Do ódio nasce uma amizade

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Depois da conversa com Arobynn, Celaena voltara para a estalagem, tinha um pouco de dinheiro guardado para pagar Samael. Depois de paga-lo iria embora. Entrou em seu quarto e arrumou suas coisas, iria voltar para o antigo apartamento e depois que Arobynn estivesse preso iria reivindicar a Fortaleza dos Assassinos como sua - e de Lysandra também - e assim dariam início a uma nova guilda.

Foi até o quarto de Samael - dessa vez usando o corredor para chegar até a porta - para descobrir que ele não estava lá. Desceu até o bar e também não o achou. Teria que atrasar sua partida por culpa do rapaz. Estava pensando em voltar para o quarto e tirar uma soneca, quando percebeu que Will - o balconista - a estava olhando com curiosidade.

- Olá senhor Will - cumprimento Celaena - sabe se Samael está por aqui? Tenho que entregar isso a ele, mas não o encontrei no quarto.

- Ele está consertando a pia - respondeu Will indicando a porta atrás do balcão - pode entrar e falar com ele. Se quiser eu deixo esse baú aqui guardado.

- Obrigada - disse ela sorrindo.

Entrou por trás do balcão e se dirigiu a tal porta, Samael estava abaixado ao lado da pia, trajava uma camiseta branca e uma calça preta, parecia estar bem concentrado no problema. Tão concentrado que nem percebeu Celaena, então a garota aproveitou para observá-lo atentamente. Ele estava com os cabelos molhados e colados na testa, a camiseta branca estava quase transparente, com a pouca luz do local seu rosto magro e anguloso parecia mais agradável de se observar.

Celaena ficou perdida observando-o, ele estava tão belo, e ultimamente ela estava tão carente - tentava tanto evitar isso que até se esquecera - e agora olhando-o assim, era impossível não achá-lo atraente. Que Sam a perdoasse, mas achava Samael muito atraente, muito mesmo. Sam não iria querer que ela ficasse sofrendo tanto, sentia a dor de perder seu amado, mas não poderia se prender eternamente a ele.

- Celaena? - disse o rapaz, assustando-a - está tudo bem?

- Olá, está tudo ótimo - respondeu ela, estivera totalmente perdida em pensamentos, mas se recompôs rapidamente - tudo correu como planejado.

- Isso quer dizer que...

- Estou aqui para te pagar e - disse ela com pesar - me despedir. Deixei o baú com Will.

- Você irá hoje mesmo?

- Sim.

Os dois ficaram se olhando, ambos sem saber o que fazer. Celaena queria abraçá-lo, mas sentiu certa vergonha. Não o conhecia muito, e não era como se fossem amigos, passaram bastante tempo juntos, mas ele havia sido pago para isso. Quando percebeu Samael se aproximando já era "tarde" de mais. Ele a envolveu em um abraço distante e tímido, quando percebeu que havia sido correspondido Samael intensificou o abraço, e ela pode sentir o coração dele batendo, o calor do corpo dele.

- Queria ter mais tempo com você - sussurrou ele, no ouvido da garota.

- Daqui a um tempo irei reivindicar a Fortaleza dos Assassinos - disse ela, com a cabeça ainda apoiada no peito do rapaz - você poderia fazer parte da nova guilda.

- Pensarei no assunto - respondeu ele, com um sorriso brilhante no rosto - irei sentir falta dos treinamentos.

- Se você entrar para a guilda, poderá treinar o quando quiser.

- Isso é golpe baixo - respondeu zombeteiro - seu poder de persuasão é tão incrível quanto suas habilidades de assassina.

- Ei, isso era para ser sério.

E assim eles se soltaram, o abraço havia sido bom e a conversa também, mas Celaena teria que ir, a arrumação do apartamento a esperava. Teria também que comprar a liberdade de Lysandra, já havia combinado com a garota, iriam assistir de camarote o desfile da carruagem de prisão de Arobynn Hamel. Havia conversado com o príncipe herdeiro, e o mesmo afirmara que o rei dos assassinos seria mandado para Endovier por todas as mortes que causara, e Celaena seria absolvida de sua sentença por ter cooperado.

A Assassina de AdarlanOnde histórias criam vida. Descubra agora