Mudanças são bem vindas

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Logo depois de os ocupantes da Fortaleza irem embora, Celaena ainda permanecia lá.

Lysandra e Samael passaram o dia indo e voltando do apartamento, para trazerem suas coisas. Os dois já haviam até escolhido seus respectivos quartos, mas Celaena ficara sentada no sofá remoendo as lembranças.

Morar ali depois do que acontecera seria muito difícil. Sempre que olhasse para aquela porta - que levava para baixo - se lembraria do corpo de Sam, sem cor, sem vida, apenas deixado ali. Se lembraria de como falhara com ele.

Não queria permanecer deprimida. Então tomou a decisão de que logo no outro dia iria procurar alguém para redecorar o local. Dorian devia ter contatos para isso, já que o mesmo a tratara como sua amiga iria se aproveitar disso.

- Celaena - murmurou Samael descendo as escadas - sei que essa casa te trás lembranças, mas você precisa escolher seu quarto e arrumar suas coisas. Estão todas no corredor, se quiser posso te ajudar.

- Hoje vou ficar no meu antigo quarto - disse ela melancólica - amanhã darei um jeito de encontrar alguém para redecorar essa casa. Só preciso de ajuda com os baús, vou deixar dentro do quarto e amanhã arrumo tudo.

- Como queira - disse Samael sorrindo para ela.

Os dois subiram para o corredor onde se encontravam os dois baús de Celaena, juntos pegaram o primeiro - cada um segurando de um lado - e o levaram até o quarto. Repetiram o processo com o segundo, e então se sentaram na cama para um pequeno descanso.

- Posso ficar aqui com você se quiser - disse Samael, o mesmo reparara em como Celaena olhava melancólica para seu antigo quarto - pego o colchão do quarto aqui em frente e coloco aqui no chão.

- Não precisa... - disse ela, estava se sentindo vazia e queria ficar sozinha - eu acho que preciso ficar um pouco sozinha... - ela o olhou e então deu um fraco sorriso - obrigada por oferecer.

- Imagina - respondeu, já se levantando para sair - qualquer coisa me chame.

Após Samael desaparecer pela porta, a menina empurrou a mesma com o pé, e se permitiu deitar. O dia fora longo, com algumas decepções e lembranças ruins, mas ela iria superar. Sam não ia querer vê-la daquele jeito.

Chorou no travesseiro até pegar no sono e então teve pesadelos... "Arobynn estava rindo doentiamente a sua frente. Olhando para os lados percebeu que estava amarrada a um tronco e ao seu lados estava Samael. Assim como ela, o rapaz estava amarrado a um tronco, estava desacordado, tinha marcas roxas por todo o corpo e um corte feio no ombro.

- Você achou que iria poupa-lo? - disse Arobynn, enquanto a rodeava, ainda esbanjava aquele sorriso doentio - Vou fazer pior do que foi feito a Sam. Se acha que pode ter alguém, saiba que não terá ninguém além de mim.

- Pare com isso Arobynn - suplicou Celaena, estava desesperada e chorando - Sam está morto por sua causa. Você o criou. O deixou morrer. Deveria sentir remorso por isso... por favor não faça o mesmo com Samael...

- E porquê não faria?

- Porque ele é seu filho - gritou Celaena, Arobynn podia ser um monstro, mas não torturaria o próprio filho - Olhe bem para ele. Não te lembra alguma mulher com quem esteve? Pois ele não se parece nada com você.

- Louise? Ele é filho de Louise!"

Celaena acordou em um impulso, quando percebeu já estava em pé perto da porta, seu coração estava acelerado e lágrimas escorriam por seu rosto. A primeira coisa que veio a mente foi: qualquer coisa me chame. Sem pensar duas vezes, saiu do quarto e seguiu até o de Samael, bateu a porta e esperou.

A Assassina de AdarlanOnde histórias criam vida. Descubra agora