Júlia entrou no elevador de cabeça baixa. Estava encarando seus pés como se fosse a coisa mais interessante do mundo inteiro
Eu não disse nada. Sinceramente, estava ocupado analisando cada pedacinho de pele exposta. O pijama não tinha nada de sexy, mas deixava boa parte da bunda redonda dela de fora, então me serviu muito bem. Foi uma pena que a gente chegou no primeiro andar tão rápido, mas foi o suficiente para eu precisar segurar o riso com o claro desconforto dela.
A porta do elevador abriu e ela não se mexeu. Se eu fosse uma pessoa melhor, teria saído e deixado a pobre garota em paz. Mas nunca fui uma pessoa muito boa, então parei atrás dela e coloquei a boca na sua orelha.
— Não vai sair, Júlia? — perguntei. Dessa vez não consegui segurar a risada quando ela estremeceu todinha.
— Olha aqui... Droga, nem sei seu nome! — ela reclamou, virando de frente para mim.
A essa altura, a porta do elevador já tinha fechada e o elevador estava subindo de novo.
— Matheus — eu disse no ouvido dela.
Não resisti e terminei de colar meu corpo no dela.
— Que coisa feia, Júlia. Querendo trepar com um cara que você nem sabe o nome.
Eu tinha certeza que eu tinha um sorriso descarado e arrogando na cara, porque ela tinha uma cara furiosa quando virou de frente para mim. Júlia largou o saco de lixo no chão e apontou o dedo direto no meu peito.
— Para com isso! — reclamou entredentes. — Olha, eu não sou assim sempre. Juro que não. Aquela noite saiu do controle completamente, minha irmã estava enlouquecida e...
— E você achou que a solução de todos os seus problemas era tirar uma casquinha de mim?
Júlia soltou uma gargalhada e eu me peguei trincando os dentes. O jeito que ela passou a mão no cabelo escuro e o jeito que seus olhos brilharam mostraram que ela realmente se divertiu com isso. Isso me tirou do sério. Não era para ser engraçado.
— Matheus — ela disse, parecia que estava testando meu nome. A única coisa que consegui pensar naquela hora foi que eu não estava disposto a passar mais uma semana inteira sem ouvir meu nome sair daquela boquinha como um gemido. — O que você está fazendo aqui? Resolveu me seguir por acaso? Preciso chamar a polícia?
Olhei para os números dos andares subindo e percebi que logo, logo a gente ia parar em algum andar e alguém ia entrar. Eu tinha pouco tempo.
— O mundo não gira em torno do seu umbigo, princesa — impliquei. O resultado foi ela entortar a cabeça e apertar os olhos. — Eu estava dando aula num apartamento aqui. Acho que é o destino que quer juntar a gente.
Dei um passo a mais na direção dela e a essa altura, baixinha como Júlia era, eu já quase cobria o corpo dela inteiro com o meu. Mas ela não se mexeu, nem abaixou a cabeça, nem nada.
— Juntar um stripper arrogando comigo? Nem meu cupido me odeia tanto assim.
Ela cruzou os braços na frente do corpo e eu tive certeza que o diabo estava me tentando, porque os peitos dela quase pularam para fora da blusa. Não eram grandes, exagerados. Eram dois montes redondinhos que eu queria muito sentir, na boca de preferência.
— Tem certeza? Quer dizer, você literalmente disse que queria foder literalmente qualquer um para tirar seu cunhado da cabeça. Se tem alguém que te odeia, é seu cupido — provoquei.
A boca dela caiu aberta e seus olhos pareceram ficar vermelhos de raiva na mesma hora. Eu recebi um tapa forte demais no peito e eu tinha certeza que Júlia estava prontinha para discutir comigo quando as portas do elevador abriram. Mas ela não ouviu, porque começou a gritar.
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MATHEUS
RomanceLIVRO 1 - SÉRIE STRIPPERS [os livros são únicos] Matheus é o stripper mais famoso entre as mulheres na badalada boate Lux. Caro e requisitado, o homem dono de um corpo capaz de enlouquecer qualquer uma é irônico, debochado e mulherengo, e só tem uma...