[IV] A Ilha

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Local desconhecido.

James acorda em uma ilha aparentemente deserta, uma gaivota bica irritantemente o seus cabelos, as ondas calmas daquela manhã molham seus pés descalços. Lembra-se vagamente de estar no Wolf of The Seas, quando viu pela escotilha, uma furiosa tempestade. Levantou-se com dificuldade, deu poucos passos curtos e caiu novamente, sei corpo estava surrado, suas pernas doíam e seu braço esquerdo estava deslocado, a dor era imensa, se levantou novamente.

O sol estava forte e devagar caminhou sem direção, em alguns momentos ele se lembrava de seus amigos, Stefanie, Billy e Morgan. Olhava por toda a praia e não via mais ninguém, tentava gritar por ajuda, desejava encontrar Stefanie, por algumas vezes gritou seu nome em vão, ou, tentou gritar, sua voz estava fraca assim como seu corpo. Continuou a andar, a dor era quase insuportável quando ele viu um pequeno riacho que corria até o mar, logo seguindo a margem, entrou por entre as arvores saindo do sol que queimava sua pele.

Cansado ficou de joelhos, provou da água que apesar de um pouco salobra era potável, mas, claro, tem seus riscos, porem nada ele poderia fazer, estava sozinho e teria que contar com o que o destino lhe reservasse, fosse bom ou ruim. Após longos goles sua cede havia diminuído consideravelmente, sentou-se próximo a uma arvore, o corpo estremecia de dor, quanto ao braço, ele sabia o que devia ser feito. Mordeu parte de sua camisa que estava salgada pela água do mar, com a mão direita forçou seu ombro para frente, era perceptível que o sofrimento era imenso, tamanha era a dor que qualquer um que o olhasse em seus olhos, sentiria pena. Desmaiou mais uma vez, sem perceber que por trás de uma arvore alguém o observava.

Uma mulher assistia a cena, tinha longos cabelos loiros, a pele branca e os olhos azuis como o azul do mar, usava um longo vestido vermelho, com um decote que deixava a mostra uma parte de seus belos seios, saiu de onde estava e se aproximou de James. Colocou o corpo desacordado de James no chão e tirando algumas ervas de uma pequena bolsa, deu inicio a uma espécie estranha de ritual, passou por todo o corpo de James as ervas que pegavam fogo, os hematomas que James tinha pelo corpo desapareciam lentamente, até então ele não dera nenhum sinal de consciência. Com facilidade a mulher o levou a uma pequena gruta que ficava de frente para o mar, pousou sua cabeça suavemente em uma pedra e se apressou em montar uma pequena fogueira, que deixou para que ele acendesse, antes de deixar a pequena gruta, da entrada, olhou para James com certa fascinação, deixou então James sozinho novamente.

Depois de longo tempo inconsciente James acordou, já era tarde, pôde ver pela saída da gruta que o sol começava a se por, ainda havia luz e ele pode ver uma fogueira, montada próxima a ele. Levantou-se e ficou espantado com a facilidade dos movimentos, percebeu que seu corpo estava praticamente sem dor, no tempo em que ficara desacordado, aconteceu uma melhora inacreditável, a agilidade havia retornado e suas pernas agora estavam firmes, como as pilastras do Olimpo, o braço ainda doía, mas, a dor, era muito menos desagradável e nesse momento era a menor de suas preocupações, a única coisa que importava é que ele não estava mais sozinho, alguém havia o ajudado, talvez Stefanie ou um de seus amigos. Correu para fora de seu abrigo e soltou um grito rouco com esperança e alegria em sua voz.

- Olá! Alguém ai!?

A única resposta foi o eco da própria voz, foi até a areia, usaria o resto da luz do dia para explorar um pouco a praia, o riacho iria servir como ponto de referencia, bastaria voltar ao riacho para encontrar o abrigo, olhando a paisagem pôde perceber que no centro da ilha ficava uma grande montanha com uma planície no topo, veio a cabeça a ideia de que poderia tentar chegar até lá, seria melhor para mandar algum tipo de sinal, caso alguma aeronave ou embarcação passasse por ali.

Caminhou cerca de 700 metros, quando olhando a lua cheia, que já aparecia no céu com algumas poucas estrelas, seu corpo pediu por nicotina, por habito colocou a mão no bolso onde guardava o maço de Malboro e o Isqueiro, os pegou e xingou quando se deparou com todos os cigarros despedaçados, ao menos o isqueiro ainda funcionava, teria fogo nesta noite, nos outros bolsos não tinha nada além de uma moeda de 2 euros, voltou em direção ao riacho, ainda sentindo falta da nicotina, agora pensava no que havia acontecido com os outros tripulantes do Wolf, se perguntava se estavam bem, se alguém teria morrido, ele não sabia, e não teria como saber.

Chaos - A Ilha Maldita.Onde histórias criam vida. Descubra agora