Capítulo oito

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_ Isso é loucura, Mal. - Sabia que reagiria assim.

Acho que também reagiria se ela me contasse que caiu em cima da mesa do Severus – ou do Draco – enquanto tentava entrar no nosso hotel.

Talvez até mesmo cogitasse a internação em uma ala psiquiatra para que ela não se matasse ou fugisse.

Bom, isso me lembrava de Alyssa e Morfeu, enquanto a garota estava trancada em um sanatório no segundo ou terceiro livro... Merda, preciso reler aquilo.

Voltando ao assunto, provavelmente a Lufana não é louca, ou pensa que sou louca. Ainda bem!

_ Acho que a palavra loucura deveria ser trocada para: que merda você está falando? - Lety ria nervosa. _ Você caiu naquele lugar? Sério? - Levantou-se e começou a mexer nos meus cabelos.

Tentando ver se encontrava algum machucado ou lesão que dissesse que estava alucinando, nem mesmo a vovó estava acreditando nisso.

Mas se não fosse o pijama, o cheiro gostoso que não havia saído do meu corpo e a foto em meu celular, – que estava na mão da Lufana – também pensaria que estava alucinando.

_ Você sabe que não estou falando mentira. - A empurrei. _ E você nem é médica ainda para tentar me dar um diagnóstico.

_ Olha aqui, estou preocupada com você, você pode ser a mais velha entre nós, mas ainda sou a sua tia. - Suspirou, se sentando ao lado da vovó. _ O que você quer fazer?

_ Pensei que continuaria me dando um sermão. - Yasmin ficou ao meu lado, me entregando meu celular que estava na foto do Tom.

_ Não dá, não sei o que deveria fazer nessas situações. - Deitou-se no ombro da vovó.

Também não sabia como dizer tudo que ainda deveria dizer, vê-las assim, preocupadas comigo e tão alarmadas me fazia sentir fora de si.

Não queria preocupar ninguém, mas mais uma vez isso aconteceu e nem posso falar que estava tudo bem, já que elas viram que não estava.

_ Mal, você não vai ficar aqui, não é? - Pisquei algumas vezes, tentando entender suas palavras.

_ O que você está dizendo, Yasmin? - Ficou apavorada. _ Claro que ela vai ficar, somos a família dela e... - Engoliu as palavras. _ Você veio se despedir.

_ Sim. - Levantei-me do chão e baguncei seus cabelos cacheados. _ Queria dizer que estou bem e que amo vocês. - Agarrou meu pulso. _ Mas que isso. - Olhei ao redor. _ Não foi o que sempre desejei.

_ Você não pode ir. - Fungou, fazendo que seu rosto ficasse ainda mais vermelho. _ Não deixarei.

_ Filha...

_ Não, ela é minha irmã, ela é a merda da minha irmã mais velha que sempre me enche a porra do saco. - Ela gostava muito de falar palavrões. _ A pessoa que sempre me escuta...

Ela é apenas uma criança, uma criança que tinha como título de ser a minha tia, um título que deveria ser de uma pessoa mais velha, mas que era de uma criança.

Também a considerava como uma irmã, a garotinha que sempre me protegia quando me machucavam ou quando as pessoas me faziam mal.

Sempre podia contar com ela, como sempre pude contar com a minha avó, apenas que ela está meio desligada desde que sua filha, minha mãe, faleceu.

Ela nunca será como antes e acho que nem eu, já que não me importo com isso e até fico feliz de isso ter acontecido.

_ Lety, imagina se fosse você no lugar da Mal? - A olhamos. _ Se fosse eu, nem teria vindo me despedir, já teria ido embora há anos.

Uma Queda Inesquecível ~Tom Riddle~Onde histórias criam vida. Descubra agora