Gwangju

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— Eles fizeram o que com sua família? - Lisa perguntou.

— Mataram. - suspirou o garoto. — Eles chegaram de supetão nos oferecendo ajuda e, quando estávamos prestes a aceitar, varios deles nos cercaram. Depois disso, só lembro de correr junto com a Booa para longe.

— Eles levaram o carro? - Namjoon diz

— Se tivessem pegado o carro eles teriam nos alcançado rapidamente pela floresta. Eles... pareciam gostar de matar, como se fosse prazeroso. E termos fugido parecia ter deixado tudo mais divertido para eles. - Booa falava pensando longe.

— Eram tribos? Caçadores? O que? - Momo disparou, mais assustada que todos nós com essa informação.

— Eram pessoas normais, como a gente. Bom, ao menos se vestiam normais. - Jay responde, mais incerto que nós a respeito dessa nova ameaça. — Achei que nossos problemas seriam apenas zumbis, não estávamos preparados para pessoas normais, que deveria estar do nosso lado. 

— É meu caro, em um apocalipse zumbi todos se revelam o que são de verdade. - falei por fim.

Era óbvio que sabíamos que existia pessoas ruins por aí, como já enfrentamos alguns as vezes. Mas, circunstâncias os levaram a fazer isso; um foi para roubar nossas coisas, outros para nos ter como alimento. Agora, nunca nos apareceu um grupo que matava por diversão, sem querer nada em troca. Todos querem algo em troca. E saber que esse tipo de gente ainda está por aí, mais forte que tudo, matando pessoas inocentes em busca de um lugar feliz, só me deixa mais apreensiva sobre tudo.

— Vai da certo. Vamos conseguir. - Jungkook me abraçou e me tirou dos meus pensamentos.

— Será? - pela primeira vez eu estava incerta sobre nosso futuro, se realmente iríamos sobreviver.

— Já enfrentamos coisas piores Guli. - abriu um daqueles sorrisos mais fofos do mundo. Meu coração acelerou instantemente.

No abraço dele eu me sentia segura do mundo. Como eu queria que aquele lugar fosse meu lar para sempre, pois é nos seus braços que me sinto protegida. É ali, que não tenho medo do que nos aguarda lá fora.
[...]

O sol estava forte pela manhã, clareando toda a casa e nos avisando que agora seria o momento de irmos. Minha barriga doía de fome, assim como a do resto do pessoal. Uns até tentou achar comida por aqui e, obviamente, não tinha nada além de baratas e algumas larvas pelos recintos.

Jungkook e eu estávamos lá fora, encostados no carro que iríamos, esperando o resto do pessoal sair.

— Me conta aí, qual o lance do apelido de Amendoim? - lembrar do meu apelido o fez  rir e eu o acompanhei. Era um bom apelido de um pai para sua filha.

— Eu não gosto de Amendoim. - respondi.

Minha cabeça estava encostada em seu peito, podia ouvir perfeitamente o barulho do seu coração. Seu braço está por volta do meu ombro, era um abraço meio desajustado, mas estava perfeito.

— Agora ficou confuso. - riu — Se você não gosta, qual o sentido?

— Quando era pequena, meu pai havia me dado um amendoim para experimentar. Segundo ele; quando dei a primeira mordida eu fiz uma careta muito engraçada e aleguei não ter gostado do alimento. Mas, ele achou minha careta tão fofinha, que dês desse dia, meu apelido é Amendoim. - expliquei toda a trajetória do meu apelido. Olhei para Jeon que segurava a risada, mas acabou não aguentando e gargalhou. Sua risada foi tão contagiosa que acabou me fazendo o acompanhar. Realmente era uma história muito doida para um apelido.

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