Capítulo cinco

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Observei a sala escura que continha potes com ingredientes estranhos, mas era melhor que ter cérebros ou pedaços humanos, como aquelas séries sobrenaturais.

Entretanto, seria interessante ter isso aqui, daria um ar mais sombrio a essa mansão, algo que percebi que não tinha.

Parei de observar a sala com pouca iluminação, apenas contendo algumas velas trêmulas pela nossa respiração, fazendo que esse lugar fosse misterioso (?)

_ O meu senhor parece gostar realmente de você. - Contraio o dedo ao tentar tocar em uma planta exótica. _ Não parece que está a manipulando, como pensou. - Não o respondi.

Apenas fui até ele, que esmagava uma planta roxa e o líquido não era normal, era verde, parecia mais vômito que pólen.

Apoiei minhas mãos na mesa e o vejo continuar fazendo o que deveria fazer.

Severus sempre foi uma pessoa rígida com os sentimentos, mas que tentava de tudo para salvar e ajudar aqueles em que confiava.

Algumas pessoas o odiavam e outras o achava uma pessoa incompreendida, mas apenas gostava de sua forma de pensar e agir.

Mesmo maltratando os alunos ou sendo estúpido, ele era um personagem excêntrico.

Bom, agora não era mais um personagem, era uma pessoa de verdade, de carne e osso, e não posso mais ler seus pensamentos em pequenos parágrafos.

Esperava que ele não estivesse tramando contra o nosso "Lorde", ou que não tenha segundas intenções em relação a tudo que viu.

Afinal, nessa época ele já era um agente duplo e suas respostas eram sagazes. Preciso tomar cuidado, ou posso apenas falar tudo que eu quiser.

_ Sei sobre o seu futuro também. - O vejo tremer, mas continuou a preparar a poção. _ Quer saber?

_ O Lorde não gostaria que você me contasse. - Discordei.

_ Ele já sabe de tudo e já falei para ele não fazer aquilo que foi destinado. - Ficou confuso e me olhou.

Aquele olhar profundo e intenso, me fez perceber que talvez todos fossem quebrados e era por isso que gostava deste lado.

Porque sou quebrada e mesmo não sabendo colar os meus sentimentos como todos já fizeram, consigo colar os pedaços dos outros.

Não sei se isso era uma benção ou uma maldição, já que nem os outros conseguiam me curar.

_ Você precisa esquecer do passado, Severus. - Colocou os ingredientes no caldeirão. _ Você já deve ter falado aquilo para ela. - Espalmou as mãos na mesa e ficou irritado.

_ Isso não a diz respeito. - Franziu a testa e alguns fios caíram em seus óculos.

_ Diz, porque o garoto que o seu senhor quer matar é o dela. - Seu olhar ficou desolado. _ Sabe o que aconteceria? O Lorde iria atrás do Potter, mataria James primeiro, mas quando chegasse no quarto do pequeno Potter...

_ Não! Ele sabe que eu a amo, não a mataria. - Gritou e isso me assustou um pouco.

_ Sim, ele sabe. - Deslizei meus dedos pela mesa, sentindo os vestígios de muco nela. _ Mas ela é mãe e morreria pelo filho.

_ Por que está fazendo isso? - Socou a mesa, fazendo tudo tremer.

_ Para você acordar para vida, não ligo se sua obsessão continuar até o dia de sua morte, mas você não levará o Lorde com você. - Cruzei os braços e ficamos nesse joguinho de ficar nos encarando.

Poderia gostar dele, mas meu personagem favorito continuava sendo a pessoa que me chamou para o quarto.

Amava os Sonserinos, poderia ficar encarando-os por gerações, mas prefiro os vilões que comandavam e não os subordinados.

Uma Queda Inesquecível ~Tom Riddle~Onde histórias criam vida. Descubra agora