the beginning of everything

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— Você com essa carinha de brava só me deixa mais apaixonado. - Ele me encarou com seu típico olhar de bobo, seus lunes tão brilhantes e aquele sorriso que deixa a mostra seus dentinhos tortinhos. São tão charmosos.

— Deveria te deixar com medo, isso sim! Estamos agora na detenção por sua causa, coelho bobão. - falei brava, mas era óbvio que Jeon não estava ligando para nenhuma de minhas ameaças, pelo contrário, vai a dizer que está mais apaixonado por mim, como sempre diz.

Quem observa de longe deve querer me matar por negar tanto o tão desejado Jeon Jungkook. Ele é capitão do time de basquete da escola, o mais popular, o mais bonito. O garoto é um Deus por todos do colégio.

E para mim? Apenas ... Jeon bobão Jungkook.

Não me levem a mal, eu sei onde param todas as garotas que se apaixonam pelo popular. Nem ao menos a nerd eu sou, não sei nem onde me encaixo em qualquer clichê existente, pior ainda, não sei o que Jungkook vê de tão esplêndido em mim pra ter toda essa obsessão.
Logo com a estrangeira.

Na real, eu nunca acreditei em suas palavras, da qual ele jura de pé junto serem verdadeiras e do fundo do seu coração, basta eu deixa-lo provar. Eu não sei qual é meu medo de experimentar o amor. Tenho medo. Muito medo. Não quero me agarrar, me apegar a alguém que no final apenas estava brincando com meu coração, sou uma medrosa de carteirinha do amor e admito isso sem rodeios.

— Yah! Eu só queria dizer que com essa tiara eu até te confundiria com uma princesa. Ah! Mas você é... a princesa do meu coração - suspirou apaixonado

— No meio de uma prova? Não podia esperar? - Disparei tudo de uma vez e, no final das contas, seu bico me desarmou de todas as formas. Foi inevitável o sorriso em meus lábios e junto veio a coloração rósea nas minhas bochechas. Eu não era de ferro, todos os elogios dirigidos a mim eram novos e as sensações que chega junto, é bom.

Olhando para o relógio parecia que os minutos não passavam. Até que, o silêncio foi rompido por conta de barulhos estranhos, que deveriam ser apenas outros alunos importunando.

— isso são gritos? - disse Yin, sentado no fundo da sala junto com seus dois amigos, cujo eu e Jeon nem tínhamos reparado.

— A gordura está afetando tanto assim sua audição? - O popular dispara de cenho franzido.

— Jeon!!! - Reviro os olhos por tamanha falta de senso do garoto com o peso alheio. Jungkook só age gentilmente comigo, como puderam perceber agora, já com os demais ele mantém fielmente o papel de popular babaca. — Me desculpem por isso. - sorri constrangida, sendo retribuída com um enorme sorriso gentil. Ele claramente já está acostumado com essas brincadeiras de mal gosto do garoto ao meu lado.

— Vou lá dar uma olhada. Não saiam daqui! - mandou a professora que nos vigiava,  abandonando a sala e nos deixando sozinhos.

Aquele suspense estava nos matando aos poucos. Deixar adolescentes curiosos em uma sala de aula deveria ser crime.

— CORAM! - gritando e com sua mão cheia de sangue marcando o vidro da sala, a professora que, outrora fora atrás de respostas, simplesmente correu e nos deixou ali sem saber o que está acontecendo. O pânico se instalou naquele ambiente.

E como um flash tudo passou rapidamente. Todos corriam. Podia ouvir os gritos de pavor das pessoas clamando por suas vidas, os carros desgovernados batendo um no outro, pessoas devorando umas às outras, tudo um completo horror.

Entrei em pânico. Tudo ao meu redor parece ter parado, meus olhos já se encontravam cheios de lágrimas enquanto observo toda aquela tragédia pelo vidro enorme da sala, que me da a visão perfeita da rua. Senti os braços de jungkook me sacudirem, seus berros para que eu reagisse e saísse dali com ele, mas nada fiz.

A porta foi aberta bruscamente ...

Meu instinto foi se esconder de baixo de uma mesa, agarrando firmemente o pé de metal daquele objeto, que me parecia a coisa mais segura do mundo naquele momento. Meu choro já havia se tornado alto, eu chorava compulsivamente aguardando o pior.

      — AJUDEM A SEGURAR A PORTA! - Percebi que havia mais pessoas naquele ambiente, mas não consegui coragem para abrir os olhos de jeito nenhum. Não reconhecia as vozes mas, pareciam brigar em vez de se ajudarem em um momento como esses. Idiotas.

  — Ei! Não precisa ter medo, estou aqui com você. - Um par de braços fortes me puxou para mais perto e minha cabeça repousou em seu peito. Aquele cheiro, aquela voz eram reconhecidas por mim de longe. Pude escutar seu coração batendo ferozmente, deixando claro seu medo também.

    — Está com medo? - Levantei lentamente meu rosto, secando algumas lágrimas. Cruzei com seu olhar, que observa atentamente cada movimento meu.

   — Medo eu fiquei quando não consegui te achar. - foi sincero. Jungkook estava sério.

  Não me contive e escondi meu rosto na curvatura de seu pescoço, me permitindo chorar e abraçá-lo forte. Aquele calor confortante de seu corpo no meu foi a melhor coisa que aconteceu.

Todos naquela sala estavam apavorados e confusos, olhando uns para os outros em busca de uma explicação plausível para o que está acontecendo. O caos lá fora só nos deixa mais amedrontados, com medo de quanto tempo as cadeiras que predem a porta iriam aguentar.

Parei para observá-lo. Jeon não me soltava por nada nesse meio tempo e parecia não querer me soltar nunca mais. Seus traços marcantes hipnotizavam-me, meus olhos desceram para sua boca fina e avermelhada naturalmente, me pareceu tão convidativas naquele momento, mas não era o certo, não era o momento.

O que há comigo?

  Por que faz isso comigo?
Qual todas as circunstâncias para querer se preocupar logo comigo?

Qual tamanha fissura por mim? Uma garota tão sem graça, sem nada a oferecer.

  — Guli - Me chamou com sua voz baixinha me fazendo despertar de questionamentos sem respostas, voltei a olhá-lo — Prometo protejer sua vida, antes da minha.

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