01. ɴᴜɴᴄᴀ ᴅᴇsɪsᴛᴀ

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NATÁLIE

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NATÁLIE

Acordo com um pouco de dor de cabeça, pelo sonho que tive. Um homem, com sangue nas mãos me olhava de forma psicopata. Seu rosto estava borrado, não consegui ver muita coisa, a não ser seus cabelos negros.

Levanto da cama e vou até o banheiro para tomar um banho. Me olho no espelho, vendo como eu mudei em cinco anos. Quando cheguei aqui, era jovem - provavelmente tinha meus dezoito anos -, mas agora, meus cabelos cresceram e minha aparência ficou mais forte. Me tornei uma verdadeira mulher.

As lembranças ainda não voltaram. Mas meu nome eu já me lembro, Natálie. Meu sobrenome ainda não sei, mas isso não tem mais importância nos dias de hoje. Também sei - de alguma forma - caçar e rastrear muito bem, devo ter aprendido nesse novo mundo. Tenho algumas cicatrizes pelo corpo, principalmente nas costas, mas não consigo me lembrar onde, e nem como, ganhei elas.

(...)

一 Bom dia queen! - Lydia entra na minha casa e vem até a cozinha, onde eu me encontrava.

一 Bom dia! Sabe se seu queridíssimo namorado já está pronto para nossa ronda? - pergunto, enquanto servia nossas xícaras com café.

一 Ele estava em casa quando eu saí. Estava dormindo, tivemos uma noite agitada. - ela sorri maliciosa e coloca a caneca na boca.

一 Me poupe de detalhes, Lydia. - reviro meus olhos, e vou até a sala pegar minha espada. 一 Vamos senhorita Zallbet? - digo irônica, antes de sair da casa e deixá-la me xingando para trás.

Logo depois de a loira me alcançar, começamos a caminhar juntas até a casa dos Zallbet. No caminho, alguns moradores nos cumprimentaram, resolvi alguns assuntos rápidos com eles, e brinquei com algumas crianças.

É estranho dizer, mas a única coisa que eu consigo me lembrar, é do meu filho, Jeffrey. Lembro que eu cuidei dele, e ele acabou se tornando mesmo meu filho. Queria saber onde ele está, e se o garotinho está bem.

Chegamos em frente da casa de paredes cor marrom claro e subimos na varanda, entrando na sala logo em seguida. Apenas Marie estava em casa. Quando nos viu, se levantou de sua poltrona e veio até nós.

一 Minhas meninas prediletas! Como vocês estão? - ela pergunta, após nos abraçar.

一 Bem Marie. - sorri para a mulher. 一 Onde está o Dylan e o Eddie?

一 Foram até o arsenal. Pediram para que eu te avisasse. - ela responde.

一 Tudo bem. Eu vou lá então, antes que eles me deixem para trás. - me despedi das duas e fui até o arsenal.

Nossas reservas de armas eram boas. Temos rifles, metralhadoras, pistolas e muita munição. Nós produzimos nossas proprias armas brancas. Comida não temos muito problema, já que sempre achamos enlatados e também temos um grande canteiro, para diversas plantações, no final da comunidade.

(...)

Entrei na casa do arsenal - onde também ficava a dispensa - e Dylan veio me abraçar.

一 Como está hoje? - ele sempre faz essas perguntas, já que sabe das minhas crises de lembranças.

一 Estou bem. - sorri. 一 Sabe que as crises fortes só vieram duas vezes não é?

一 Eu sei. Quando você lembrou do seu nome e do seu filho. - Dylan fica preocupado. 一 Mas, mesmo assim, tem que se cuidar.

一 Eu 'tô bem Dylan. - reviro os olhos. 一 Agora, vamos logo?

一 Esse seu jeito bruta e sotaque caipira ainda vai conquistar algum felizardo dessa comunidade, filha. - Eddie diz de forma divertida.

一 E eu lá tô preocupada com isso? Vamos logo, antes que fique tarde. - saio pisando duro, deixando os dois homens rindo para trás.

DARYL DIXON

Bato a mão com força na cômoda ao lado, desligando meu despertador. Sento na beirada da cama e passo as mãos pelo rosto e cabelo. Visto minhas roupas e calço a minha velha bota. Depois, pego minhas armas e olho uma última vez para a foto que eu e meus irmãos estávamos juntos, a qual Natálie guardou com tanto carinho durante anos.

Desço as escadas e tomo um café rápido com todos. Rick e eu nos despedimos de Michonne e Judith, saindo da casa logo depois.

一 Precisamos ir até Hilltop essa semana, para pegar nossa parte dos alimentos. - Rick começa a conversar comigo, enquanto andávamos pela comunidade.

一 Podemos fazer isso amanhã, ou depois. - respondo, ajeitando a crossbow nas costas. 一 Carl conversou com você sobre aquilo?

一 O que? Sobre ele ir falar com o Negan?! - afirmei com a cabeça. 一 Falou, e não autorizei. Na última vez que ele fez isso, quase acabou em morte.

Poderia ter acabado. - resmunguei e Rick me olha feio. 一 Sabe que nunca vou concordar com isso não é? Aquele desgraçado matou a minha irmã, Rick.

一 É, eu sei Daryl. - ele diz, colocando as mãos na cintura. 一 Mas, não vou discutir esse assunto outra vez com vocês. - o homem fala sério. 一 Agora, preciso ir falar com Aaron. Você vem?

一 Não. Vou caçar. - digo, já me virando de costas para ele. 一 Volto até o jantar. - ouvi uma afirmação qualquer de Rick, antes de me afastar.

(...)

Já fazia algumas horas que estava andando pela floresta. Não iria caçar, falei aquilo para inventar uma desculpa para ficar sozinho. Foram cinco anos fazendo isso.

Quando soube da morte da minha irmã, não quis acreditar. Procurei algum rastro, pista, qualquer coisa que me levasse até seu corpo. Mas, não achei nada. Tudo que encontrei foram cinzas e mais cinzas da destruição que Alexandria ficou na época, e a faca que Merle deu a ela.

Eu nunca desisti dela. Não podia, ela ainda é a minha pirralha. Ainda acho que - por alguma conspiração vinda de JC - eu vá encontrar o corpo dela vagando como uma daquelas coisas por aí.

Escuto um barulho próximo a mim, fazendo eu voltar a realidade. Eram vozes. Dois homens e uma mulher. Estavam longes o suficiente para eu não conseguir os vê-los, mas pelas conversas, sabia que não eram de nenhuma das nossas comunidades. Ou seja, não éramos os únicos perdidos por esse mundo de merda.

 Ou seja, não éramos os únicos perdidos por esse mundo de merda

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𝘀𝗰𝗮𝗿𝘀 ↯ c. grimesOnde histórias criam vida. Descubra agora