Capítulo 14

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A escola estava aberta ainda, algumas salas estavam trancadas mas eu sabia de uma que com toda certeza estaria aberta. É muito raro ver alunos da manhã na sexta-feira de tarde no colégio, normalmente eram alunos de outras turmas, então ninguém conhecia nem a mim nem ao Peter.

Ele me acompanhou o tempo todo calado, eu andava na frente e ele vinha atrás de mim com as mãos no bolso, as vezes eu olhava para trás e lá estava ele, andando com o rosto indecifrável.

Cheguei em frente ao laboratório de química e avistei minha amiga Yara, sim pessoas, como um dos castigos por ter bebido na festa, os pais dela pediram para a escola se ela poderia ficar por aqui todas as tardes, ela nos ajudava no teatro, assistia algumas aulas com alguns de nossos amigos, porém as sextas ela se dedicava a cuidar da sala de química.

Bati na porta e ela sorriu ao me ver.

- Oi amigo ! - Ela sorriu e me abraçou. - Não sabia que ainda estava por aqui, já acabou a educação física ? - Ela então parou de falar quando viu Peter atrás de mim.

- Então Yara, eu preciso falar com ele em particular, posso usar a sala por alguns minutos ?

- Olha amigo, eu já acabei de limpar tudo aqui, na verdade eu já estava indo embora. - Ela sorriu sem graça e coçou a nuca. Eu percebi que ela estava relutante e então fiz uma carinha de cachorro que caiu da mudança, ela com toda certeza se derreteria. - Tá bem ! Ta bem ...! Para você amigo, eu abro uma exceção.... !

Ela volta para dentro, pega sua mochila e me entrega as chaves da sala. - Eu preciso entregar essas chaves segunda às 06:30 da manhã, nem um minuto a mais depois, está tudo muito limpo, se sujarem - Ela fez um gesto com o dedo apontando para mim e para ele. - Vocês irão limpar, apague as luzes e não se esqueça de trancar a porta ! Beijo ! - Ela saiu corredor a fora e antes dela virar e descer a escada, eu a chamo novamente.

- YARA ! - Ela para, coloca a mão no corrimão e me olha. - Muito obrigado e por favor, não conte a ninguém !

Ela me mandou um beijo e desceu escada abaixo.

Ele estava sentado na cadeira giratória do professor, girando igual uma criança, eu joguei minha mochila sobre a mesa e fiquei o encarando.

- E então ?

Ele para, me olha e começa a falar. - Olha cara, sério, me desculpa ! Eu não queria gritar com você daquela maneira, eu só não estava em um dia legal, meus amigos estavam enchendo a minha paciência com algo super irritante, eu não tô bem com o meu pai e acabei descontando tudo em você.... Me perdoa mesmo ? - Ele levantou, sentou na beirada da mesa, pegou minha mão e olhou nos meus olhos.

- Eu realmente quero o seu perdão !

AAAAH SENHOR JESUS.

Eu sorri como resposta, mas fiquei triste por lembrar dele ao lado da Katherine, imaginando eles se beijando e fazendo sabe Deus o que. Por instinto separei nossas mãos e me virei de costas para ele, eu queria chorar de novo.

Ele se levantou, me deu um abraço apertado por trás, encostou o rosto no meu ombro e ficou me olhando.

- O que foi Ash ? - Ele fez um carinho no meu cabelo e continuou me encarando, olhei de rabo de olho para ele.

- Nada !

Ele pegou e fez algo que me levou nas nuvens. Ele me abraçou mais forte, encostou a ponta do nariz no meu pescoço e foi cheirando até atrás da minha orelha, sua respiração quente e o contato com a minha pele me fizeram arrepiar por completo, que sensação maravilhosa.

- Você tem um cheiro taao bom. - Ele disse com aquela voz rouca no pé do meu ouvido, pegou e mordeu a pontinha da minha orelha. - E um gosto ainda melhor !

O Hétero Popular da EscolaOnde histórias criam vida. Descubra agora