Escolhida

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Abri meus olhos na manhã de domingo encarando o teto branco do meu quarto, o vestido usado ontem, jogado no chão é rapidamente pego por mim que o levo até o meu nariz, podendo sentir o seu cheiro em minha roupa.

A casa silenciosa, indicando que estou sozinha, novamente, deixo a minha roupa jogada por cima da cama antes que aquele cheiro me embriagasse de uma só vez e resolvo tomar um banho.

Não é como se eu odiasse totalmente estar sozinha, porém estar sempre sozinha, é algo ruim, não ter alguém para conversa, termino meu banho e me olho no espelho, quando ele deixou um chupão em mim? Pensei extasiada e surpresa. Não querendo ficar sozinha, eu resolvi mandar uma mensagem para a Tenten, avisando que vou em sua casa e ela mandou um "ok".

Vesti uma roupa qualquer e segui para a casa da Tenten, tocando a campainha e logo vendo seus cabelos castanhos bagunçados combinados com um pijama comprido de panda.

-Venha, entre, estou cheia de novidades sobre o baile, falando nele, mal vi você! Onde estava?

Me encheu de perguntas até entramos no quarto e eu apenas dava respostas curtas.

-Mas então, Temari eu.... O que é este chupão hein? Quem foi o sortudo?

Fiquei constrangida, havia esquecido de tampar, e como eu nunca estou com ninguém, é óbvio que ela iria reparar e fazer perguntas sobre quem me deixou está marca no pescoço.

-Então, como foi a festa? Você sumiu com o Neji. –Falei com uma expressão cheia de malicia, ou tentando, pelo menos e como eu sabia que o nome Neji a tiraria do foco "marca no meu pescoço", foi o primeiro assunto que veio em minha mente e como eu imaginei, funcionou.

-Aí amiga, foi maravilhoso. –Falou me puxando para o sofá onde nos sentamos.

-Assumiram?

-Sim! Finalmente! Bom, vou te contar tudo! Então, eu estava com você e com o restante do grupo quando o Neji me chamou para dançar, eu me surpreendi, mas fui com ele, ele segurou em minha cintura e ficamos rodando de um lado para o outro e quando a música acabou eu pensei que ele iria com a galera, porém, ele puxou a minha mão até o jardim da escola e antes que eu perguntasse algo, ele me beijou, acho que foi o melhor beijo da minha vida, fico molhada até de lembrar! –Olhei um pouco enojada.

-Não precisa detalhar tanto, amiga. –Ela riu e voltou a falar.

-Tá bom, tá bom! Depois do nosso beijo, ele tirou uma caixinha do bolso, se ajoelhou e me pediu em namoro, acredita?! Foi tudo tão perfeito, ah amiga, você não faz ideia! Se desse uma chance para alguém, entenderia.

-Sabe que não gosto desses moleques! São tão.... Crianças.

-Falou a carambola madura! –Disse rindo, me fazendo soltar uma risadinha junto.

-Bom, mais que eles, sim.

Enquanto ela contava o quão perfeito era o Neji e como eu não sabia o que estava perdendo, minha cabeça foi diretamente até o homem do templo, senti um arrepio como se ainda sentisse as suas mãos gélidas tocando os meus braços, uma sensação tão gostosa.

Passei algumas horas conversando com a Tenten, descobri que ela e o Neji acabaram enchendo a cara até o final da festa, o que estava resultando em uma grande dor de cabeça nela, além de ânsias de vomito das quais eu cuidei, quando sai da casa dela, já era noite.

Na volta para casa, passei em frente as escadarias do templo, porém, mesmo que uma parte de mim quisesse subir e vê-lo outra vez, senti medo, afinal, ele é um total desconhecido! Eu me arrisquei muito indo ontem vê-lo. Não posso negar que gostei, porém, o medo falou mais alto e eu fui diretamente para casa, sentindo o cheiro dele sendo levado com o vento.

Templo malditoOnde histórias criam vida. Descubra agora