Capítulo 13: O Oráculo Diamesh

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  - Tá legal, Richard. É a hora perfeita de usar seu cérebro – Tom pegou um pedaço de cano que estava jogado ali perto. Apesar de encarar fixamente a Cuca, suas mãos não paravam de tremer.

 - Eu sei, me dá um tempo.

 - Acaso não tenha percebido, não temos!

 - Como vai, Tom? – Ela falou lentamente.

 - Muito bem, e você? – Ele respondeu.

 - Não precisa temer – Ela olhava para suas mãos. – Apenas me entregue o livro.

 - Desculpe minha querida, mas sem devoluções.

 - Já lhe disse que você é um cara incomum? – Ela sorriu brevemente.

 - Não precisa, minha mãe sempre me diz isso – Ele olhou de relance para Richard, que vasculhava o livro a procura de algo.

 - Por que esse livro é tão importante para você? – Richard perguntou. Cuca o encarou friamente e começou a caminhar em direção a eles. – Sem respostas? Tudo bem, sua mal-educada.

  Richard continuou revirando as páginas em branco, agora ainda mais nervoso. Ele e Tom se afastavam aos poucos, ainda encarando a Cuca. A porta da saída ainda estava longe. Tom lhe perguntou mais uma vez o que iriam fazer. As crianças se aproximavam por todos os lados.

 - Cuca, Elisa, Saci, Curupira...

 - O que você tá fazendo cara? – Tom perguntou, agora caminhando muito mais rápido.

 - Tô tentando fazer essa coisa funcionar! – Richard e Tom agora corriam, mas ao seu redor estava cheio de crianças. Não havia mais saída. Richard continuou a pronunciar palavras na tentativa desesperada de se salvarem. A Cuca agora corria também. Tom e Richard tiveram que dobrar à esquerda e depois a direita, seus caminhos estavam sendo bloqueados aos poucos.

  Quando Richard menos percebeu, um prego havia fincado em seu ombro esquerdo. Ele gritou de dor. Uma das crianças havia pego uma pistola de pregos, e a própria também acertou Tom em sua barriga. Richard empurrou Tom para outro corredor para desviar de mais um prego. Ao olharem ao redor estavam cercados, a Cuca já se aproximava deles. Richard olhou outra vez para o livro em branco e lembrou do que a própria Elisa disse antes de manda ele e seus amigos para o mundo dos sonhos. Era preciso ter fé. Foi então que Richard deduziu um palpite da Cuca querer tanto o livro, afinal. Ele pôs a mão nas páginas em branco e disse: Livro, nos conte sua história. O livro brilhou e palavras começaram a ser escritas.

 - O que você fez? – A bruxa gritou e uma voz soou nas mentes de Tom e Richard.

 - Como vão, meus queridos? (Como vão?). O que posso fazer por vocês? – Um homem surgiu. Sua pele era totalmente azul, tinha cabelos encaracolados e seus olhos brilhavam em um dourado fosco. Ele era forte, e seu olhar, intenso. Usava uma túnica de linho finíssimo, cujas cores eram rosa e preta, que ajudaram a realçar seu olhar penetrante. Seus sapatos eram rasteiros e pretos, acompanhados de uma calça também rosa. Ele também tinha um sorriso encantador.

 - Richard, por acaso você invocou o garoto propaganda da TIM? – Tom comentou no ouvido de Richard.

 - Alamir – A Cuca resmungou.

 - Ora, como vai, Elisa? Você parece meio acabada – Ela rosnou, e o barulho que soou foi igual ao dos jacarés. – E muito mal-humorada.

 - Desculpe, mas quem é você? – Richard perguntou.

 - Ora, que indelicadeza a minha – O homem olhou para eles. – Meu nome é Alamir – Ele fez uma reverência. – Alamir Diamesh, ao seu dispor.

A Misteriosa Mansão GermaniOnde histórias criam vida. Descubra agora