Capítulo 9

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Depois do jogo, o Peter me levou para casa, o caminho dentro do carro de seu pai foi agradável, o motorista tinha colocado em uma rádio que tocava algumas músicas antigas.

- Valeu por me trazer, valeu mesmo ! - Aperto sua mão antes de sair.

- Eu te vejo amanhã ! - Ele me lança um sorriso que eu retribuo antes de sair do carro. Já dentro de casa não vi minha mãe, ela provavelmente já estaria dormindo.

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Os fantasmas 👻

- Hei amigos, cheguei agora s2

Desligo o celular e vou tomar meu banho, a temperatura só havia esfriado ainda mais, e já eram sete da noite, quando saio do banho percebi que já haviam mensagens dos meus amigos no nosso grupo.

Carolzinha : Viadoo, conta como foi !!!?

Toms : Você está gostando dele Asher ?

Nath : Aaaaah, já shippo :3

Yarinha : Alguém vai na festa de amanhã ?

Toms : Não sei..

- Galera !!! Primeiro, foi só uma aula... Segundo, eu não me apaixono por ninguém, terceiro, sim, eu vou na festa :)

- Quem vem comigo ????

P.O.V. : Peter*

Eu chego em casa e noto que já estava vazia, provavelmente meu pai já tinha ido viajar. Chego na cozinha e a resposta para minha pergunta estava em um papel largado sobre a mesa.

- Peter ! Eu já saí para a viagem de negócios, sei da sua festinha no sábado, voltarei na segunda de manhã e quero essa casa toda arrumada ! O cartão de crédito está aí para você gastar como e bem entender !

Meu pai era um homem distante, minha mãe havia morrido no meu parto e a única influência materna que eu tive foi da senhora Cullhane, ela foi minha babá até meus 13 anos. Meu pai ficou cada vez mais distante a medida que eu envelhecia, saía para suas viagens a trabalho e não se importava em se despedir, a única coisa que deixava era um dos seus cartões de crédito para que eu usasse.

- Tá bom pai, vai com Deus e bom trabalho ! - Falo olhando para o papel jogado sobre a bancada fria da cozinha.

Subo, e aproveito que a casa é toda minha e tomo um banho bem quente na banheira dele, tento colocar os pensamentos em ordem na medida que relaxo o corpo. Posso não deixar transparecer, mas existe um peso enorme que eu tenho que carregar diariamente, o peso de gerenciar dos times, o peso de tentar manter as notas altas, o peso de todos esperarem sempre a melhor postura de você, pois você é o popular que influencia a todos. Mas o pior de todos esses pesos, o mais doloroso de todos, é o peso do abandono paternal, não do material, pois esse eu tenho até de mais, mas sim o abandono físico/emocional, eu não tenho nenhum apoio, amor, carinho ou afeto dentro dessa casa, e as únicas pessoas que conseguem me dar o mínimo de cada um desses sentimentos são meus amigos, mas eu tenho a esperança de que algum dia eu possa encontrar alguém que me ame e possa dividir e me ajudar a carregar todos esses fardos tão pesados para mim....

- Será que algum dia eu realmente serei feliz me Deus ? - Meus olhos estavam marejados, e ali com o calor que vinha da água, me permito chorar até que a dor que carrego possa diminuir de alguma maneira.

Sábado, 19:00 p.m.

- Aqui ! - Alan coloca os caixotes com cervejas sobre a bancada. - No total são umas 20 caixas de cerveja, acho que vai dar para todo mundo tomar sim - Ele coça o queixo enquanto analisa as caixas sobre a bancada.

O Hétero Popular da EscolaOnde histórias criam vida. Descubra agora