Capítulo 2: Senhor e Senhora.

19 4 1
                                    

O amor é um fogo que arde sem se ver. E esse fogo ardia cada vez mais, aumentando e se transformando em um grande fogaréu. Queimando no coração de Francis e Pam. Sete anos se passaram e eles já estavam com o namoro assumido e noivos. O trabalho nunca mais foi tedioso para aqueles dois companheiros. Claramente houve rebuliço quando a notícia se espalhou na empresa, porém, alguns anos foram capazes de tornar essa relação normal. Todos os dias, eles trocavam olhares até dar o primeiro beijo, no escritório mesmo.

Francis a pediu Pam em casamento em uma gôndola, em Veneza. Enquanto um gondoleiro lentamente remava pelo Lago de Veneza, e nas bordas, violinistas tocavam canções românticas. Pam não conteve o choro e aceitou, pulando nos braços do homem. Agora, em 1987, eles se preparam para o selamento do laço de suas almas. Casariam em igreja, escolha de Pam, e só queriam apenas amigos e família.

- Senhor, devo dizer, nunca pensei que este dia chegaria. - Gerald disse. - Já estava conformado que a família pararia por aqui.

- Obrigado pela esperança que sempre pôs em mim, de fato eu me sinto muito melhor. -Francis ironizou.

- De nada! - Gerald disse depois de algumas risadas. Ele arrumava a gravata de seu mestre. Que trajava um magnífico terno.

- Pode imaginar, Gerald? Estou ansioso, isso foi uma coisa que nunca imaginei. Minha juventude foi regada a luxúrias. Se eu do passado me visse hoje, não acreditaria. Mas sabe? Estou feliz.

- Senhor West, isso é maravilhoso! Tenho certeza que seu filho será belo com os seus genes e os da Senhora Pamela.

- Isso é fato!

Francis estava quase pronto, alguns ajustes no cabelo e no bigode e tudo estaria pronto para o grande dia. Tudo feito, ele logo entra no seu grande carro negro e parte, sendo dirigido pelo próprio Gerald. No caminho ele checava as horas e arrumava sua gola, em forma de nervosismo.

A igreja se aproximava, e a ansiedade dele crescia junto. Era um estabelecimento bem cuidado, sua grande portas de madeira clara se abriam com sua chegada. A igreja era linda, seu teto contava com obras primas católicas e suas paredes com estátuas. Indo de Virgem Maria à Cristo crucificado. Todos ornamentados e com enfeites esculpidos a mão. Era grande, até demais. Os convidados não chegaram a encher os bancos e então Francis se dirigiu ao altar. Seu anel clássico, cujo qual ele nunca tirava da mão, brilhou laranja. E ele se alegrou, a boa energia talvez tenha trago... Magia?

Alguns minutos se passaram, todos prontos. A porta novamente se abre. Trazendo outra Pam. Tão linda como uma princesa, sua presença fazia os olhos de todos brilharem. Seu vestido longo e branco se arrastava por metros, com crianças o segurando. Ele era branco puro, quase brilhava. Ela andava com estilo, estava treinada para aquele pequeno desfile. Francis e Pam se controlava para não se abraçarem e se beijarem sem nenhuma cerimônia. O padre começou a cerimônia. Após todo seu discurso, o beijo foi inevitável e lindo. As alianças brilhavam, a anel de ouro dezoito quilates era lindo. Brilhava nos olhos.

A união de suas almas estava concluída, agora Pam era uma Westminster e Francis um Stevenstein. Eles dançaram em uma balada os maiores hits dos anos 80, depois de um tempo, a lua de mel foi marcada nas caraíbas, estavam dispostos a enfrentar o verão naquele local paradisíaco. E assim foi.

Foi uma viagem de fato divertida e amorosa, após uma noite de amor e prazer, suados e ofegantes, Pam deitou ao lado de Francis. E disse, enquanto arrumava seu cabelo bagunçado.

- Sabe o que eu amo em ti? Você é atencioso, um amor de pessoa. Quem diria, casada com meu chefe. - Ela riu. - Mas tá tudo bem, esse meu chefe é um tesão mesmo! - Agora todos riram.

- Você é uma safada! Mas me pergunto como conseguiu ficar com alguém que na época tinha um bigode de lorde. A tendência eram roupas rodadas, coloridas. Eu era quase um gótico, um Allan Poe da vida!

Arcano - Descobrindo o místico.Onde histórias criam vida. Descubra agora