Da água pro vinho

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Nicholas di Angelo

Nico apenas levantou, sua cabeça ainda latejava um pouco, da noite anterior, ele talvez esteja acostumando com a ideia de que lidar com aquelas sensações de novo era um grande problema . Se perguntou com uma incógnita na cabeça, de como chegou naquela situação deplorável e deprimente, no quarto de Jason, que foi receptivo ao deixa-lo em sua cama e ele em um sofá que tinha por ali, mesmo tendo deixado aquele incidente duas semanas atrás. Sentia um intruso dentro da família perfeita de Jason Grace. Thalia era uma grande campista com um grupo de jovens que exploravam o mundo, tinha até um programa de TV apresentado por Atermis. Ele tinha parentescos incríveis, ao invés disso ele só conseguiu o dom de causar problemas para Persefone ,Hades e Hazel preocupando-os. Todas aquelas defesas estavam agora desmoronando por culpa de um mexicano, ele não entendia como então pouco tempo deixou se envolver com aquele rapaz de cabelos castanhos, sorriso travesso, olhos tenaz e atitude alegremente contagiante. E deuses eles estavam brigados. Por culpa sua, tudo por culpa das malditas muralhas que construíra, culpa de dias trancado naquele quarto do Hotel tentando tirar um loiro de olhos azuis da mente. Trincou os dentes, encostou os dedos no chão. Um frio percorreu sua espinha ele pareceu deleitar-se com um grunhido manhoso quando abriu os olhos a cena a observar era de tirar o ar .

- O que fa...- a voz soou embargada acho que estava tão surpreso quanto si

- Jason deixou eu dormir aqui. – respondeu encarando atrás do garoto

Ele sentiu como se os olhos castanhos produzissem fogo, só de olhar sua presença, ele parecia controlar aquilo quando estava perto dos outros. Estava parecendo impossível fazer isso quando estavam sozinhos. As mãos dele estavam serradas. Ele ergueu uma sobrancelha, parecia confuso e calmo com a atitude normal dele. Sua voz saiu mais calma que pretendia . Seu coração apertou sua garganta grunhiu, Nico estava sentido aquilo de novo. Sua cabeça racional dizia que deveria se resolver e se afastar.

- Ele é meu primo – constatou levantando somente com um tom ríspido e ácido

- e meu melhor amigo – ele estalou a língua no céu da boca – Isso não vai dar certo se você não colaborar

Seu tom não era tão acusatório, mas dava para notar o quanto Leo Valdez estava chateado. Ele caminhou até a cama e sentou ao seu lado pelo canto do olho podia observar ele balançando as pernas de frente para trás. Inquieto, apertando o lençol segurando nos dedos devolvendo, amassando apertando, dedilhando...ele não sabia o que acompanhar primeiro. Soltou o ar que nem havia percebido que prendia.

- desculpe – sua voz saiu falha ele sabia que estava começando a acontecer mas Leo não tinha culpa nenhuma

- Achei que nunca iria ouvir isso garoto fantasma – sentiu um riso fraco e um toque abrupto do cotovelo do outro em seu braço

Um meio sorriso brincou nos lábios e reluziu o rosto moreno em uma mistura de fascínio e alívio. Tremeu quando sentiu as mãos do outro tocarem seus ombros, segurando em sua clavícula, os dedos dele eram médios e magros, mas podia sentir o contato gostoso quando ele apertou. Merda, por que diabos esse cara tinha que ser tão simpático e legal? .

- Relaxa,cara. Você está muito tenso – sentia o som da sua voz ficar mais calmo

Murmurou alguma coisa que pareceu intriga-lo mas não indagou, rezou para qualquer divindade existente pela paciência que o Valdez teve aquela vez . O silêncio parecia engoli-los, é Nico gostava de apreciar o silêncio e os leves toques da massagem pronunciada ali. Afastou-se sem avisar, erguendo o braço esquerdo para trás e arqueado as costas. Viu os lábios molharem ao perceber o quanto o moreno o encarava, constrangido. Nico olhou para baixo e entendeu, ele estava apenas com uma boxer preta, e sua calça estava espalhada pelo cômodo. Isso pareceu intriga-lo por que sentiu olhar avaliativo, percorrer seu corpo. Leo, era hétero. Isso era ridículo, sua mente estava pregando novas peças.

- Eu preciso ficar sozinho – sua voz saiu seria demais tentou mesmo que um pouco dizer

- Eu não quero...- aquilo pareceu assusta-lo sua voz saiu automático ele arregalou os olhos - que-q-quero dizer.

Pelos deuses, ele estava gaguejando. A voz tremeu, tudo rodou. Sabe quando seu celebro age por você? Dominando todos os sentidos?. Foi naquele momento que percebeu o quanto os poucas piadas faziam falta, mesmo tendo certeza daquele encontro nunca mais ia se repetir. Leo, havia dado espaço entre eles a racionalização era a coisa que o di Angelo mais prezava. Só que naquele momento para aqueles olhos, seu corpo se entregou ao impulso . Suas mãos foram mais rápidas que ele mesmo, sua reação foi imediata quando colocou uma mão de cada lado. Apertou os lábios, puxou-o e viu ele arfar, ele deve ter notado o que estava acontecendo. Aos poucos os suspiros vieram lentos quando aproximou seus rostos e mesclaram sua boca em uma só. Valdez não pareceu surpreso, simplesmente deixou Nico conduzir as línguas que agora se tocaram pela primeira vez. Sem afobação, sem distinção de momento. Sugou devagar a língua do outro, ouvindo um arfar involuntário.

Leonidas Valdez

Leo sentiu seu corpo estremecer com o toque das línguas. Sua cabeça rodou quando sentiu aquela sucção leve e afoita, parte racional da sua cabeça dizia que não tinham tanta intimidade para estarem naquele estado. Só que seu corpo pensava completamente diferente do nada estavam brigando e se desentendendo e do nada ele estava o beijando fervorosamente. "Qual é o problema desse cara?" . Não que estivesse reclamando ao sentir as mãos descerem pela lateral do seu pescoço, ombros parando em seu suspensório. Sentiu os dedos dele sob a roupa apertar o tecido, começando a descer aquela parte. Um grande alerta vermelho piscou na cabeça dele. Então o afastou com cautela estudando seus olhos escuros com puro desejo, aquilo o deixou totalmente sem chão. Logo viu que o rosto dele mudou para surpresa e um vermelho vivo. Pareceu finalmente focar na situação atual. Ele havia agido pelo total impulso, deixando uma incógnita dentro de seus pensamentos. O quarto escuro pareceu piscar, o tom escuro mudou para um tom mais natural. Aquilo deu um som silencioso constrangedor. Naquele momento Jason Grace apareceu na porta alguns segundos antes seria um nervoso inquietante.

- Oh parece que vocês estão se dando bem de novo – sorriu um pouco de lado se encostando sob a porta

- Digamos que sim – Leo não soube o que responder seu rosto estava corado

- Saiam daqui para eu me arrumar ao menos – Nico soou um pouco ríspido

Ele estava em modo defensivo de novo, Leo olhou de canto e respondeu "como quiser". Saiu, mesmo que não explicasse esse "quiser" dando evasão para um olhar confuso, e um riso arrastado. Aquilo era novo, até meninos eram estranhos. Jason apenas suspirou um pouco aliviado. Ele não perguntou o que estavam conversando. Deixando-o aliviado, o sinal vermelho ainda estava fechado. Sentiu pela primeira vez a vergonha o tomar, em torno de um ano sua vida amorosa tinha virado de cabeça para baixo . Sentou em uma das cadeiras, tomando uma xícara de café, já disposto na mesa. Ele se intrigava com o fato deles saberem tudo que o outro precisava sem ao menos dizer ou pedir. Se perguntou se já tivera algo por Jason mas isso pareceu estúpido. Eles tinham uma relação de amizade. Diferente da relação que começará a construir com Nico.

- Você vai me dizer o que está acontecendo ou vou ter que arrancar a informação a força de você? – percebeu o tom brincalhão dele mas sério também

A boca de Leo simplesmente se fechou e abriu, mas não sabia se deveria contar o que tinha acontecido lá em cima. Até por que nem ele mesmo sabia, levou as mãos aos cabelos cacheados. Apertou os lábios, pegou a xícara mas não tomou de seu conteúdo.

- Se eu mesmo soubesse te explicar Jason – ele apertou a porcelana entre os dedos

- Ao menos tente – ele também sentou em sua frente

Não parecia ter visto algo, mas parecia preocupado com o primo. Jason era ótimo em esconder suas perguntas, suas pretensões. Só que não podia ter segredos entre eles. A palavra segredo pareceu errada agora. Lembrando do incidente de duas semanas atrás. Que voltou a se repetir algumas vezes entre os expedientes dela atrás do balcão, ele estava se envolvendo demais com ela. Mas não podia negar tudo que estava acontecendo com ele é fingindo que Nico não existia entre essa relação. Quando renegou o controle de si mesmo. Iria explicar a Jason uma hora, mas agora tudo era confuso demais errado demais e nebuloso demais. Não estava pronto para admitir isso nem para si mesmo.

Continua 

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⏰ Última atualização: Nov 05, 2019 ⏰

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