refém | kjmila

dois

Charles Melton, é o nome do cara que me destruiu por duas vezes. Éramos noivos, prontos para nos casar, estava tudo acertado, a data seria marcada. Mas ele resolveu me trair com nossa secretaria. Peguei os dois aos amassos, quando cheguei de surpresa no nosso escritório.

Aquilo me abalou a princípio, mas a grande verdade era que nosso casamento já era uma coisa que parecia estar destinada, por mais não houvesse toda empolgação que devia. Então, quando eu descobri, joguei tudo pro alto e acabei com tudo que tínhamos.

Mesmo sabendo que eu tinha me "livrado" de uma cilada e provavelmente um casamento infeliz, aquilo havia me machucado. Charles querendo o não, era alguém especial e poderíamos ter nos tornado amigos se ele não tivesse sido tão babaca.

O incrível era que depois de tudo. O fim ter sido por culpa dele, o mesmo não aceitou nossa separação e passou atormentar minha vida. Quando Kj entrou na minha vida então, aí mesmo que ele declarou guerra, dizendo que de uma forma ou de outra, eu seria dele e não havia nenhum "ruivo" - palavras do mesmo - que o impediria.

Então pela segunda vez ele iniciou o meu processo de destruição. Sendo advogado, com diversos contatos e tendo reunido testemunhas, Charles iniciou seu plano.

Flashback on

- "Camila, meu amor, que saudade de você." -

Charles adentrou meu escritório, que antes também era dele, com seu tom sarcástico e superior, que me irritava profundamente. Mas hoje, a única coisa que ele me causou foi um estranho aperto no peito e uma sensação que algo ruim estava prestes a acontecer. Tentei não transparecer pra ele todo meu abalo.

- "Quem é que deixou você entrar sem me comunicar antes?" -

- "Tenho meus contatos, querida" -

Ele me irritava.

- "Tá pegando novamente uma secretaria minha? Não precisa responder, sei que Carla jamais desceria ao seu nível." -

- "Nossa, que agressiva" -

- "Charles, não tenho todo tempo do mundo. Diga logo o que quer e saia. Vou logo adiantando, que se for pedindo uma nova chance, esquece. Eu estou bem e feliz longe de você e com quem eu amo" -

- "Pois é dele mesmo que eu vim falar. Não vou dar rodeios, vou logo direto ao assunto. Sei que Kj era um assassino de aluguel e cometeu diversos homicídios. Se você não deixo-lo e se casar comigo, eu faço ele ser preso" -

Meu coração perdeu uma batida. Eu estava tentando decifrar tudo. Charles sabia do passado do Kj. Como? De que forma? Ele estava me ameaçando? Casar com ele? Como assim?

Eu estava sem ar, minha cabeça girava, mas eu precisava ser forte e saber melhor dessa história. Ele podia apenas estar tentando me intimidar. Tentei ao máximo controlar minha respiração e voltei a falar.

- "Como, o que você disse?" -

Só o que consegui soltar.

- "Isso mesmo que você ouviu" -

- "De onde você tirou tudo isso? Ta maluco?" -

- "Não finja que você não sabe e não tente me dizer que isso é mentira. Eu sei de toda a verdade, tenho provas e testemunhas. Seu Kj é um assassino cruel" -

Era cada vez mais difícil manter minha sanidade.

- "O que você quer com tudo isso Charles? Dizendo todas essas coisas?" -

- "Não está claro? Você já foi mais esperta Camilinha. Eu quero você, que você seja minha" -

- "NUNCA" - gritei.

- "Não torne essa conversa mais difícil pra você." -

- "Eu nunca serei sua e não há nada que mude isso" -

- "Nem se seu amado for preso?" -

- "Você não seria capaz..." -

Por favor não. Isso era um pesadelo.

- "Quer pagar pra ver?" -

Não fui capaz de responde-lo. As lágrimas já desciam pelo meu rosto sem permissão alguma.

- "Largue ele, venha morar comigo e nos casaremos o quanto antes. Só assim não precisarei usar tudo que tenho contra ele." -

- "Como...Como você é capaz?" -

- "Amor Camila, nós fazemos qualquer coisa por ele" -

- "NÃO OUSE DIZER QUE ME AMA, ISSO NÃO É AMOR" - alterei mais uma vez minha voz.

- "A verdade é que eu nunca deixei de te amar" -

- "Charles você não me ama, você só tem uma possessão por mim. Não se destrói quem ama, não pela segunda vez..." -

- "Eu não ficarei aqui ouvindo mais nada. Minha proposta já está feita, ou se casa comigo ou seu amado vai pra cadeia. Está nas suas mãos." -

Ele caminhou até a porta e antes de sair da minha sala por completo, soltou:

- "Você tem dois dias" -

Foi o suficiente para eu juntar o pouco de força que me restava, pegar um vaso de flor da minha mesa e jogar na porta, desejando que acertasse bem na cara dele.

Continua...