Refugio, capítulo 4, versículo vinte-certo.

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De pé os insanos!

Ela esfregou os olhos. Olhou para o próprio corpo. Estava vestido com um terno elegantíssimo. Várias luzes se acenderam. Estava em um palco. Havia uma vasta plateia. Tentou se retirar, mas as passagens estavam ocupadas por várias pessoas que entravam no palco. Por último, entrou uma mulher realmente gorda, com um vestido longo e cheio de cor vermelha e com o que parecia um pavão sobre a cabeça. Ópera. Sim, aquilo se tratava de uma ópera. Pulou do palco e sentou-se em uma cadeira vaga. Todos os espectadores eram manequins. Olhou novamente para o palco e a mulher gorda estava voando. Um homem extremamente esguio circulava de monociclo entre os acentos segurando um embrulho até parar na sua frente. – Como se chama? – Perguntou o homem.

- Dakota. – Respondeu.

- Como se chama?

- Dirón. – Respondeu. – Como se chama?

- Totaoue-moi. – Respondeu o homem.

O homem entregou para ela o embrulho e saiu pedalando seu monociclo. Ela o abriu. E o embrulho balbuciou algo que ela não entendeu. Quando levantou os olhos para o palco o mesmo estava vazio. O pacote pesou e ele o largou no chão. Do pacote saíram duas mulheres. Uma vestida como assistente de magico, com o cabelo preso num coque bonito e a outra com uma calça preta de malha extremamente larga e um top, também preto. O cabelo era curto como de um homem. As duas subiram no palco, onde agora avia uma grande roda de madeira presa ao chão na vertical e mais distante uma mesa cheia de adagas. Seria um show de facas. Isso agora era um circo?

Foi emocionante. A 'assistente de magico' prendeu-se a roda e a outra, com os olhos vendados, atirou todas as adagas com o que pareciam golpes de artes marciais aéreos. Acertou todas na roda, nenhuma na mulher. Ele se levantou da cadeira e aplaudiu, realmente gostara do show. Mas... Ele estava no palco agora. Ele era a mulher de calça preta. A outra veio em sua direção sorrindo e lhe deu um beijo, acertando-lhe na barriga com uma das adagas. Ele caiu. Fechou os olhos. 

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