Jack-O-Lantern PT.3

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Depois de Jack ter morrido de cirrose foi para o Purgatório. Lá falou com São Pedro.

- Deixe cá ver o que você andou a fazer enquanto vivo. – disse o Justiceiro, tirando um livro de uma estante gigante. - Hmm, problemas de alcoolismo, violência doméstica, roubo, agressão… Meu amigo, você jamais entrará no Paraíso.

- Err… Não me diga uma coisa dessas.

- Ah, pois! Não andasse… - disse São Pedro, sendo interrompido por umas senhoras em trajes menores que entraram subitamente no Purgatório.

- Meninas, esperem aí pela vossa vez ou então entrem já para o Inferno e poupem me trabalho, pois aposto que sei para onde vão devido à forma como estão vestidas.

- Ohhh… Não nos mande para o Inferno! Nós já cá viemos fazer uns serviços a Jeovah bastantes vezes.

- Ah, sim? Nesse caso podem passar. - afirmou, abaixando-se ligeiramente para ver as nádegas das moças, assobiando em seguida. - Ah, o Senhor escolhe-as a dedo…

- Hei! Ainda ‘tou aqui! – exclamou Jack.

- Ah, sim desculpe. Bem, tal como ‘tava a dizer, não andasse a pecar a torto e a direito. Se tivesse juízo nada disto aconteceria! Agora só lhe resta uma solução: o Inferno.

E lá foi o nosso herói caminhando para o elevador que conduzia ao Inferno. Lá encontrou o Diabo que estava jogando às damas online contra o Papa. Depois de uma jogada excelente de sua Santidade, o jogo acaba com a sua vitória, aparecendo a mensagem no ecrã do monitor de Satã: “Eheh! O bem vence sempre!”

- Cabrão do velho! - suspirou Satanás.

Depois de se virar, apercebeu-se que Jack estava à espera de ser atendido. Após uma longa conversa, o Diabo recordou ao nosso herói o que lhe tinha prometido naquela noite ao pé da macieira. Jack iria, portanto, ter de vaguear na Terra por toda a eternidade.

- Pelo menos podias me arranjar um disfarce, para não ter de pagar aos gajos a quem devo, se me encontrar na rua com eles? - pediu ele ao Diabo.

- Ah, com certeza. Deixa só procurar no meu sótão uma fantasia fixe para ti.

Depois de um bocado, Satanás trouxe uma máscara em formato de abóbora que brilhava por dentro como se tivesse uma lanterna e uma capa preta.

- Pronto aqui está. Fica bem e emborca umas por mim!

E assim se formou a lenda do Halloween. É óbvio que o Jack, como não era aceite em nenhum emprego por estar morto, tinha de pedir comida de porta em porta, dando assim origem àquela treta do “dossura ou travessura”.

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