversar, e apesar de ele flertar com quase todas as mulheres da festa, a conversa entre os dois acabou evoluindo. Eles tinham muitos gostos em comum e apesar de trabalharem em ramos completamente diferentes, era interessante como conseguiram se conectar. No entanto, Jenny não criou nenhum tipo de esperanças em relação a Henry. Era jovem, não burra, sabia muito bem que deveria fugir de homens como ele. E foi só quando ela já se preparava para ir embora que ele a seguiu e pediu seu telefone. Eles trocaram números, mas ela não esperava que ele ligasse. No dia seguinte, depois que o efeito da bebida passasse, ele nem se lembraria dela. Demorou cerca de três dias para que ele ligasse, ela ficou surpresa por ele ter sido tão formal. Pra ser sincera estava acostumada a convites informais através de mensagens de texto. Mas aquele não era o Henry, ele usou de todo o seu charme ao ligar e a convidar para jantar. Ela escolheu o restaurante e, mesmo que ele tenha insistido em busca-la em casa, ela preferiu encontrar com ela diretamente no local. Apesar de odiar chegar atrasada, fez questão de deixa-lo esperando. E valeu à pena, já que quando ela entrou no restaurante o olhar dele se iluminou. Também pudera, Jenny era uma mulher jovem e bonita, que sabia usar os atributos que tinha.

Uma jovem de 24 anos, loira, com cabelos muito compridos, um metro e setenta, pesava sessenta quilos muito controlados com longas corridas que praticava desde a adolescência, quando chegou a ser selecionada para o time de atletismo da escola na qual estudava. Seus belos olhos azuis e lábios volumosos harmonizavam bem dentro de seu rosto de formas delicadas. Seios volumosos, mas não muito grandes, cintura muito fina e quadris bem torneados e estreitos. Passou parte da vida ouvindo que deveria ser modelo ou que era muito bonita para trabalhar, que deveria casar. Porém nunca se contentou, sempre gostou de estudar e construir seu próprio caminho. Era uma mulher bonita e que sabia usar os atributos em favor próprio, porém era, acima de tudo, uma mulher independente e inteligente.

Para o primeiro encontro dos dois ela havia usado um belo vestido preto de camurça, meia manga e que ia até a altura de suas coxas, não quis estar arrumada demais e optou por tênis, ao invés de salto. Queria seduzi-lo, mas também queria mostrar que não tinha tanto interesse assim. E ele que tivesse algum trabalho. Ele estava impecavelmente vestido, cardigã cinza, calças de alfaiataria. Tudo milimétricamente calculado. Na época ele usava uma barba que era volumosa, mas estava perfeitamente aparada. O que o deixava ainda mais sexy. Tiveram um jantar agradável, haviam rido e conversado. Ele a levou em casa e marcaram de sair novamente. E assim o fizeram. Saíram de novo e de novo, até que estavam namorando. Com pouco mais de três meses que estavam juntos. Ele era um homem elegante, a levou para jantar e depois um show de jazz. Nesse dia a pediu formalmente em namoro, outra coisa rara, mas que era normal para ele. E agora, quase dois anos inteiros depois do ocorrido, ainda estavam juntos. Mas sentia a chama apagar-se aos poucos.

KismetWhere stories live. Discover now