• |Capítulo 2: Os rostos conhecidos |

343 56 184
                                    

Capítulo 2

Os rostos conhecidos


"O amigo ama em todos os momentos; é um irmão na adversidade. "

PROVÉRBIOS 17:17 

O novo mundo é diferente.

Contendo uma atmosfera similar à Terra, permitindo assim a vida humana, o planeta Aruna possui uma rotação de vinte e quatro horas e percorre sua translação em volta do Sol Vermelho em aproximadamente 420 dias, totalizando um ano em catorze meses – diferentes dos terráqueos. Eu tenho dezessete anos, todavia, ainda que você tenha minha idade, eu demorei 935 dias a mais para completar dezessete anos, isto sem contar as horas restantes que em soma acumulam mais dias.

Aruna é uma palavra de origem sânscrita, cujo significado pode ser entendido como "castanho avermelhado", "o começo" e "esperança", um nome perfeitamente adequado para a situação. A princípio a vida no novo planeta foi banhada em sangue, enquanto a humanidade adaptava-se aos perigos do distinto lar. A forte radiação solar, desertos de areia cortante, terras que desapareciam, novas espécies de plantas, frutas, minérios e animais monstruosos.

Bestas enormes, ferozes, escondidas no fundo do oceano, voando pelo céu e até mesmo cuspindo fogo. Todos que de alguma forma viviam paralelamente aos que nos atacaram na Terra, os serpiscos, seres de energia escura, de olhos cinza como de gato, carnívoros e selvagens que se dividiam em subespécies. Eles viviam em grandes cidades de pedra, com incríveis obras de engenharia braçal em rocha e outras matérias naturais.

Contudo, aparentemente, inferiores no conhecimento de ciências e tecnologia. Sendo assim, serpiscos usaram da estratégia para nos enganar, nos enfraquecer usando nossas próprias forças, pois sabiam que em um primeiro combate sairíamos vitoriosos. Depois disso, poderiam obter o que de fato queriam com a invasão: Nossas mulheres.

A estimativa de vida de um serpisco é por volta dos duzentos anos, as fêmeas possuem uma gestação de catorze meses (um ano em Aruna) e são férteis por pequenos períodos da vida, ademais, muitas nascem estéreis, por conta disso, os serpiscos temiam a extinção. Apesar das diferenças, os humanos são geneticamente semelhantes, o que tornava as fêmeas humanas perfeitas para uma procriação saudável.

Quando os humanos chegaram a Aruna as catorze tropas de exércitos humanos – lideradas pelos generais que hoje dão nome aos meses do ano – travaram uma batalha longa e violenta contra os serpiscos. No fim saímos vitoriosos e os poucos serpiscos sobreviventes se refugiaram na Ilha Maligna, sua última fortaleza, onde as mais terríveis bestas habitam e onde nenhum humano jamais voltou com vida, no dia este que ficou conhecido como Dia da Conquista de Aruna.

A humanidade construiu seu lar em cima das ruínas das antigas cidades e lutou para sobreviver à nova realidade. Eu gostaria de dizer que a espécie humana finalmente se unificou, entretanto, isto não seria uma verdade completa. Evidentemente houve alianças, sobretudo, logo nós começamos a nos voltar uns contra os outros - como sempre. Novas nações surgiram, outras desapareceram completamente, outras se recriaram, normalmente monarquias e raramente repúblicas como Carabén – um país que é considerado de terceiro mundo.

No geral cada reino tem seu motivo para estar contra o outro. Alazon e Bretália, por exemplo, possuem guerras religiosas, golpes de estado, regicídio e conspiração em sua história de rivalidade que atravessa séculos. Alazon têm lutado bravamente para vencer o retrocesso que sofreu durantes os anos que passou subjugada pelo Reino de Bretália, a plebe – como sempre - é a classe social que mais sofre durante todos esses altos e baixos. Agravando mais a situação, desde o "apocalipse" os cristãos são cada vez mais odiados como traidores e países como Alazon são vítimas de nações maiores.

Saga Serena - Fé e Vingança (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora