Capítulo 25

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Depois de passar por tantos obstáculos, me arranhar e ainda sangrar pelos espinhos lá está ela.

Parada de braços cruzados me olhando como se sempre soubesse meus planos...

-Então onde diabo vocês estavam indo?- ela pergunta.

O que eu posso dizer? Que estava planejando uma fuga pelas costas dela?

Kashid está atrás de mim e suspira cansado pelo caminho que o convenci a atravessar comigo.

-E você está dois passos a frente como sempre.- murmuro a olhando.

-Não achei que fosse fugir quando não estou olhando... Na verdade preferi não acreditar nisso.- ela fala de forma fria.- E você Kashid, lhe apresento Morgan.

Noto a presenta alta e sólida ao lado de Ann, uma mulher de cabelos longos e uma expressão séria e calculista, posturada e não parece ter qualquer momento de relaxar, ela não é como Ann, ela é... Como um segurança pessoal ou...

-Veio trabalhar com a gente?- ele limpa os espinhos que estão grudados nele e se aproxima dela oferecendo a mão para cumprimentá-la.- Seja bem vinda Morgan.

Ela não sorri, apenas segura a mão dele e aperta com uma força que arranca um grito dele, ele tenta golpear ela com o mão livre mas ela impede o golpe e chuta a barriga dele o soltando, fazendo ele cair no chão ofegando, segurando a mão que tenho certeza que a mulher quase fraturou.

-Ann... Por que está fazendo isso, ele só...-corro para ajudar Kashid, Ann não se move.

-Melhor você não se meter nisso.- a silenciosa Morgan fala se aproximando.

Eu não sei lutar e certamente se ela desmontou Kashid sem esforço me quebraria ao meio sem se cansar.

-Olha... Eu não sei por que está fazendo isso mas podemos nos acalmar?, A culpa não é dele, eu dei a ideia eu só queria voltar para casa...-olho Ann em busca de apoio.

Ann observa com o brilho de diversão em seus olhos. A mulher segura meu grosso casaco me arrastando para longe de Kashid.

-Falei para não se meter, eu não vou dar mais avisos.- ela fala me olhando nos olhos e me solta, volta a atenção para Kashid que se recupera no chão, ele se senta.

-Ok, vamos com calma senhorita, eu sei que...- um chute, forte e preciso que o derrubou novamente, aquelas botas de couro devem ter adicionado um impacto dolorido. Ela agarra o casaco dele o fazendo levantar e olha-la nos olhos.

-Annelise você não vai fazer nada? Ela vai mata-lo!- vou para perto de Ann tocando o braço dela.

Ela passa o braço pelos meus ombros me puxando para perto, ela sussura no meu ouvido.

-Vamos apenas observar.

-Mas...

Um estalo, um tapa na cara tão forte que a bochecha de Kashid fica vermelha.

-Qual é o motivo disso?- ele pergunta olhando para Morgan com sangue correndo se sua boca pela força do bofetão que ela lhe deu.

-Só queria que você sentisse um pouco da minha rotina com a máfia.- ela pisa no pescoço dele, ele tenta tirar o pé dela mas ela não se move.- Isso não é 1% do que você merece "Pai".

Arregalo os olhos e olho para Ann. Ela sorri olhando os dois, Kashid se engasga e cospe o próprio sangue.

-Eu não tenho mais nenhuma filha, do que você está falando?

Ela suspira e o puxa com força o fazendo ficar de pé, frente a ela, ela limpa os ombro dele.

-Quando sua vadia sumiu, durante uma de suas missões ridículas, vói lá, Morgan nasceu mas você foi tão estúpido que sequer notou.- ela ri amargamente- e ela me deu para a máfia para pagar o resto do financiamento da casa que você devia para a máfia, se você não fosse um incompetente...-ela dá um soco de direita tão forte que ele cambalea para trás- Eu não precisaria matar inocentes para viver...ou ter sido quebrada de mil formas diferentes , enquanto Angel é a queridinha do papai!

Ela se enfureceu, puxou ele para perto e acertou uma joelhada no estômago dele, logo em seguida uma cotovelada em suas costas o chutou para o chão denovo, mas Kashid está atordoado com a informação.

-Minha filha?...- Ele tosse, encara ela.- Não acredito nisso...

Ela abre os braços.

-Sim papai, é bom conhecer você também.- ela estala os dedos e avança para cima dele novamente mas Ann se interpõe entre eles.

-Divertido, mas eu preciso dele útil. -ela empurra ela de leve para trás.- então não toque mais nele, essas reuniões de família longas me enjoam.

Estou embasbacada, se reparar ela se assemelha a Kashid... Estranhamente perigosa mas não tem a capacidade social que Kashid tem.

Ela concorda.

-Sei traficante vai ser entregue logo.- ela informa, Ann sorri muito satisfeita.

-Certo então vamos voltar para a mansão.- ela conclui e abre o carro sinalizando para eu entrar.

Morgan vai até Kashid o levantando e praticamente o arrastando e o jogando dentro do carro.

A informação rodopia em minha cabeça, o que terá passado essa mulher silenciosa?

-Gostou dela?

Ann notou que estou olhando Morgan pelo retrovisor.

-O que? Não eu ...

Morgan abre um sorriso perspicaz, Ann revira os olhos e estaciona.

Saímos do carro, os seguranças e empregadas se amontoam na frente e ao ver a mim e a Kashid se derretem em desculpas para Ann que os despacha.

-Morgan vai ficar aqui, eu estou saindo denovo.- ela informa abrindo um cofre na parede da sala e tirando uma caixa fechada.

-Onde você vai?- pergunto a olhando.

-Não importa. E se eu fosse você não tentaria fugir denovo, Morgan não é de falar muito e eu não vou estar aqui para proteger você.- ela fala ríspida.

Concordo, uma pequena chicotada.

-Está bem.

-Divirta-se.- ela passa por mim sem me olhar .

Sigo ela para fora da casa.

-Por que está me seguindo?-ela para e se vira, parece irritada

-Por que você está com ciúme?

-O que? -ela ri- É o maior absurdo que ja ouvi.

-Eu só estou curiosa com a origem dela.

Ann estala a língua no céu da boca e entra no carro.

-Ela é só uma filha da puta. Ao pé da letra - e sai.

Morgan não demora para aparecer na porta.

-Entrando Swan.

-Como sabe meu sobrenome?

-Não vou repetir.

Decido entrar, ela me dá arrepios.

Kashid está deitado no sofá, algumas empregadas cuidam dele.

-Você precisava mesmo espancar ele?- olho para Morgan.

-Se você tivesse sua humanidade arrancada de você por anos a fio, também espancaria o responsável por isso, e qualquer um que tente defende-lo.- ela fala me olhando friamente e sai andando.

Um recado, eu entendi perfeitamente e acho que não há nada que eu possa fazer quanto a isso... Pobre Kashid.

Mente CriminosaOnde histórias criam vida. Descubra agora