Capítulo 42

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P.O.V: Asher

Estava deitado olhando para o teto, não conseguia parar de lembrar, não consegui dormir essa noite... Toda vez que eu fechava os olhos os gritos vinham na minha mente, e logo em seguida o rosto dela me olhando, seus olhos perdendo a vida...

Depois de horas deitado encarando o teto, também não surtia efeito, com os olhos abertos ou fechados, dormindo ou acordado, o rosto dela não saia da minha mente.

A porta é aberta devagar e minha mãe aparece, vestida toda de preto, seus olhos vermelhos e com grandes olheiras. - Filho... está na hora do funeral... - Ela falava baixo e me encarava com o olhar perdido, sua voz ficou embargada. - Vai se arrumar para darmos o último adeus a ela... por favor ! - Ela secou os olhos e saiu do quarto.

Lágrimas tomaram os meus olhos novamente, meu coração apertou, eu não queria... eu não queira que ela morresse... Ela morreu por culpa minha... Eu desejei isso ! Eu desejei isso !

Levantei e fui me arrumar, o clima pesado era evidente, era tão estranho estar me arrumando, arrumando para o enterro da minha amiga. Isso me lembrou do enterro do meu pai, tudo na minha cabeça vem agora apenas como flahs, sonhos distantes do dia que eu tive que enfrentar a pior parte da minha vida... Agora tudo se repetia, a áurea sombria e negativa que bagunçava a minha mente e trazia a tona lágrimas por uma pessoa, uma vida, uma vida tão importante para mim, que se perdeu... Uma pessoa que eu nunca mais ouviria a voz, que eu nunca mais iria abraçar, que eu nunca mais iria compartilhar momentos bons...

O pior de tudo é saber que as últimas palavras nossas foram uma discussão, uma discussão boba sem pé nem cabeça, que começou do nada e infelizmente nunca poderá ser encerrada com um abraço de desculpas sincero... Sei que ela cometeu erros, todos comentem, não sei o intuito dela com aquelas palavras, mas, me arrependo de ter sido infantil e ter me deixado levar pela emoção.

E é exatamente isso que está acontecendo ultimamente, eu estou sendo infantil, eu estou me deixando levar por emoções. Eu me abri novamente para o Peter e ele não exitou em pisar e me humilhar, eu me deixei ser humilhado e só soube chorar.... Eu perdi a minha amiga por uma discussão por exatamente ela tentar me mostrar que eu estava me abrindo demais...

Quando paramos o carro em frente a igreja eu olhei para as pessoas entrando, meu coração ficou pequeno e eu saí do carro. Reconhecia todos os rostos, alunos, professores, pais e o diretor estavam ali, rostos tristes, olhares perdidos. Via que cada um chorava e sofria sozinho, com a terrível perda.

Quando entrei na igreja meu coração disparou, um frio percorreu meu corpo e minha mãe me abraçou, vi o caixão aberto em frente ao altar, olhei em volta e via as pessoas sentadas chorando. - Você quer ver ela filho ? - Minha mãe perguntou em um sussurro, neguei freneticamente com a cabeça e sentei em um dos bancos próximos.

Quando ouvi um choro familiar eu olhei para trás, Carol vinha abraçando a sua mãe em prantos, se aproximou do caixão e fiz um carinho no rosto da nossa amiga, não resisti e chorei. - Você tem certeza que não quer ir ver ? Vai ser sua última oportunidade... Não terá outra - Minha mãe me abraçou e eu concordei...

Carol iria vir até mim mas eu me levantei e andei até ela, nos abraçamos e choramos. - Me....mme leva até... eela ? - Falei entre o choro, ela me conduziu até o caixão, quando me aproximei eu a vi, ela estava mais branca, parecia que era uma escultura de cera dormindo. Chorei mais ainda e Carol me abraçou forte por trás.

Sentei no banco novamente, estava abraçado a Carol ainda, não conseguia mais chorar, fiquei apenas encarando o caixão com aquele clima mórbido e pesado no ar. Deepois de alguns minutos vi Katherine entrando de braços dados com Peter. Os dois estavam vestidos de preto, com óculos escuros.

O Hétero Popular da EscolaOnde histórias criam vida. Descubra agora