Capítulo 2

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Peter Scott Jones, o garoto mais popular daquele colégio! Peter tinha uma pele morena bastante clara, olhos castanhos e com seus cabelos castanhos um tanto quanto ondulados, obviamente Peter é mais alto que eu, [porque afinal quem nessa maldita cidade não é maior que eu ?] Ele deveria ter uns 1,72 de altura e tinha o corpo definido pela série de esportes que praticava, esse menino era o capitão do time de vôlei e o capitão do time de basquete, tem como ser mais perfeito ? [Se tratando de esportes é claro]. Eu e Peter sempre estudamos na mesma sala, nos víamos praticamente todos os dias dos meus 14 anos, porém nunca trocamos uma palavra. Peter é um ano mais velho que eu, porém parece ser muito mais velho, para um garoto de 15 anos ser capitão de dois esportes bestas, ser um dos garotos mais ricos e populares do colégio [se não dá cidade], namorar a garota mais rica e popular, ter tudo o que deseja na palma de sua mão e isso tudo sem perder o ar de simplicidade, bom, toda vez que alguém o olhava ele sorria e acenava, não sei se era tudo de fachada para manter a pose de "eu sou simpático" ou ele realmente era simpático, o que o tornaria totalmente diferente de seus outros amigos ricos e populares.

Ele sorri para mim e sinto minhas bochechas ficarem vermelhas, rapidamente desvio o olhar e ele faz o mesmo, porém, mantendo o sorriso no rosto. Eu nunca me senti assim antes, estou andando pelos corredores a procura do meu armário enquanto meus melhores amigos conversam e riem atrás de mim, e eu ? Continuo perplexo com aquele sorriso, devo estar andando por aí igual um trouxa com os olhos arregalados e com um sorriso enorme no rosto, porém eu não me importo. Nunca senti nada por nenhuma menina, nunca nunquinha, e por mais que pareça engraçado, nunca olhei para outro menino, não como eu olho para o Jones, eu creio que deve ser apenas uma admiração que tenho por ele, mas eu nunca soube de fato o que eu sinto por ele ou por qualquer outra pessoa.

Nath e Tom continuaram em direção ao armário deles e Carol parou do meu lado, já que nossos armários são colados um no outro. - Você viu aqueles dois de chamego ? Eles são muito fofos não são ? - Carol fala enquanto pega seus materiais da próxima aula e guarda sua bolsa dentro do armário.

- São sim, eu espero que eles fiquem juntos, realmente eles são o meu casal - Digo ainda com aquele enorme sorriso no rosto que não saia de lá desde o início da manhã.

- Ora, ora. O viadinho tá tão felizinho hoje - Alan, um dos amigos de Peter já vem atazanar a minha mente com suas piadinhas homofóbicas. - O que rolou hem ? Te comeram com jeitinho ontem a noite é ? Sabe que eu posso fazer melhor neh ? - Diz ele lambendo a boca e massageando aquilo que ele chama de pau. Como resposta a ele fiz a minha pior cara de nojo para aquela cena deplorável.

- Por que está tão preocupado com quem deixa ou deixou de pegar meu amigo filezinho aqui ? - Carol se apoia no meu ombro e estoura uma bolha de chiclete depois de falar. - Saiba que nem que você rastejasse nesse piso imundo, você ficaria com o Ashzinho aqui. - Ela diz o olhando de cima em baixo com cara de nojo

- Sua vadi.- Alan é interrompido rapidamente por Peter, que coloca uma mão em seu ombro e pergunta. - Está tudo bem aqui ? - Peter olha para o Alan e em seguida para mim e para Carol.

- Esse merda veio azucrinar a vida do meu Ash, só isso mesmo. - Ela diz olhando com ódio para Alan

- É só esse viadinho que fica me irritando. - Alan tira a mão de Peter com força de cima de seus ombros e sai andando.

Todos nós viramos para ver aquele animal feroz se distanciando, logo a minha atenção e a de Carol é voltada para Peter novamente. - Aí sério, me desculpem galera, ele só está meio mal ultimamente, aí desconta em tudo e todos. - Peter fala sem graça coçando a parte de traz de sua nuca

Peter fica parado olhando para mim, provavelmente esperando o meu "obrigado" ou qualquer coisa do tipo, mas eu só fico lá paralisado diante dos olhos de Peter. Notando o meu desespero interno, minha melhor amiga fala por mim. - Aí Peter, sério mesmo, você não tem culpa do que aconteceu, a culpa é única e exclusiva do Alan. - Com essa resposta, o rosto de Peter passa de uma expressão de "eu realmente sinto muito" para "muito obrigado, mas eu gostaria de ouvir de você Asher". Ambos os três somos pegos de surpresa por Katherine, que dá um abraço de lado em Peter se segurando em volta de seu quadril. - Oi amor - A garota da um beijo no rosto de Peter e ele retribuiu com um abraço na mesma. Ótimo, antes a atenção dele era toda e somente minha até chegar essa loira oxigenada. - Eu pensei que estava em melhores companhias - Ela diz nos olhando com aquele ar de deboche, isso desperta o ódio na minha melhor amiga que já "ama Katherine".

- Ele estava em excelente companhia, até você chegar. - Carol fala olhando torto para a garota que não deixa barato e agora está cara a cara com minha amiga.

- Repete vadia, repete - Katherine fala furiosamente já pronta para uma possível porrada.

- Eu disse que nós....- Nesse momento o sinal toca estrondosamente indicando o início da primeira aula, eu posso dizer agora "salvo pelo gongo". Eu não poderia continuar paralisado ali com a Carol quase voando encima da Katherine, então finalmente resolvo me intrometer antes que todo mundo vá parar na diretoria no primeiro dia de volta às aulas. - Eu disse que nós estamos atrasados, não é mesmo Carolina ? - Puxo o braço de Carolina e ela não impede que eu a arraste para longe da loirinha, mas antes de sairmos totalmente do campo de visão dos populares, Carol mostra o dedo do meio para a garota e se vira para frente me acompanhando até a sala. - Você é maluca de quase arrumar uma briga com essa garota logo tão cedo - Digo sentando e já abrindo meu caderno de desenho a espera do professor de Química.

- Maluca é aquela vadia se acha que vai sair ilesa da surra que eu quero dar nela. - Carolina dá uma gargalhada e se senta ao meu lado. - Migo, agora eu quero saber, porque você e o mini babaca do Peter não desgrudavam os olhos um do outro ? - Carol fala baixo para que somente eu possa ouvir, já que ela está praticamente com o corpo todo colado ao meu.

- Isso é coisa da sua cabeça amiga, eu e o Peter nem nos conhecemos. - Logo após eu falar o nome dele, o mesmo entra pela porta sozinho e senta na sua cadeira. - Bom, pelo visto a Katherine não está conosco na aula de química, o Peter está sozinho. - Viro para Carol que está observando o Peter com a cabeça baixa em sua mesa. - É um bom sinal. - Digo e nós dois rimos.

- Amigo, eu não quero te pressionar a nada, mas qualquer coisa que quiser me contar, eu estou aqui para te apoiar. - Ela me lança um sorriso e bagunça um pouco os meus cabelos.

- Bom dia turma. - O professor Gregor de química acaba de entrar acompanhado de uma menina muito bonita, ela é morena e tem os cabelos pretos longos e lisos, parece uma índia. - Essa é a nossa mais nova companheira de turma, dêem as boas vindas à Yara. - Todos a cumprimentam com "Oi" ou apenas sorrisos, como não havia nenhum lugar vago exceto o ao lado do Peter, a menina gentilmente se dirigia ao local quando fomos surpreendidos por mais uma fala do professor. - Espere senhorita Yara - Ela acabara de sentar na cadeira e agora estava com as atenções voltadas ao professor. - Você é brasileira não é Yara ?

- Sim professor. - Ela sorri para ele e responde calmamente.  Ao ouvir a pergunta do professor e a resposta da nova garota vi os olhos de Carolina brilhando como se tivesse encontrado uma irmã perdida a muito tempo.

- Senhorita Carolina, troque de lugar com o Peter por favor, você será responsável por auxiliar a nossa nova aluna a se habituar ao novo colégio. - Carol sorri e me dá um beijinho antes de se levantar, meu coração volta a acelerar quando Peter agora senta ao meu lado e olha diretamente para mim.

- Oi, Asher neh ? - Ele sorri novamente e eu resolvo deixar esse medo bobo de lado.

- Sim. - Sorrio o olhando dentro dos olhos nesse momento.

- Eu queria te pedir desculpas mais uma vez pelo lance do Alan, agora também incluindo o incidente com a Katherine.

- Aí, você não tem culpa de ter amigos tão idiotas. - Falo sem pensar e vejo o rosto dele entristecer. - Me desculpe, quer dizer, você não tem culpa das ações dos seus amigos não é ? - Sorrio para ele tentando amenizar a grande merda que eu disse e provavelmente consegui esse efeito pois o sorriso voltou ao rosto do mais velho.

- Essa cena foi linda - Ele fala agora com os olhos fixos no meu desenho, eu tinha começado a desenhar a mãe dos dragões

O Hétero Popular da EscolaOnde histórias criam vida. Descubra agora