Alternativa B

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-Você me quer, Temari? Perguntou acariciando meu rosto, porém retirei a sua mão.

-Eu quero, porém tem que haver outra maneira Shika, para estarmos juntos para sempre.

Toquei em seu braço num leve carinho, ele se sentou e me puxou para si, deixando a cabeça em meus seios. Seu olhar estava tão perdido, como eu poderia deixar ele sozinho? De toda forma, agora, eu sei que não conseguiria sair de perto dele outra vez, como se ele fosse parte de mim, como se eu tivesse encontrado nele a razão de ter vindo a este mundo.

Toquei em seus cabelos, fazendo uma caricia e os seus braços passaram em volta da minha cintura.

-O que vamos fazer, Temari?

-Posso ficar com você aqui até pensarmos em algo, se eu puder ficar, é claro.

-Desde que esteja comigo, nada vai acontecer contigo. Olhei um pouco curiosa.

-O que poderia acontecer comigo, Shikamaru? Ele olhou para mim, como se pudesse ver minha alma e então, se levantou, pegando em minha mão, me levando para dentro do templo.

-Meus pais não gostam de visitas indesejadas. Muitos vem aqui somente para roubar ou depredar, e acabam mortos, por favor, não pergunte como.

Mesmo curiosa, resolvi não perguntar, provavelmente eu me arrependeria. Quando entramos, Shikamaru apertou mais a minha mão.

-O que foi?

-Alguém esteve aqui.

-Você não pode ajudá-lo?

-Já estão mortos, Temari.

Um frio passou por todo o meu corpo e me segurei fortemente em seu braço. Ele me guia até o quarto, minha mão está um pouco tremula, por mais que eu queria e sei que ele também quer, não podemos ter quaisquer relações sexuais, do contrário, estaremos presos aqui de fato para sempre.

Me deitei sentei na cama, observando ele dar a volta e se deitar nela, bati em minhas coxas, indicando para que ele se deitasse nelas e assim ele o fez. Seus cabelos são tão macios.

-Shika...

-Amanhã pensamos melhor sobre isto, estou me controlando muito para não agarrar você agora mesmo. Senti minhas bochechas queimarem.

-Alguns beijos e mãos bobas não vão afetar em nada, só não podemos consumar o ato sexual, certo? Ele sorriu, se sentando e me puxando para o seu colo.

Ficamos fazendo carícias um no outro, trocando beijos e abraços até dormir. Acordei em seus braços, sem ideia alguma do que fazer, sentindo uma tristeza enorme me invadir, gostaria de andar pelo templo, porém ele me alertou de que é perigoso estar ali sozinha, por outro lado, foram os pais dele que morreram, certo? Se sou a escolhida do filho deles, acredito que ficará tudo bem comigo.

-De toda forma, eu não sei o que fazer para ficarmos juntos.... Sussurrei para mim mesma.

Me levantei da cama, saindo dos braços dele e pegando minhas roupas do chão, nesta "brincadeira" quase fizemos sexo, acabamos apenas com nossas roupas intimas no corpo. Me levantei e comecei a caminhar pelo templo.

Desta vez, o cheiro forte dele está impregnado até mesmo em minha pele, me embriagando. Passo os dedos por um quadro empoeirado. Sinto algo estranho passar por mim, mas ignoro.

Sigo andando até encontrar uma cozinha, qual a chance de ter algo para comer? Me pergunto abrindo os armários e como imaginei, não havia nada para comer ali dentro. Por precaução, peguei uma faca de cozinha, extremamente afiada e guardei na minha bolsa. Suspirei e me sentei numa almofada. Mesmo com fome, eu não quero e não tenho forças de sair daqui sem ele ao meu lado.

-O que vão fazer? Ouço uma voz feminina me perguntar e eu me assusto, olho para trás e não há nada.

-Quem é você? Perguntou, sem obter respostas, dou um longo suspiro. –Eu não sei, não sei o que fazer.

-Quer estar com ele para sempre, não quer? Confirmo com a cabeça. –Então aceite se deitar com ele.

-Não quero viver em servidão, quero ter liberdade, quero que ele seja livre, como eu e que, possamos então, estarmos juntos por toda a eternidade.

-Entendo... Ouvi passos e seu cheiro ficando mais forte.

-Temari?

-Estou aqui. Respondi, sentindo seus braços passando rapidamente ao meu redor.

-Não deveria ter saído do quarto sozinha. Falou preocupado.

-Eu sei, me desculpe. Abracei os meus joelhos e abaixei a minha cabeça.

-Temari? O que houve?

-Uma mulher falou comigo, perguntou o que faremos e eu... eu não sei, Shikamaru. Ele puxou o meu rosto para cima e me beijou, um beijo terno e cheio de amor e carinho.

-Vamos dar um passeio pela floresta enquanto falamos melhor sobre isto, o que acha? Me perguntou.

Me levantei, segurando em seu braço, começamos a caminhar para fora do templo, para a floresta atrás dele.

-Eu também não tenho uma alternativa para resolver o nosso problema Temari, eu quero ter você para sempre e para isso, sou capaz de tudo.

Toquei seu rosto num carinho e apoiei minha cabeça em seu braço. Seu corpo estava cada vez mais gelado.

-Shika, você está tão frio...

-Estou? Bom, eu sempre fui, certo?

-Está bem mais frio, como se estivesse.... Antes de conseguir terminar a minha frase, v um pequeno corpo encostado em uma árvore, um garotinho de aparentemente uns sete anos, seus cabelos negros, soltos desenhando o rostinho um pouco comido por animais. –Morto.

Terminei a frase e ele olhou para onde eu estava olhando, seu rosto estava pálido, sua pele fria, lágrimas rolavam pelos seus olhos e ele não conseguia dizer nada, nem mesmo eu. A tristeza começou a me consumir e com muito pesar, eu o abracei, como num pedido mudo para que ele não fosse embora.

-Temari... Olhei para ele e ele afagou o meu rosto. –Eu acho que... já estamos separados. Disse em meio as lágrimas.

-Eu lhe prometi que ficaríamos juntos por toda a eternidade, e sem estarmos em eterna servidão. Retirei a faca da minha bolsa e ele olhou para mim, espantado.

-Temari, não faça isso por mim.

-Não é por você, é por nós dois, eu te amo, Shikamaru. Falei, enfiando a face em meu peito, sentindo o meu corpo cair em seus braços.

-Eu te amo, Temari. Respondeu chorando, pegando a faca da minha mão e pressionando sobre o próprio coração.

Semanas se passaram e a notícia de que uma jovem moça chamada Temari havia desaparecido gerou uma enorme comoção. Tenten ligou a televisão, chorando, com a esperança de que encontrassem a sua melhor amiga sã e salva.

-A polícia local se pergunta de quem pode ter sido a culpa do desaparecimento da moça. Dizem que ela estava sempre sozinha em casa, mesmo sendo menor de idade, devido as festas em que os irmãs frequentavam e as constantes viagens dos pais.

-Já não bastou o Sasuke e a Sakura, agora a Temari também.... Disse em meio ao choro.

-Parece que foi encontrado o corpo de Temari no Sabaku, no meio da floresta Nara atrás do antigo templo da família. O corpo foi encontrado de mãos dadas a um rapaz de cabelos negros, o qual a polícia acredita ser o filho do casal, Shikamaru Nara, que havia sumido quando os pais morreram. Ao que tudo indica, ambos cometeram suicídio.

As lágrimas desciam pelo seu rosto, desesperadamente, bem como acontecia com a família da loira, na delegacia.



Final ruim – Sem opções

Templo malditoOnde histórias criam vida. Descubra agora