Prólogo

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O único som que era possivel escutar naquele momento era o lápis passando pelo papel. Era um barulhinho rápido é desesperado, como se aquele fosse o último dia do ser humano na Terra. Talvez isso fosse um exagero, mas para Helena, aquilo poderia significar o fim de tudo.
      Ela estava sentada em uma cadeira de madeira invernizada enquanto escrevia freneticamente em um papel. Sua expressão carregava angústia e desesespero. Tudo estava dando errado, se não desse um jeito, perderia algo que havia batalhado por muito tempo para conquistar: seu apartamento. Ainda estava pagando as parcelas.

-É Castiel, não tem jeito, teremos que dividir o apartamento com alguém.- Helena suspirou enquanto pronunciava essas palavras.
     

  O pequeno apenas a encarava com um semblante triste. Por mais que não tivesse idade suficiente para entender a situaçao, o tom de voz de sua mãe expressava tristeza e ele sentiu que deveria ficar triste também. Triste pelo que? Castiel não tinha a menor idéia, a única coisa que entendia era que sua mãe estava triste, e isso significava que ele tambem ficaria.

-Dividir o apartamento?- o menino de cabelos ruivos perguntou enrolando um pouco a lingua. Já tinha 5 anos e agora que sua lingua começara a desenrolar, proporcionando um entendimento melhor das palavras pronunciadas por ele.

-Sim meu pequeno. Vem cá. - disse pegando a criança sentada no chão.
    

Ele se encaixou perfeitamente no colo da mãe, enterrando sua cabeça no peito dela. Helena suspirou de alívio, por mais que as coisas sempre estivessem apertadas para os dois, tinha uma sorte tremenda de ter alguém ao seu lado. Passou a mão suavemente pelos cabelos cor de ferrugem, o fazendo ficar sonolento.

-Mamãe? Por que a gente está triste mesmo?- perguntou esfregando os olhos a fim de espantar o sono.

-Nada que você deva se preocupar meu amor. Durma meu bebê, ira ficar tudo bem com a gente.- o tranquilozou enquanto embalava em seus braços. Por mais que não tivesse tanta convicção nesse fato, precisaria ser forte. Pelo seu bem e o de Castiel.

    Maya mal passou pela porta e foi correndo em direção a Castiel

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    Maya mal passou pela porta e foi correndo em direção a Castiel. O pequeno se encontrava sentado no tapete da sala brincando com seus bonequinhos quando ela pulou em cima dele, o assustando. Castiel gostava dela, vivia comentando que parecia aquelas mulheres que apareciam na TV: loira dos olhos verdes.
  
Ao observar os detalhes exuberantes da amiga, Helena se pegava observando suas próprias características físicas. Diferente da outra, Helena possuía cabelos longos e ondulados que atingiam o quadril, contendo uma cor de chocolate. Já seu filho era ruivo com cachos bem definidos que enfeitavam a cabeça, característica puxada por parte do pai e uma das únicas coisas que herdará da mãe era os olhos estreitos com uma cor que se assemelhava a um castanho claro.

-Aaaah que saudades eu estava de você meu tomatinho ambulante!- gritou apertando o menino contra seu peito.

-Me solta tia, vai me matar sufocado. Meu rosto vai sujar de leite.- Castiel reclamou enquanto empurrava o peito dela para longe.

-Sujar de leite? Que idéia é essa menino?!- exclamou surpresa. Calmamente ela o colocou no chão.- Não tenho filho para ter leite.

-É ue, mamãe tinha leite tia. É muito ruim o gosto.- o ruivo reclamou fazendo cara de nojo.

-Acha ruim agora por que já esta grande.- riu bagunçando o cabelo do pequeno a sua frente.

Helena apenas ria com essa situação. Seu filho era inocente de um jeito adorável, conquistava todos a sua volta. Maya era uma segunda mãe para ele, sua paixão pelo Castiel era enorme.

-Então, estou indo. Será que você poderia ficar com ele amanhã novamente para que possa ir para a faculdade?- perguntou esperançosa. Maya era a única que se disponibilizava olha-lo sem cobrar nada, mas isso era apenas alguns dias da semana.- Pelo que me falaram, amanhã tera prova.

-Desculpe Helena, amanhã eu não vou poder. Agora todas as quartas e sextas vou ajudar meu tio no bar no horário noturno.- se desculpou sentindo a culpa recair sobre seus ombros. Queria poder ajudar mais a amiga, mas naquele momento  não seria possível ajudar o tanto que desejava.

-Tudo bem, eu entendo. Vou dar um jeito de leva-lo para a faculdade de novo.- disse suspirando  devagar. - Bom, estou indo, vejo vocês as 23:00.
 
 Ela abraçou Maya fortemente, tentando passar toda a gratidão que sentia atraves do abraço. Calmamente andou até seu filho, se abaixando a fim de ficar na mesma altura que seu pequeno. Depositou um beijo no topo da cabeça dele tentando passar todo o amor que sentia por aquele pequeno ser humano que a cada dia deixava seus dias ainda mais coloridos.

-Até mais tarde meu amor.
 
 Helena caminhou apressada até a saida, fechando a porta logo em seguida. Castiel pegou seus bonequinhos do batman e homem de ferro e os guardou cuidadosamente dentro do cesto de brinquedos. Olhou em volta para ver se não tinha nenhum brinquedo espalhado e sorriu vitorioso, não havia mais nenhum.

-Mais que isso tomatinho, criança quase nunca arruma os brinquedos. Vocês tem é que brincar mesmo.

-Mas tia, eu tenho que ajudar minha mamãe.- argumentou confuso."Então as outras crianças não ajudam as mães? Que triste", pensou ficando um pouco triste.

-Verdade, você tem razão tomatinho. Continue assim meu anjo.
 
   Maya sorriu para a criança a sua frente e não conseguiu não se orgulhar dele. Castiel era uma criança educada e  entendia o que sua mãe passava. Os dois possuiam uma ligação incomun, ele podia sentir as tristezas e angustias da mãe, por mais que fosse pequeno e não entendesse de muitas coisas, fazia de tudo possível para ajuda-la na maneira que sabia.

-Agora, já que sua mãe não esta em casa, vamos comer chocolate até passar mal!- exclamou dando pulinhos e batendo palmas. Aquilo significava quebrar regras.

-Você é doida tia. - brincou dando uma gargalhada bem alta. Já que sua mãe não estava presente, não seria tão ruim assim aproveitar um pouco.

Meu pequeno anjo [FINALIZADO]Onde histórias criam vida. Descubra agora