Deadly {first end}✾

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— N-não quero. — Negou freneticamente com a cabeça. — Você não manda em mim, Tozier! "Chee" é um apelido fofo pra uma pessoa fofa, você é um assasino! — Empurrou os ombros do maior, que deu dois passos pra trás, rindo.

— Que pena, Eds. Eu estava pensando em deixar você viver. Mas talvez meu pai tenha razão e eu deva cortar o mal pela raiz. Você me faz gay, por isso devo te matar.

Agora foi a vez de Edward rir, de nervoso e raiva. — Eu te faço gay?! Qual é, você é gay de qualquer jeito, por que sempre vai se apaixonar por garotos! Vai matar todos eles, Richie?!

— Se eu os amar, sim! Até eu me apaixonar por uma garota e tudo ser como deve ser. — Falou calmamente. Uma veia estava saltada na testa de Eddie, ele explodia de raiva. Mas também tinha muito medo.

Achava que podia confiar em Richie, ele era a pessoa que o menor mais amava e confiava. Richard destruiu isso em minutos.

— Como ninguém escutou quando você atirou na Íris? Ou no Ben?! — Eddie perguntou com a cabeça erguida, sem tirar os olhos de Richie. Sua vontade era chorar, mas não queria fazer isso agora. Seu corpo inteiro tremia, mas precisava parecer forte.

— Silenciador, comprei numa lojinha e até que funciona muito bem. Não se escuta quase nada do barulho do tiro. — Aquele sorriso perturbador não saia do rosto dele. Eddie ainda estava tentando processar tudo isso. Seu melhor amigo e crush desde sempre era um assasino. Como chegou nesse ponto?

— Richie.. esse perfil de assasino não cai bem em você. — Eddie suspirou. Precisava pensar em alguma forma de fugir dali, chamar ajuda. Não queria ser morto. Mas era difícil, estavam no meio do mato.

— Eu te conheço, sei que você tá me distraindo e pensando em como fugir. Eu te dou dez segundos pra correr, o que acha? — Voltou a se aproximar. — É pegar ou largar.

— Eu topo. — Provavelmente era mentira, mas era o melhor que Eddie conseguria nas atuais circunstâncias.

Quando Richie começou a contar, ele pensou em correr pra o mais rápido possível pra bem longe. Mas lembrou de Stanley, que ainda estava com o corpo de Bill sem nem imaginar que Richie havia o matado. Sem saber que estava em perigo.

Correu para onde estava o corpo. Richard não mentiu, os dez segundos passaram e ele começou a correr atrás de Eddie, que se desesperava cada vez mais ao escutar os passos largos se aproximarem.

Viu Stanley ainda abraçado ao corpo de Bill chorando, tentou o puxar pelo braço. Stan levantou sem entender.

Eddie voltou a correr. — Corre pra longe e chama ajuda, Stanley! É o Richie, fala pra polícia! É o Richie! — Se afastou, mas não deu tempo de ir muito longe.

Ouviu um tiro. O som era realmente baixo, parecia fino. Mas estava perto então deu pra escutar.

Ele parou no mesmo momento. Se virou lentamente, e viu Stanley atirado no chão com um tiro no meio da cabeça.

Sentiu seu sangue ferver. Agora ele quem queria matar Richie. Mas não tinha coragem, o amava demais. E não conseguia matar alguém. Eddie sentiu muito ódio e seus olhos se encheram de lágrimas pesadas.

Ele se jogou ao chão. Seus joelhos bateram com força contra a grama, nem se importou. Simplesmente chorou como se nunca mais fosse o fazer. Por que realmente não ia.

— Oh, Eds. Odeio te ver assim. — Se aproximou do menor, levantando seu rosto pelo queixo. Olhou fundo em seus olhos que brilhavam a luz da lua pelas lágrimas acumuladas ali. — Vou acabar com seu sofrimento.

— N-não faz mais sentido viver. Sem você, sem eles. Me mata logo, vai ser melhor pra mim. — Edward pediu, sentindo as lágrimas escorrerem por sua bocecha.

Não podia acreditar que era Richie, aquilo era horrível. Ele matou tanta gente. O pai dele o fez virar um psicopata por não aceitar ele ser gay. Eddie estava completamente quebrado por dentro, o que importa o que acontece com ele por fora?

— Assim não tem graça, baby. — O ergueu do chão. — Me implora.

Eddie não queria morrer. Queria fugir, mas não tinha mais esperanças. Esse tempo extra de vida que conseguira não servia pra nada, era só pra sentir seu coração sendo quebrado cada vez mais. Era como se Richie o apertasse aos poucos.

— Não vou. Decide logo se vai me matar ou não. — Virou de costas para Richard de cabeça baixa. Levantou rapidamente a cabeça e tentou correr, mas no primeiro passo Richie envolveu seu pescoço com o braço.

Ele abaixou o braço (ainda o segurando) e colocou a faca na frente do pescoço.

— Eu te amo demais, e isso é errado. Por isso devo matar você. — Cortou a garganta de Eddie em um movimento rápido, o vendo se engasgar com sangue que logo transbordou por sua boca.

Ele ainda estava vivo quando começou a se debater no chão, uma parte de Richie queria acabar com seu sofrimento, a outra só queria o ver sofrer mais.

Ele pegou o taco de beisebol e bateu com ele no rosto de Eddie. Ele sentiu seus dentes quebrando quando o bastão chocou na sua bochecha.

Pegou a bombinha de asma e inalou, mesmo sabendo que não ajudaria. Richie riu da tentativa falha.

Eddie ficou de barriga pra cima com as mãos na garganta, fazendo sons estranhos sufocando aos poucos.

— Sabe, você tá parecido com a Beverly. — Richard apontou a arma pra cabeça do garoto, finalmente pronto pra acabar com toda aquela dor. Atirou logo após falar: — Feliz Halloween, Edward Kaspbrak.

✾the dark side of red✾Onde histórias criam vida. Descubra agora