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♥️



Eu andava de um lado para o outro, aflita roendo as unhas sem ter mais nada a fazer além de aguardar. Porém, minha falta de paciência não contribuía para que esperar fosse algo simples. Estava a horas naquela sala pequena de paredes acinzentadas, porém não estava sozinha.
— Luma, tente não se desgastar. Vai ficar tudo bem. O que estão fazendo lá dentro é protocolo. – diz Sejin, o manager. O cara mais alto que já vira em toda Coréia do Sul.
Parei o olhando com um copo de água na mão, me oferecendo.
— Obrigada.
— Disponha. Sente-se, logo vai terminar. Não se estresse mais.
Soltei o ar pelo nariz atendendo o conselho do mais velho. Me sentei na cadeira dura de plástico, bebendo a água.
Enquanto estava em casa cuidando de alguns papéis importantes recebi uma ligação de Jungkook. Ele havia se envolvido num pequeno acidente. 
Mas ao me contar no telefone eu tremi toda e meu coração quase que parou. Fiquei louca, mas ele repetiu várias e várias vezes que estava bem tentando me tranquilizar. Não funcionou muito, no entanto ele disse que precisava de mim. É óbvio que corri até ele no hospital onde teve atendimento, ao chegar fora um alívio vê-lo intacto.
Acompanhei de perto, nenhum membro do Bangtan tinha sido informado ainda, a pedido de JK. Segundo ele como estava bem, não seria necessário causar mais comoção. Do hospital ele precisou se apresentar na delegacia junto ao outro motorista.
Há duas horas atrás ambos entraram na sala do delegado para prestar esclarecimentos e aguardar notícias estava acabando comigo. Peguei meu celular respondendo as mensagens de Sora, a tranquilizei. Corria as mãos pelo rosto e neste momento vejo Jeon sair pela porta.
Alívio.
O manager foi o primeiro a falar com ele junto ao advogado que o acompanhou. Jungkook tinha a expressão um pouco irritada. Para quem o conhecia sabia que as sobrancelhas unidas e olhos desviando  todo momento indicava irritação.
A conversa durou mais do que eu queria. Quando finalmente Jungkook veio para perto de mim, me encarou por curto tempo. Eu novamente observando seu rosto e cabelos cortados. 
— Vem para casa comigo? – pediu.
— Sim, claro.
— Obrigado.
Durante todo o caminho, nós dois sentados no banco de trás do carro da empresa. Jungkook se manteve afastado com a cabeça apoiando no vidro da janela, em silêncio. Sabia que estava chateado com o ocorrido, não o julguei por isso e se ele precisava de mim por perto mesmo em silêncio, eu não me importava em ficar.
Assim quando chegamos todos esperavam por ele. Eu fui para o seu quarto sem querer ser a intrusa no lar. Saindo notei olhares preocupados e irritados, Namjoon fora o único que não ouvi dizer nada enquanto sai. Mas sua expressão séria me dizia que a conversa com o maknae seria longa.
No quarto sempre organizado, me desfiz dos sapatos, casaco e  bolsa os deixando num canto. Me deitei na cama suspirando. Sentia-me sonolenta por ter passado praticamente duas noites em claro me organizando para o que chamava de “meu futuro”.
Depois de todo o rolo na escola onde trabalhei, decidi que continuaria seguindo meus sonhos. Fazendo o que escolhi fazer para o resto da vida; dar aula. Junto a Sora tive a ideia de voltar a lesionar, não em escolas porque nenhuma me aceitaria depois do que aconteceu, mas sim particular.
Tinha alguns contatos e conhecia algumas pessoas que se interessariam por aulas particulares de inglês. Este estava para ser meu recomeço, mas tinha muita trabalho pele frente e obstáculos também.
Sentindo o cheiro de Jungkook no travesseiro, fechei os olhos para um cochilo.
(...)
Sabe quando você acorda ouvindo um som que parece estar distante, mas aos poucos vai despertando e percebendo que está bem pertinho...? Foi assim que acordei e abrindo os olhos embaçados avistei Jungkook deitando ao meu lado, sem camisa e com fones de ouvido. Ele tinha os olhos fechados e seus lábios se moviam cantando a letra da música que escutava.
Era em coreano e nunca tinha ouvido antes. Então, estiquei a mão tirando um lado do fone chamando sua atenção. Ele não se queixou e eu coloquei o acessório no ouvido finalmente escutando o que tocava. De primeira reconheci sua voz, minha pele se arrepiou. Senti os olhos dele em mim e encontrei seu olhar.
A melodia me fez fechar os olhos, dando atenção para cada frase cantada. Me ajeitei para perto, sobre o peito nu tendo o braço se prendendo ao meu redor. Tão aconchegante... Sinto sua respiração calma perto do meu rosto, logo os lábios pressionando os meus.
Não sei por que, mas senti o beijo como um pedido de desculpas. Sim, o jeito apaixonado que beijou ao mesmo tempo suave me fez acreditar nisso.
Nos afastamos quando o ar faltou.
— Você compôs? – sussurrei.
— Sim e produzi.
— É perfeita. Tem sua essência. – lhe toquei o rosto, afagando. — Como está?
— Não sei... – riu nasalado — acho que chateado. Mas não por mim...
— Namjoon hyung. – digo. O olhar dele me confirma. — O que ele disse?
— Ele se preocupa muito, mas sei que no fundo está chateado. Eles estão.
— Oh, meu bem... Eles estão assim por causa de como isso pode te afetar. É só preocupação.
— Se eu não tivesse-
— Jungkook. Já passou, está tudo bem e graças aos céus ninguém se feriu. Não se culpe ou martirize. Está em casa com sua família. Está seguro.
Ele me fitou.
— É incrível como consegue me fazer melhorar só com sua presença, noona.
Eu sorri com sua declaração.
— Faço o que posso.
Jungkook finalmente sorriu para mim.
— Obrigado por vir.
— Disponha, amor. Mas só de ter me mostrado essa belezura sinto-me totalmente agraciada e agradecida. Pode mostrar mais?
— Não. – puxou o fone.
— Jungkook!
— Terá de esperar noona, ainda não... Ainda não está pronto.
Revirei os olhos. Ele tira o seu fone também, colocando o mesmo e o celular na mesinha do lado.  Aproveitei para passar os dedos pelo seu braço desenhado acompanhando os traços escuros.
— Eu gosto.
— Eu sei.
— É tão sexy... Essa sua mistura de carinha de bom moço e corpo de deus grego. – digo rindo.
— Aish... Olha para mim.
— Hm?
— Essas olheiras me dizem algo. Desculpe por não ter entrado em contato por estes dias, o trabalho está corrido. Como tem passado? Tem se alimentado saudável, noona? Mesmo não tendo tempo não paro de pensar em você.
— Eu sei que o trabalho está corrido, não se preocupe. Bom, eu tenho feito meu melhor, ainda estou me organizando, você sabe. Só faltam mais alguns detalhes.
— Quais?
— Coisa pouca.
— Está me enrolando? – ergueu uma sobrancelha.
— Não!
— Então me diga o que é.
Suspirei.
— Eu já tenho quase tudo que preciso, material e etc. Só que a senhora dona da sala comercial que eu estava prestes a alugar... Ela alugou para outra pessoa por um valor maior do que eu ofereci. O que eu ofereci pagavam alguns meses de aluguel e essa pessoa lhe deu o equivalente a dois anos.
— Perdeu o negócio?
— Sim. Perdi um ótimo negócio e para encontrar um lugar tão bom e por um preço como o que perdi, será impossível.
— Não noona, não será impossível. Tenha calma e vai conseguir.
— Eu não aguento mais esperar, aliás eu investi quase tudo nesse projeto. Preciso trabalhar.
— Entendo. – beijou minha testa. — Odeio te ver sofrendo assim.
— É que eu sinto falta. Ensinar é o que sei fazer de melhor.
— Sim, eu sei.
— Eu só quero que dê certo. Estou apostando minha últimas fichas.
— Me deixa ajudar.
— Como? Por acaso tem uma sala comercial grande e com boa localização para me alugar por um preço amigo?
— Não, mas... Eu posso te ajudar a conseguir a comprar uma.
— O que?
— Eu só completo o que falta.
Me ergui nos cotovelos.
— Tem ideia de quanto custa, não tem?
— Sim, por isso vou ajudar. Pode ser um empréstimo e quando quiser você me paga. Na verdade eu aceito pagamento em diversas formas. – sorriu inocente.
— Sabe que do jeito que me encontro, essa proposta é irrecusável.
— Então negócio fechado.
— Espera!
— O que? – faz careta.
— Sabe que eu não quero seu dinheiro, não é? Acho que nunca disse porque não sentia necessidade, mas eu nunca tive nenhum interesse no que você tem e conquistou e-
— Shhh... Noona. – me calou com dedo indicador. — Somos parceiros, você me ajuda e eu te ajudo. Não há interesse, sei de tudo isso.
— Que bom. – alisei seu peito liso e ele fechou os olhos com o toque.
— Ah, senti falta dos seus toques. – continuei o carinho por seu abdômen subindo e descendo contornando suas formas com a ponta dos dedos.
— E eu de te tocar.
Ficamos em silêncio abraçadinhos.
— Vamos dormir? – sussurrou no meu ouvido.
— por favor...
— Eu queria namorar um pouquinho, mas me deu um sono agora... – bocejou.
Ri sonolenta.
— Depois eu te faço uma massagem bem gostosa para afastar a tensão e... – sussurrei no pé do seu ouvido.
— Noona... Ah, eu quero. Vamos dormir. Já estou ansioso para acordar.
— Ai meus Deus! – ri. — Só você amor, só você.





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