Emaranhados de duvidas

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Ele se mantinha calado, o copo térmico de café na mão ajudava a mantar-se acordado, sua mãe estava abraçada a ele ainda. O braço forte do filho a envolvia de forma acolhedora e reconfortante num abraço aconchegante. Goku não se preocupou muito aos detalhes, não faria diferença. O pai teve uma ruptura do baço. Provavelmente mais uma de suas competições desportivas. O velho, mesmo afastado continuava a treinar e lutar, nunca pararia. Era o amor dele e sua mãe a amante sem dúvidas, mas dessa vez fora foi longe demais pelo visto.

Ele pensava em algumas coisas naquele instante, mas a preocupação não cabia somente a sua mãe. Embora tivesse a desavença com seu pai, nunca deixou de ama-lo, ou respeita-lo. A única coisa que ele as vezes se remoía mesmo que não se arrependesse era o fato de sua família praticamente sofrer aquela ruptura causada pelo preconceito.

—O que ele disse que não pode vir? – perguntou Goku de repente quebrando o silencio ao se referir ao irmão.

—Bom, ele está fora, está em missão. Falei com ele um pouco antes de ligar para você querido – respondeu Gine ao virar o rosto de frente ao filho e levou a mão gentil ao rosto dele.

—E... – Goku hesitou e respirou logo em seguida antes de continuar – como ele está?

—Ele conversa mais com seu pai do que comigo, sempre foi assim...e desde que se mudou para Chicago ele não é tão receptivo – Gine sorriu triste, odiava a família partida no meio como estava - ele ficou noivo mês passado, levou ela lá em casa, fizemos um jantar, ela parece ser uma boa garota – Gine comentou cabisbaixa fitando o chão incapaz de olhar nos olhos do filho por conta de um misto de sentimentos que a acometia naquele instante e sentia os olhos arderem ao prender as lagrimas que se formavam.

—Isso é... bom né? – disse Goku incomodado com a distância, com a ausência, as marcas ainda prevaleciam – qual o nome dela?

—Suno, parece uma bonequinha, e ele tão ogro – ela riu – não sei como conseguiu conquistar uma garota tão doce como ela, acho que ela está mais para você e a Kaori para ele.

—Ela era muito bruta mesmo – Goku sorriu, iria perguntar mais sobre as coisas, já que parecia um fardo ninguém falar com ele, parecia uma punição para a vida por ser errado e torto na visão do pai e do irmão, mas foi impedido pela entrada no médico na sala de espera.

—Senhora Son? – chamou e a mãe de Goku se levantou ainda aturdida da cadeira que estava sentada ao lado do filho – o senhor Son passou pela cirurgia de forma esperada, conseguimos reparar o ferimento e ele passou por algumas transfusões, ele se encontra sedado ainda e já estamos o transferindo para o semi-intenssivo até ele acordar, em breve poderá vê-lo, a enfermeira vira assim que ele estiver devidamente acomodado – encerra o medico

—Obrigada – fala a mulher ainda com a voz meia tremula e embargada. As lagrimas agora corriam soltas pelo rosto e ela pegou o cordão dourado que tinha um pequeno crucifixo de pedra e metal e apertou forte agradecendo as preces atendidas.

Ela volta então voltou a se sentar ao lado do filho.

—Ele vai ficar bem, sabemos o quão duro na queda ele é – Goku disse e a mãe o olhou com ternura e gratidão por ele tão prontamente está ali ao seu lado, mesmo com a briga que teve com seu pai.

—Eu te amo tanto querido – fala Gine – você tem tantos motivos para odiá-lo, principalmente depois de tudo que ele disse e fez, e mesmo assim, cá está você – falou com um notório amor e orgulho.

—Acho que aprendi bem com você, é tão gentil e afetuosa, sempre se preocupou em me ensinar a amar que acho que não perdi tempo ocupando meu coração com algo tão mesquinho quanto o rancor. A vida é tão boa pra se viver com ódio, não é? – Goku fala com certo carinho para a mãe.

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