• |Capítulo 3: A coragem em defender |

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Capítulo 3

A coragem em defender

"Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé e é pior do que o infiel."

I TIMÓTEO 5:8 

A radiação do Sol Vermelho seria fatal a raça humana, se nossos cientistas não tivessem encontrado uma solução que – quase sempre – é eficaz: o coquetel Wladimir. Ele enfraquece os efeitos no nosso organismo, dando ao nosso corpo a chance de adaptar-se e sobreviver. Além disso, a ciência também encontrou uma forma de converter as células dox criadas pela radiação em energia dox, uma força que transcende humanos comuns em cavaleiros trandox, um poder que leva os humanos a serem capazes de derrotar as bestas.

Os cavaleiros trandox são exclusivamente pessoas autorizadas pelo governante do seu país ou pelo painel do Conselho Internacional conhecido como Pacto. Entretanto, existe um cavaleiro trandox não autorizado no planeta, um criminoso mundialmente famoso pela sua eficácia em rastrear e matar, alguém que nunca conseguiram capturar, sendo um símbolo real de obscuridade, matança e sangue. O Algoz.

O único cavaleiro conhecido a conquistar o último nível de poder, o módulo épsilon.

O silêncio pesado no ambiente em sombras dura milésimos de segundos de tensão, antes do vidro da janela lateral explodir em pedacinhos, ao passo que uma figura obscura a atravessa em um único movimento. Meu coração dispara em batidas frenéticas, ao mesmo tempo em que ouço a moça encapuzada ao meu lado gritar de espanto. Eu também teria gritado, se não estivesse completamente paralisada de terror.

O indivíduo invasor é a personificação da ameaça. Um espectro a luz pálida do luar, trajando uma intimidante armadura negra de cavaleiro trandox, com um design antipatriota, possuindo somente um símbolo enigmático no peito. Seu rosto está semiescondido por uma máscara que lhe cobre da extensão do nariz acima, deixando unicamente seu queixo anguloso e olhos escuros visíveis.

Seu corpo lampeja uma áurea de energia dox negra, queimando a sua volta como labaredas de fogo, em temperatura alta o suficiente para tornar a sala abafada. É exatamente essa energia que o cerca que me faz reconhecê-lo das histórias e fotografias borradas: O Algoz.

O vigilante avança no trêmulo Guilhermo logo que pousa no recinto, esmurrando com força seu rosto na mesa central, fazendo-o sangrar e soltar um grito de dor que faz meu coração acelerado pausar. O Algoz não esboça se importar conosco, as espectadoras assustadas. Imperando o âmbito com sua presença dominadora.

-Onde estão os outros? – Ele exige saber em uma voz grave, pouco humana – Onde estão? – Repete, amaçando a cabeça da vítima no móvel, com violência o bastante para fazer a madeira rachar e meu amigo urrar de dor, enquanto seu sangue escorre.

Esbarro no janelão de vidro atrás de mim, quando nem percebi estar recuando. O que eu devo fazer?

Preciso fugir, mas não posso deixar Guilhermo nas mãos dele.

-Não sei do que está falando... - O alaziano responde dentre um gemido de dor, porém o Algoz desconsidera sua resposta – Eu não sei!

O cavaleiro está pronto para repetir a pergunta com outro movimento agressivo, quando a porta ao meu lado se abre e eu vejo os mafiosos adentrarem com armas.

Automaticamente, seguro a moça encapuzada pelos braços e nos jogo no chão para nos proteger da enxurrada de tiros que se seguem, então tampo meus ouvidos.

Saga Serena - Fé e Vingança (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora