Capítulo 2

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— Ei guria, volta aqui! – Eu disse.

— Não sou guria, meu nome é Natália. – ela continuou andando com passinhos pequenos.

— Natália? Não era Natasha? – eu disse, confuso.

— Acha que não sei meu nome, moço? – ela olhou pra mim, mas logo se virou de volta e continuou a andar.

É claro. O nome dela não é Natasha. Me deu vontade de dizer que seus pais morreram, de uma vez. Porque, desde que me lembro falo o que penso. Mas não consegui. O rostinho dela me fez parar e pensar. Ela me lembra que antes do acidente, Natasha me fazia bem. Quando voltei a realidade, ela já estava há uns 50 metros de mim.

— Não vou te deixar sozinha andando por aí, porque se deixar, eu não sobrevivo. – disse.

— Você é estranho. – ela parou e me fitou. – Gostei de você – a ruivinha à minha frente sorriu. Senti vontade de chorar.

Nesse momento, um explosivo caiu do meu lado. Sem pensar duas vezes, a agarrei e corri pra longe. O explosivo explodiu, e me encostei atrás de uma grossa árvore, com Natasha em meu colo.

— O que foi isso? – ela perguntou assustada.

— Shhh, vai ficar tudo bem. – eu disse olhando em volta. Ouvi passos nervosos correndo.

— Cadê a garota?! Você a explodiu? – ele disse em russo. Graças a Natasha, sei bastante de russo.

— Não. - O outro respondeu. - Isso iria apenas fazer alguns machucados... O homem que estava com ela, deve te-la pegado e tirado do caminho.

— Senhor Ivan, tivemos um imprevisto, um homem loiro. - Uma outra pessoa entra na conversa.

— Não quero saber, mate-o e traga a garota pra mim. Taras Romanoff está atrás dela! Ela não tem muito tempo!

Anotei os nomes. Ivan. Taras Romanoff. 

— Sim senhor. – os passos foram se afastando, até não se ouvir nada.

— Onde estamos Natalia? E em que ano? – olhei fixamente pra ela.

— Estalingrado, União das Repúblicas Socialistas Soviéticas 1959. – ela disse com uma vozinha demonstrando nervosismo.

— Rússia. Pelo visto a KGB é mais velha do que pensávamos.

— O que é KGB? – Como eu odeio a curiosidade das crianças de 6 anos.

— Nada. E nessa época, a KGB se chama Cheka. – (pesquisem crianças) – Nada com que tenha que se meter.

— É alguma coisa, e eu sei que estão atrás de mim. Não sou boba, e tenho ouvidos. Eu ouvi eles dizendo que querem me matar! - ela começou a chorar. Meu coração apertou.

— Não chora, por favor. – eu limpei suas lágrimas. – Não vou deixar ninguém tocar em você. Nunca mais. KGB é uma organização criada pra proteger o país que estamos agora. Mas ela foi corrompida e ficou malvada. E querem fazer mal a você. – eu toquei a ponta de seu nariz.

— Qual o seu nome? – ela diz, piscando os olhinhos. Não poderia dizer meu nome de verdade.

— Grant. – era meu sobrenome. – Grant Rússia.

— Rússia – ela riu. – Que esquisito, parece nome de país, ou sei lá. – eu ri. Mas que drga, hein. – Mas... Quem é você homem estranho?

— Sou o Grant – disse, nervoso.

— Não minta. Quem é você? – ela insistiu. Merda, essa ruiva é esperta de mais pro meu gosto. Até esqueço que estou falando com Natasha Romanoff.

The Little Red-Haired GirlOnde histórias criam vida. Descubra agora