𝘀𝗰𝗮𝗿𝘀 ↯ c. grimes

13. ɢᴀɴʜᴀɴᴅᴏ ᴄᴏɴғɪᴀɴçᴀ

NEGAN

Todos ainda estavam surpresos por terem visto Natálie viva. E, de certa forma, com raiva de me ver aqui. Ela havia tido outra das suas crises, e o coreano foi levá-la para a enfermaria.

Esperei todos entrarem na casa do Eddie e entrei por último. Assim que fechei a porta, senti meu corpo ser jogado contra ela e uma faca ser colocada no meu pescoço.

Arregalei os olhos surpreso e levantei as mãos em forma de rendição. Daryl estava com a respiração ofegante de raiva, e sentia seu olhar mortal sobre mim.

一 EU DEVERIA TER TE MATADO! - ele grita, surpreendendo a todos.

一 Daryl, calma! - Rick diz, se aproximando com Eddie. 一 Deixa ele explicar! - os dois tentaram afastar o Dixon, mas isso não adiantou.

一 Você fez isso com ela. - ele diz, precionando a faca contra meu pescoço com mais força. 一 Fez ela perder a memória, e agora se finge de amigo! Se a minha irmã soubesse o que você...

一 Ela sabe quem eu sou! - falo e ele, como todo o grupo, fica surpreso. 一 Sabe de todas as merdas que eu fiz com ela.

一 Vamos nos acalmar e ter uma conversa pacífica! - Eddie diz e, junto com Rick, consegue afastar Daryl de mim.

Solto todo o ar do pulmão - que nem havia percebido que segurava - e vou até os outros. Olho para Carl, que estava sentado na poltrona, olhando fixamente para o chão e chorando silenciosamente, e fico com pena do garoto.

一 Como fugiu? - Rick pergunta, ficando na sua típica posição de policial.

一 Foi a Miranda. - digo, e o homem me olha desconfiado. 一 Ela e os seus capangas me tiraram de lá, por que queriam ajuda para conquistar a Aldeia.

一 E porque você não está fazendo isso? - o Grimes pergunta outra vez. Suspiro, colocando a mão na testa.

一 Olha, já fiz merda de mais nessa vida. Acho que está na hora de fazer alguma coisa de bom. - respondo. 一 Aliás, a mulher é louca. Não iria apenas roubar o lugar, iria matar as pessoas.

一 Já vi isso em algum lugar. - Daryl debocha, e eu faço de conta que não escutei. 一 Eu vou é ver minha irmã. - ele diz, já indo em direção a saída, mas Rick o segura.

一 Eu vou com você. - os dois saem juntos, deixando o restante na casa.

Me sento nos primeiros degraus da escada e fico com a cabeça apoiada nos joelhos. Vejo que alguém se aproxima, então levanto o olhar para a pessoa.

一 Nunca gostei de você, isso é fato. - Michonne diz. 一 Mas, consegui perceber que você está falando a verdade.

一 Essa é sua forma de dizer que confia em mim? - pergunto, e a mulher solta uma risada sem humor.

一 Nem um pouco. A Natálie confia, e mesmo ela não sabendo da gente, tudo que ela dizer nós vamos acreditar. - ela diz e se abaixa um pouco. 一 O que eu quero dizer é, se você tentar alguma coisa...

一 Sua katana vai parar no meio do meu peito. - a completo. 一 Já ouvi isso uma vez. - sorrio.

一 Ela continua a mesma. - Michonne ri e se afasta um pouco. 一 O recado está dado! - ela diz séria, antes de voltar para perto dos outros.

(...)

Já era quase hora do almoço. O grupo de Rick continuava na casa de Eddie, conversando sobre algumas coisas. Após dizer ao homem sobre minha ronda com Natálie de mais cedo, voltei para minha própria casa.

Tomei um banho e troquei as roupas sujas de sangue. Quando descia as escadas, vi Natálie entrando na casa. Ela me viu e sorriu fraco.

一 Dormi de mais. - ela diz. 一 Aquelas pessoas... já foram embora?

一 Não. Acho que vão passar o dia aqui. - respondo, e ela apenas acena em concordância. 一 Se lembrou de algum deles?

一 Do Glenn. - Nate responde sorrindo. 一 É estranho, outras pessoas aparecem nas memórias, mas não sei quem elas são.

一 Logo vai saber. - digo, me deitando no sofá. 一 Eles ainda não confiam em mim. - ouço sua risada da cozinha.

一 Não é para menos. - ela diz. 一 Bom, vou tirar essa roupa de sangue.

一 Eddie quer falar com você. - aviso. 一 E também, você ainda não conversou com o grupo.

一 Depois eu faço isso. - a garota diz, subindo as escadas.

Pelo visto, iria demorar para que as coisas voltassem ao normal na cabeça de Natálie.