Meu Segredo

Cap 17

LAURA

Conhecer aquele hospital novo não me agradou, me senti um peixe fora d'água. Ainda bem que tenho Tony para me mostrar tudo e me apresentar para os outros médicos.

Não paro de pensar em Pedro, nesse filho. Estou um caco por dentro, em pedaços.
Ainda não sei o que sentir em relação a esse filho, não sei o que sentir em relação a nada.

Fui bem recepcionada, Tony mostrou onde minha sala se encontrava.

-Obrigado por me mostrar tudo. Mas posso te pedir mais um favor?

-Claro que pode Laura.

-Quero fazer uma ultrassom. Quero saber como o bebê está. -Eu disse cabisbaixa.

-Combinado, depois do horário de trabalho nos encontramos para ver como seu filho está. -Ele sorriu e me deu um beijo no rosto.

Mal consegui trabalhar pensando em ouvir o coração do bebê.

Aqui em São Francisco os protocolos são diferentes. Aqui é mais organizado, um bom lugar para trabalhar.

No fim do meu expediente liguei para Tony mas ele ainda estava em consulta. Então fui no refeitório comer algo. Ultimamente ando com bastante apetite.
No refeitório algumas pessoas gentis vieram conversar comigo, eu também fui gentil mas minha vontade era sair correndo, estava ansiosa e não queria conversar nem compartilhar nada com ninguém.
Quando milagrosamente Tony me mandou uma mensagem e eu dei uma desculpa esfarrapada e sai de fininho com meu donuts nas mãos.

-E aí como foi seu dia. -Ele disse assim que eu cheguei em sua sala.

-Eu gostei,Tony. As pessoas aqui são muito receptivas e eu gostei muito da organização do hospital.

-Está pronta? - ele disse apontando pra eu deitar na mesa de ultrassom.

-Sim, estou pronta. -Respirei fundo e me deitei.

Ele passou o gel em minha barriga e com e eu fechei os olhos. Ainda era difícil eu acreditar que isso estava acontecendo.

-Hum.... o bebê esta aqui, encontrei. Aparentemente não há nada de errado. Você está por volta de 6 semanas. Vou deixar você ouvir o coraçãozinho dele.

Só depois que ele disse todas essas coisas abri meus olhos que ja estavam molhados de um choro que queria sair mas eu estava segurando.
Mas quando ouvi o coração do meu filho comecei a chorar, a chorar muito.

Tony segurou minhas mãos. E disse que com o tempo eu acostumo com alguém dentro de mim.

Tony se dispôs a me levar para casa, pois ainda não comprei um carro aqui.
No caminho ele não resistiu e perguntou:

-Quem é o pai? Eu sei que não é da minha conta... mas o pai não vai participar de tudo isso.

-Tudo bem você perguntar. Não, Tony, o pai do meu filho não vai participar.

-Tudo bem. Eu estou aqui. Eu sei que nos conhecemos a pouquíssimo tempo mas se precisar de mim estarei aqui.

-Agradeço de coração.