Tinha onze anos quando seu pai o levou ao bairro de Gueixas pela primeira vez.
Era um verão quente em Kyoto, as copas das árvores estavam verdes e a neve havia desaparecido junto com o frio. Caminhava de mão dada com seu pai, enquanto o homem com a outra segurava uma caixa um tanto pesada. O riso das mulheres, os leves murmúrios nas ruas, o som dos zori contra os caminhos de pedra, passos apressados e outros preguiçosos. Tudo estava conectado com o belo dia que estavam vivendo. As guerras haviam cessado e as tropas regressavam dos mares que os separavam de sua pátria.
Seus olhos seguiam curiosos por todo o caminho, logo a noite cairia e as mulheres começariam a se preparar para sair até as casas de chá, acompanhando homens influentes capazes de pagar para passar uma agradável noite com elas.
A área das Hanamachi estava cheia de okiyas, embora claramente nem todos tenham tido a sorte de conhecer geikos, a competição era demasiada, e as gueixas aumentaram consideravelmente ao longo dos anos.
Chegaram na frente de um grande portão e San olhou para o pai, encarando-o com curiosidade. O homem sorriu, franzindo os cantos de seus olhos rasgados. E se lembrou de quando sua mãe comentou sobre como eles eram parecidos quando seus lábios se curvavam em um grande sorriso.
Uma mulher aparentemente de mais idade abriu a porta do okiya e fez uma ligeira reverência ao homem mais velho, depois olhou para San por alguns segundos.
- Boa tarde, eu trouxe o quimono que me foi encomendado. - Disse o homem e a mulher assentiu, fechando a porta da casa.
Dentro havia movimento e, em seguida, uma outra mulher apareceu pela porta, com um rosto estóico fez uma reverência para entrar. Chegaram à sala principal e os adultos tiveram uma conversa da qual San estava totalmente desconectado.
No jardim, atrás de uma planta de bambu, havia um garoto ajoelhado e chorando.
- Você é bonito - captou as palavras da mulher e logo um pequeno puxão em seu braço. Seu pai estava dizendo para ele se levantar rapidamente.
Vozes femininas ecoaram no okiya, pequenas palavras que ele conhecia, algumas que poderiam chegar a ferir uma pessoa delicada.
Saíram andando pelas ruas de pedra novamente, afastando-se da casa das gueixas, pressionando com força a mão de seu pai enquanto o sol se punha e as cores do céu lhe fazendo lembrar os quimonos que seu pai costumava o mostrar em casa.
"Algum dia você também poderá criar lindos quimonos San, para mulheres bonitas como as que andam nessas ruas."
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𝐂𝐈𝐓𝐘 𝐎𝐅 𝐅𝐋𝐎𝐖𝐄𝐑𝐒 | woosan
FanficSua delicadeza ao se mover era digna de alguém criado entre mulheres graciosas e não duvidava dos segredos mais doces e ardentes escondidos sob sua pele. San estava completamente apaixonado.