Parte Dois

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Quando o sol se pôs, os guardas vieram me buscar e me amarraram ao poste de maneira localizado no centro do pátio do castelo, com as mãos acima da cabeça. A Rainha ignorava todos os meus protestos e pedidos para que ela me escutasse e, somente quando eu vi surgir no olhar dela um brilho assassino e uma bola de fogo crescer entre os seus dedos, é que entendi o pavor que alguns em Storybrooke tinham de Regina. Então, sabendo que havia chegado o meu fim e torcendo para que isso não mudasse em nada a realidade em Storybrooke, no futuro, eu me preparei para morrer.

Desejando ter tido a oportunidade de me despedir do meu filho e dos meus pais, eu fechei os olhos no instante que vi a bola de fogo voar na minha direção.

- Eu te amo, Henry - sussurrei e esperei o momento em que sentiria o meu corpo arder em chamas. No entanto, houve um breve silêncio antes de um burburinho estranho chegar aos meus ouvidos e estranhei não sentir a minha pele queimar.

Quando, por fim, abri os olhos, uma pilha de feno ardia em chamas ao lado de onde eu estava amarrada e a Rainha me encarava com olhos confusos. Os guardas e, o que pareciam ser os criados do Castelo, murmuravam algo entre si. Voltei a encarar a Rainha que fez um gesto com a mão e, no segundo seguinte, nós duas estávamos a sós em suntuoso quarto que eu deduzi serem os aposentos reais. O quarto da Rainha.

- O que você disse? - ela avançou na minha direção, mas eu não sabia exatamente sobre o que ela estava falando.

- Que eu sou do futuro? - Testei.

Usando magia, ela me jogou contra a parede, sufocando-me e levantando-me do chão.

- Não brinque comigo, bruxa! Como sabe o nome do meu pai? Porque disse que o ama?

- Não é... o seu pai - digo com dificuldade. - É o seu filho...

Assim que ouviu isso, ela me solta e eu caio no chão lutando para respirar.

- Como?

- No lugar de onde eu venho, você e eu temos um filho juntas. Você deu a ele o nome do seu pai e do seu primeiro amor, Daniel. - expliquei, ainda com a mão na minha garganta. Aquilo doía muito.

- Isso é impossível! Eu não posso ter filhos.

- Para falar a verdade, ele nasceu de mim e você o adotou. - Vendo a expressão dela ficar ainda mais confusa, eu sorrio. - essa é uma particularidade do meu mundo. Você vai entender isso depois, Majestade. O fato é que temos um filho que se chama Henry Daniel Mills e você o ama muito.

Depois de me analisar por um longo tempo, ela se aproxima de mim devagar.

- Você é mesmo do futuro, não é?

Finalmente!

- Eu sou.

- Bem, então conte-me, eu conseguirei lançar a maldição?

Oh, droga! Eu deveria ter previsto isso.

- Sim.

- Como? O que acontece depois? Diga-me!

- Eu sinto muito, Majestade. Mas, não posso dar nenhuma informação sobre o futuro.

- Por quê não?

- Porque se você tentar fazer algo diferente poderá mudar toda a linha do tempo e eu não sei o que encontrarei quando voltar.

A rainha gostava de ser direta e objetiva, pois ali estava a verdade nua e crua diante dos olhos dela.

- Eu não me importo com o que você vai encontrar ou se vai voltar. Eu quero saber de tudo agora ou eu vou matá-la.

- Você pode me matar, mas não há como saber o que vai acontecer com quem eu deixei no futuro, incluindo você, Majestade.

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