Nunca é fácil

Onze

Quando eu chego no hospital, a Amélia me acompanha
- Então, DeLuca, a Mer parece bem né?
- Parece sim
- Ela já saiu na rua, dirigiu sozinha?
- Já sim, ela veio sozinha hoje, eu fui levar as crianças
- Que bom, eu fico feliz por ela ter se recuperado bem disso
A Maggie se aproxima
- Andrew, eu sei que não é da minha conta, mas tem certeza que terminar agora é a melhor opção
- O que? Vocês terminaram?
A Amélia diz mais alto, é triste saber que isso já começou a se espalhar
- Não, bom, eu não, é complicado, ela me odeia agora mas eu continuo lá
- Ela odeia você? Eu não acredito
- Ah, pode acreditar, mas não fala nada, não, ela só vai ficar mais irritada
- Então ela terminou?
- Ela me mandou embora mas eu não sai , eu não vou deixá-la
- Que droga, DeLuca
- Por favor, me prometam que não vão dizer nada
- Prometo
- Prometo
As duas concordam
- Obrigado, eu preciso ir
Todas as vezes que encontrei com ela durante o dia, não trocamos uma palavra, acabamos entrando numa cirurgia juntos que eu tenho certeza que foi arranjado por alguém, nada foi dito além do básico, assim que saímos da cirurgia, ela olha pra mim
- Nunca mais arme pra operar comigo e forçar uma situação, eu to falando sério
E saiu da sala, enquanto eu fiquei lá, apenas parado, meu coração dói tanto que parece que vai se partir fisicamente, no final do dia, o Alex veio falar comigo
- Cara, você vai deixar ela ir embora?
- Eu não posso prendê-la, eu to fazendo o que posso
- O que aconteceu? Ela disse que você vai se mudar
- Ela me mandou embora, disse pra eu procurar um apartamento logo
- Você tá fazendo isso?
- Não e provavelmente vou acabar na rua
- Vocês estão brigando tanto assim?
- Brigando? A gente não se fala, somente o necessário, na frente das crianças, nada mais, além dela me lembrar que é pra eu ir embora
- Ela tá indo pra terapia?
- Tá
- Isso vai melhorar, cara
- Eu só não sei se ela vai me deixar ficar pra ver
- Sinto muito
- Não fala nada com ela, não tá? Ela só fica mais irritada
- Tá bem