Capítulo 3: Nasce uma luz.

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1997

Nasce uma luz. O casamento de Francis e Pam finalmente havia ganhado um novo laço. O jovem Robert acabara de nascer em Unit, assim como Francis previra. Foi uma felicidade a todos, as notícias fizeram questão de informar este fato. E que lindo era aquele bebê, branco e com um cabelo castanho. Uma conjunção do negro de Francis e do ruivo de Pam. Com três quilos, nasceu saudável e feliz. Era um bebê risonho, seus olhos negros como jabuticaba brilhavam ao ver seus pais. Francis também levava seu bebê para o trabalho, e que obviamente era bajulado por todos do local. No mesmo ano, nasce David. Filho de Jonathan e Selina. Por uma coincidência do destino, nascem no mesmo mês, com Robert sendo apenas duas semanas mais velho. 

Com dois meses de vida, Francis decide tirar férias do seu trabalho e focar totalmente na sua família. Francis sabia como o seu pai estaria orgulhoso se visse aquela imagem. A família unida e a Westminster fortalecendo Unit. A empresa Westminster foi a responsável pela criação da Nova Unit juntamente com a Waylux em uma aliança econômica. Jonathan e Francis tiveram uma boa maneira de trabalhar, que aumentou ainda mais a expectativa de vida nos anos dois mil. Com certeza o nome de ambos ficariam marcados para sempre naquela cidade. A iniciação das atividades portuárias foi um sucesso e permitiu que muitos acordos fossem fechados, muita importação e exportação. Unit estava caminhando em passos largos. Westminster, Waylux e Orleans foram nomes que ficariam cravados na história de Unit. 

A vida de Francis nunca esteve tão feliz, talvez apenas quando seu casamente ocorreu. Considerava seu filho uma bênção e certamente o tratava como tal. 

— Vamos trocar sua fralda, garotão. — Francis pegou o jovem Robert e o colocou em cima da cama, tirando sua fralda como um profissional. Enquanto limpava o garoto, notou que as veias do bebê brilhava dourado mas então Francis passa a mão sobre o garoto e logo as veias voltaram ao normal. — Ainda não, amigão. — Ele disse.

1 ano depois.

A vida havia se normalizado, a ideia de um bebê já estava estabelecida e não era mais um susto. A emoção deu lugar a razão. O pequeno Robert já estava maior. Andava e tinha um vocabulário de por volta de cinquenta palavras. Francis decidiu fazer algo que seu pai sempre fizera: Uma caminhada, uma viagem. Antigamente em Londres, agora, em Unit.

— E aí, garotão. Bora dar uma andada? 

— Pra onde, papai? — Robert perguntava enquanto mordia um dinossauro de brinquedo. 

— Eu tive uma ideia, vou fazer uma caminhada com você. Jogar uns papos foras, mesmo que você não lembre depois! Tenho certeza que sua mãe vai permitir, né amor? — Ele disse as últimas palavras mais altas para que Pam escutasse, e ela confirma. — Vai ser legal! Prometo te comprar um sorvete! 

— Ebaa! — A criança levou os braços para o alto. — Sorvete! Quero três milhão! 

— Calma lá! Calma lá! Talvez dois milhões, três é muito! Vai ser divertido. Você já tá até arrumadinho. Vamos andar por uns parques, pegar umas gatinhas, sua mãe nem vai notar! — Francis deu risadas. 

— Se quiser perder o saco quando voltar, é só dizer! Senhor Westminster!! — Ela gritou do quarto. 

— Sua mãe me ameaça, eu vivo de ameaças! Oh! Mundo cão! Entrei na barca do inferno, é um fato! — Ele riu novamente. — Psicopata em casa, daria um nome de documentário legal, huh? 

— Morto em casa daria um melhor! Vão logo antes que eu fique de mal humor! 

— Seu desejo é uma ordem, dona Pamela! Vamos indo, meu cheiroso? — Francis pega na mão do garoto, que pega apenas um dedo do seu pai. Francis coloca o garoto no carro com a cadeirinha e todos os métodos de segurança. Próximo destino, parque central da Nova Unit. Era um local de recreação que se distinguia do clima urbano próximo. Cheio de árvores e brinquedos. Francis senta o garoto e compra um sorvete de um vendedor próximo. Enquanto o garoto se lambuzava no seu picolé de limão, Francis observava a cidade e falava com o garoto. 

— Vou falar igual Mufasa em O Rei Leão. "Tudo isso que o sol toca, é o nosso reino" Minha empresa, nossa empresa, foi responsável por isso, meu amado. E um dia, é você que vai continuar meu legado, como foi comigo e meu pai. — Francis sabia que o garoto não entendia uma palavra que ele falava. Porém ele sabia que aquilo era mais para ele mesmo do que para seu garoto. Robert teria muito tempo para aprender isso. — Meus esforços, serão continuados nos seus, e assim, nossa família cria uma corrente que movimenta a cidade por onde passa. Talvez eu não tenha muito tempo de vida. Seja como for, sei que você é capaz, meu garoto. — Ele pausou por alguns segundos e sentiu o vento e ouviu os pássaros cantando e passou assim durante alguns minutos. 

— Papai, posso comer mais um sorvete? 

— Huh? Ah! É claro, mas não aqui, no nosso próximo destino. Vamos indo? — Francis pegou o garoto no colo e prosseguiu para seu novo destino: Nova fonte.

Nova fonte não estava tão movimentada, apenas algumas pessoas estavam no local. A primeira coisa ao fazer é comprar mais um sorvete para seu filho e se sentar em um banco. Observando toda a extensão daquele laboratório.

— Filho, este. — Ele apontou para o local. — É um lugar de mudanças. Eu sinto que uma nova era vai começar aqui. Não do jeito que todo mundo espera, com altruísmo e tecnologia. Mas... De uma tragédia... Agora vem o porém, essa mudança. Vem para o bem, ou para o mal? — Francis esfrega os olhos e retoma os pensamentos. — Não... Não... Pare de ver isso. Filho, esse lugar vai mudar a vida de seus próximos, não a sua. Vamos aproveitar enquanto existe, e vamos utilizar para fazer o melhor. Certo? Vamos indo! — Francis se levanta e pega na mão do filho. Eles decidem voltar do seu passeio. No caminho, Francis decide conversar com o seu pequeno. Desabafar. 

— Criança, você vai ser um grande homem. Poderoso, o maior de todos. O que eu disser para ti, você vai se lembrar. — Francis ao terminar de falar levanta o dedo indicador e o médio, faz um movimento circular e a cabeça do jovem começa a brilhar. — O seu destino você quem faz. Tu encontrará pessoas tão especiais como você, dispostas a fazer o bem. São nelas que sua companhia deverá ser depositada. Talvez se encontre com escolhas difíceis, mas nunca se esqueça que te amamos, lembre-se que eu vou estar te apoiando, sua mãe vai te apoiar, NUNCA se esqueça o quanto eu e sua mãe te amamos. Um dia, o mundo agradecerá por ser o melhor para ele. Confie em você, Robert. — Francis encerra o gesto e o brilho some. — Memento semper.

A viagem prosseguiu, os dois voltaram felizes como sempre. Suas vidas continuariam felizes, estáveis. O verdadeiro sonho americano. Robert iria ser uma criança feliz, porém o destino é inevitável...


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