Capítulo quatro

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15 de outubro de 1981:

Pensei que veria várias pessoas nesta mansão quando sai do meu quarto, ainda mais que já era um horário adequado para visitas, mas tudo que podia escutar era uma música ao longe, enquanto descia os degraus da escadaria central.

Era uma letra calma e que me fazia balançar a cabeça em sintonia com a voz melodiosa da mulher.

Lembrava aquelas músicas antigas com os clipes em chuva e uma sombrinha em mãos, dançando entre as pessoas que passavam.

Ou poderia ser a música que tocava quando o Capitão América dançava com a Peggy.

Havia quase o mesmo som e dava vontade de dançar, mesmo estando parada no último degrau.

Estalei meus dedos, enquanto ia em direção da música, discernindo os chiados da vitrola com a música em si.

O corredor extenso daquela mansão poderia ser comparado com o corredor no mercado perto de casa, nunca tinha fim e quando chegava, tinha outro.

Mas as janelas altas e amplas, me mostrava um belíssimo jardim e os quadros poderiam se mexer, mas eram quadros comuns que aposto que valia algum dinheiro.

Havia vasos, mas não continha nenhuma flor e agradecia por isso, minha alergia era forte quando tinha algo para incomodar meu nariz.

Parei de estalar os dedos, sentindo um cheiro gostoso de bacon e isso fez minha barriga roncar, afinal, havia acabado de acordar e ninguém veio me trazer um maravilhoso café da manhã como nos filmes.

Bom, se fosse em alguns livros que lia, poderia dizer que sou a pobre princesa indefesa, que está trancada em uma torre que tenho acesso à chave.

Mesmo já estando aqui pelo menos há uns cinco dias, ainda sonhava em ter um café na cama, ou pelo menos mais lugares para ir além do jardim, quartos e biblioteca.

Entro na cozinha, observando quão ampla e requintada era, com panelas brilhantes e talheres organizados.

Era tão limpo que os moveis brilhavam com a luz do sol entrando pela janela, me dava um pouco de inveja por não existir elfos na minha verdadeira realidade.

Mas o meu olhar foi em direção da pessoa que nunca imaginei estar fritando bacon, mas o que poderia dizer com essa visão? Apenas divina.

Músculos contraídos, um avental quadriculado no torso e cabelos bagunçados pelo sono, fazendo que a imagem séria e caótica de dias atrás, fosse apenas uma mera lembrança.

A voz parou e continuou soando o trompete, fazendo que tudo fosse estranhamente bom e nem mesmo o som da fritura deixava de ser ruim.

Era como se estivéssemos em Aristogatas... Amava aquele filme e posso ser a charmosa gata branca que esqueci o nome, afinal de contas, apenas lembrávamos de Marie.

_ Ficar parada observando os outro é feio. - Observou-me com aquele olhar risonho. _ Dia.

_ Não estava parada. - Aproximei-me. _ Estava o secando com os olhos e eles estavam se mexendo. - Riu soprado. _ Também quero. - Olhou o bacon e discordou.

_ Faça você mesma. - Fiquei chocada. _ O quê? Não sabe fazer um pouco de bacon? - Cruzei os braços.

Dessa vez minha blusa não era quase transparente, mas ainda agradecia por ele ter comprado novas roupas para mim, mesmo pedindo certas modificações.

A música mudou e me fez prestar atenção nela por um momento, e não na pessoa a minha frente.

Agora não existia apenas a voz da mulher, existia uma voz rouca e potente de um homem, poderia até mesmo imaginá-lo com um copo de whisky e um cigarro entre os dedos.

Uma Queda Inesquecível ~Tom Riddle~Onde histórias criam vida. Descubra agora