I accept

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Puxei com toda força sua blusa para baixo quando os disparos de tiros foram todos em nossa direção, corremos um pouco inclinados para baixo atravessando o corredor com pavor de sermos atingidos.

— Por aqui. - Jungkook puxou minha mão em direção ao corredor a sua direta onde pudemos encostar nossas costas com alívio, finalmente podendo ter ar nos nossos pulmões.

Os tiros cessaram.

— Não acho que conseguiremos sair daqui. - Falei um tanto desapontada do quão ruim estava sendo nosso plano de fuga, nada dava certo.

— Conseguiremos sim e ainda por cima - Virou seu rosto em minha direção, obtendo toda minha atenção. — juntos! - Sorriu ladinho.

Assenti concordando, pensando bem chegamos muito longe para jogar tudo pro alto agora, está na hora de reagir!
— Tem um plano? - Jungkook falou após observar minha cara de pensativa.

— Ah, eu tenho sim. - Fiz minha melhor cara de confiante.
[...]

As vezes fico a pensar onde tiro ideia, do rabo não é possível! Também não sei como aquilo surgiu, mas tinha uma porta de carro blindado a alguns metros dali, porém parecia que os atiradores queriam nos acertar. Só foi eu colocar o pé para fora do nosso abrigo que os tiros vinheram em dobro.

– Merda! – Disse isso e logo tirei o pé.

– Falar palavrão não é coisa de uma dama! – disse brincalhão no meio do caos.

– Coelho bobão, aonde que isso é momento para ficar de brincadeira o retardado? – disse isso e ele mantinha o olhar calmo... mas parecia... – JUNGKOOK!

Gritei ao ver aquela cena, aquele idiota correndo que nem um retardado. Meu olhar se tornou lento, parecia que as balas vinham em câmera lenta e que uma lágrima teimosa escorreu por um segundo. Ele correu e nem ao menos percebeu o tiro perdido que levou bem na região do quadril, que mais parecia ter me atingindo pela cara que fiz e a dor que se alastrou em meu peito.

A dor para ele parecia nada, sua adrenalina pulsando sobre seu corpo parecia surreal, sua força parecia dobrada. Ele segurando uma porta daquelas sozinho foi o ápice daquele homem, os músculos contraídos e a sensação de querer me proteger me fez escorrer uma lágrima, de outros lugares mas... voltando a ele correndo até mim, sua mão foi até minha nuca, sem delicadeza me puxou e eu quis gritar um "seu louco me pega direito", no entanto era tantos tiros contra a sua porta que não escutava e ele parecia não sentir dor, até ver o sangue pingar e gotejar em minha pele, mas até ele perceber foi segundos de correria.

Logo ao sairmos daquele inferno, eu e ele nos sentamos, minha mão estava sobre o corpo dele, sobre aquela ferida, o sangue dele era muito, muito quente, já minhas frias lágrimas escorriam e se misturavam com o sangue. Ele mantinha o olhar calmo, como se aquilo fosse normal, aquilo não era uma farpa, era um tiro!

Eu o olhei no fundo dos seus olhos não demorando até os meus se encherem de lágrimas, eu parecia uma criança segurando o choro, prendia a boca fortemente tentando controlar.

— Não chore ... não gosto de te ver assim. - Falou calmo, sereno, como se olhar para mim fosse seu anestésico, visto que tinha um mínimo sorriso em seu lábio.

— V-ocê levou um tiro, n-ão tem como não chorar idiota. - Não me aguentei e comecei a chorar, me segurava para não soluçar tão alto e nosso pequeno "esconderijo" ser descoberto.

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