Logo depois do almoço eu fui atrás do diretor Robert, precisava me encaixar em alguma atividade física porque eu não iria aguentar ficar de recuperação em educação física no final do meu ensino fundamental. Chego na sala do diretor, e ele leva um susto ao me ver entrar, suas mãos que antes estavam estranhamente na parte de baixo da mesa junto com seu tronco, subiram rapidamente e agora se encontravam sobre a mesa.
- Eu estou atrapalhando ? - Falo já me sentando e ignorando se estava ou não atrapalhando algo
- Eu só estava.... Jogando um jogo, tava 5 contra 1. - Ele responde achando que eu iria entender algum significado oculto atrás daquelas palavras, porém eu fiz uma enorme interrogação com o rosto e ele muda de assunto. - O que o senhor deseja senhor Farrach ?
- Então diretor - Coloco minha mochila no chão e me ajeito melhor na poltrona. - Eu não fiz minha matrícula em educação física, eu preciso entrar urgente em alguma !
- Ah, eu estou ciente do seu caso, infelizmente não há mais vagas, se bem que, deixe-me ver. - Ele mexe em seu computador e solta um "aqui". - Tem duas vagas sobrando no basquete às sextas, mas é de tarde, você iria participar de uma atividade sem nenhum amigo ou conhecido seu.
- Não tem problemas diretor, eu só preciso passar. - Sorrio fraco e me levanto.
- Eu poderia pedir para um aluno te acompanhar se não fosse problema para ele.
- Quem seria diretor ? - Me viro o olhando.
- Primeiro eu vejo e depois eu te falo, agora me dê licença senhor Farrach pois preciso terminar uma coisa. - Sorrio e saio da sala do diretor.
Encontro com Nathalie que me esperava em um dos bancos, ela cruza o braço com o meu e nos dirigimos a nossa aula de teatro, no caminho ela vai me contando uma coisa que para mim e para Carol já estava óbvia a muito tempo.
- Ash, eu tô gostando do Tom. - Ela fala e vejo suas bochechas ficando vermelhas no mesmo instante. - Você é meu melhor amigo e eu acho que deveria te contar isso
- Ah Nath, eu já sabia praticamente, vocês são um casal tão fofo !
- Ash, ele me chamou para tomar um sorvete na praça amanhã, você acha que eu deveria ir ?
- Você já deveria estar lá ! - Sorrio e a abraço de lado.
Chego em casa e me jogo na cama e acabo dormindo, acordo já são 19 h da noite. Desço e vejo minha mãe chorando sentada no sofá.
- Oh mãe, não chora, sabe que eu não gosto de te ver assim mãe. - Passo a mão no seu cabelo e vejo porque minha mãe está nesse estado, ela segurava um porta retratos que tinha uma foto dela e do meu falecido pai. Depois da morte do meu pai minha mãe entrou em depressão, ela vive a base de remédios de tarja preta, coisa que eu não acho nem um pouco saudável, tem dias que ela aparenta estar bem e tem dias que ela fica muito mal mesmo.
- Filho, eu não estou bem hoje, você pode pedir uma pizza para você ou algo assim ? Eu preciso muito ir dormir. - Olhei nos olhos dela e eles estavam vermelhos e ao redor deles muitas olheriras, entendi o por quê de estar cansada, esses remédios dão sono para que a pessoa posso dormir mais tranquila.
- Não se preocupe mãe, eu dou meu jeito, agora vem que eu vou te ajudar. - Coloco um braço da minha mãe em volta do meu pescoço e ajudo ela a subir as escadas e a ponho sobre a cama. - Seu alarme já está preparado para despertar amanhã ?
- Está sim meu filho, não se preocupe comigo, só preciso descansar. - Ela deita na cama e eu a cubro, nossas noites são frescas que não tem necessidade de se ligar ar condicionado nem ventilador, saio do quarto observando como ela aparentemente está mais calma, é tão ruim ver minha mãezinha sofrendo tanto assim.
Pego meu celular e ligo para o meu contato de emergência
- Carolzinha, quer ir comigo aqui na praça comer um lanche ?
- Aí migo eu já jantei
- Mas eu não amore, minha mãe tá mal e não tem nada que eu possa comer aqui e eu tô com fome, vem só para me acompanhar ?
- Tá bom migo, vou botar uma roupa aqui e já tô indo.
Essa terça estava um pouco fria, deveria estar em torno de 17°, pego meu casaco e minhas chaves, tranquei a casa e fiquei esperando a Carol do lado de fora, assim que ela chegou nós fomos indo em direção a praça. Nosso bairro era um bairro de pessoas com situação média, eu diria até que parecia um condomínio, onde tem uma praça no centro e casas em volta, infelizmente Tom e Nath não moravam perto de nós, o que contribuía para que eu e Carol fossemos mais próximos ainda.
- Boa noite, eu quero um hotdog por favor ! - Paro em frente a uma carrocinha onde uma senhor e uma senhora simpáticos me atenderam.
- Pode colocar todos os molhos meu rapaz ? - A senhora bondosa me pergunta e eu respondo com um animado "sim"
- Cah, tem certeza que não quer comer um também ? - Pergunto para minha melhor amiga que estava presente ali só fisicamente, pois sua mente estava em outra galáxia.
- Quero não migo - Ela responde sem desviar seus olhos do céu.
Pegamos meu hotdog e nos sentamos no banco da praça, por mais que a noite estivesse um pouco mais fria, nada impedia dos jovens casais de passearam e namorarem por lá, e eu sou pego totalmente de surpresa quando sinto uma mão sobre meu ombro.
- Que surpresa vocês aqui ! - Peter diz lançando um sorriso para mim e cumprimentando Carol com um aperto de mão, ele se senta ao meu lado e pergunta. - Vocês moram aqui perto ?
- A gente mora a duas quadras daqui. - Digo ainda mastigando e limpando minha boca. - E você ?
- Eu não, eu tô na casa do meu melhor amigo Josh, ele me chamou para dormir aqui hoje.- Volto a comer meu hotdog e sinto a mão dele sobre a minha perna, ela não se demorou ali e ele levanta e fala.
- Vou comprar um dog para mim também. - Olho para Carol que ainda estava olhando as estrelas e provavelmente não notou o que acabou de rolar ali. [ou então eu sou muito psicótico que acredito que a mão dele sobre a minha perna significou algo de mais].
Ele volta e a gente fica ali conversando e rindo por um tempo, aos poucos eu fui perdendo a vergonha e começando a controlar minha ansiedade por estar perto dele, algo mais forte me consome e eu digo.
- Você é tão legal, por que namora a chata da Katharine ? - Pergunto e vejo que ele parou para pensar em uma resposta.
- Eu...... Eu não sei, ela é legal e chata ao mesmo tempo, mas eu gosto dela sabe ?
- As vezes a pessoa certa ainda não entrou na sua vida. - Olho para ele e agora sinto que nossos rostos estão mais próximos que o normal.
- E quem seria essa pessoa certa ?
- Peter ! - Josh chega na hora o que faz nós dois recuarmos. - Vamos em bora logo cara, amanhã eu tenho que fazer um negócio para minha mãe antes da escola, ele olha para mim e dá um sorriso forçado.
- Até amanhã, Asher ! - Ele aperta a minha mão e sai com seu melhor amigo.
- Eu poderia estar no mundo da lua que iria notar o que quase aconteceu aqui. - Ela ri debochadamente
- Vamos embora ?
- Achei que nunca iria dizer - Ele levanta e sorri
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O Hétero Popular da Escola
RomanceAsher é um garoto de 14 anos que quase não é notado na escola, ele acaba se envolvendo com Peter, o hétero mais popular da colégio! E as consequências desse envolvimento o afetam de maneiras drásticas... Será que depois de 3 anos, o menino Asher, ag...