Vou direto pro quarto dela assim que chego no hospital, bato na porta de leve e entro, Maggie e Alex conversam baixinho nas poltronas, assim que me veem, a Maggie levanta e vem ao meu encontro
- Bom dia, Andrew, a Mer teve pesadelos horríveis a noite inteira, a gente acha que é melhor ela ir pra casa
- Mas quanto a saúde física? Ela tá bem? Ela pode ir?
- Pode, é melhor ir agora cedo que não tem ninguém em casa, pra vê se ela descansa
- Claro, assim que ela acordar, a gente vai
- Eu duvido que ela esteja dormindo, mesmo os remédios não conseguiram acalma-la, você também não parece ter dormido nada
- Não, não dormi, mas to bem, obrigado, Maggie
- Eu vou procurar a Teddy pra assinar a alta
- Tá bem
Eu entro no quarto e o Alex tá perto da cama, conversando com ela
- Ele tá aqui, Mer, eu vou esperar aqui fora
Quando ele passa por mim, ele bate no meu ombro, eu vou até a cama
- Oi
Ela olha pra mim
- E as crianças?
- Dormiram comigo e adoraram, perguntaram muito por você
- O que você disse?
- Só disse que você tinha ficado no hospital
Eu pego meu celular e mostro algumas fotos deles na nossa cama, ela esboça um sorriso
- Eu quero ir pra casa
- Nós vamos, a Maggie ta arrumando isso, você quer trocar de roupa?
Ela senta na cama
- Você pode...
Ela não termina a frase
- Você quer que eu chame alguém pra te ajudar?
- Não, eu consigo, você pode fechar a porta e olhar pra lá?
Ela baixa a cabeça pra terminar a frase
- Claro
Eu coloco a roupa dela na cama, vou até a porta, fecho e fico de costas pra ela, algum tempo depois ela me chama, eu viro e ela já se trocou
- Eu quero falar com a polícia antes de ir pra casa
- Tem certeza? Não precisa fazer isso hoje
- Tenho, eu quero
- Tudo bem
Eu pego meu celular e mando uma mensagem pro Alex arrumar isso, em pouco tempo resolvemos tudo, eu fico ao lado dela o tempo todo que ela fala com a polícia, são poucas perguntas e não demora muito, logo estamos liberados pra ir embora, levo-a na cadeira de rodas até a entrada, e a ajudo a ficar de pé, quando chegamos ao estacionamento, ela para, não diz nada, só para, eu me aproximo um pouco mais
- O Alex vai trazer meu carro aqui
Ela continua parada, de pé, sem dizer uma palavra, eu passo a mão no braço dela, devagar
- Vem cá
- Não, tudo bem
Ela continua imóvel, é horrível não poder fazer nada, além do treinamento de paramédico, a Teddy me deu algumas dicas, mas em momentos assim, tudo que eu queria era abraçá-la, logo o carro chega, eu abro a porta e ela entra, diz alguma coisa pro Alex, eu dou a volta e entro do lado do motorista.

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Nunca é fácil
FanfictionAviso de violência e transtornos psicológicos, não leia se acha que pode ser gatilho